segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Mais o que mata é mulher!


Levei chumbo de espingarda..
Navalhada de outro Zé...
Muita paulada de guarda...
Mais o que mata é mulher!
A policia eu despacho
Navalha foi de raspão
O chumbo acertou o braço
E a mulher o coração!

 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

BRUXA

BRUXA 

Sou o verdadeiro mar em fúria
A onda gigante de um tsunami
O ataque enfurecido de um tubarão
Sou a força inconstante da tempestade
Desaguando no seu coração

Sou a maré cheia, em noites de lua cheia
A Deusa das águas que caminha sobre ela
Sou o cavalo marinho
Que mergulha na imensidão do seu coração
Procurando o caminho pra ter de volta
Um amor que não acabou

Sou o vento forte do furacão
Girando sempre em sua direção
Tirando de você a dor da separação
Trazendo de volta um amor sem explicação

Sou o sol de todos os dias
A lua de todas as noites
Sou as nuvens, o vento fria
A magia contagiante
A brisa que te refresca
O calor escaldante

Sou o amor incondicional
A veste perfeita do funeral
Sou a vida reluzente
A fada dos dentes

Sou tudo que possa imaginar
A dor, o amor, a vida, a morte
Sou à sombra de seu coração
Um amor sem comparação.

SOU BRUXA

E Nomine - Lúcifer

Deusa Lilith

sexta-feira, 4 de março de 2016

Feitiçaria Sexual

FEITIÇARIA SEXUAL

UM MANUAL PRÁTICO DE MAGIA SEXUAL

O UNIVERSO TÂNTRICO

Introdução

Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia

moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio

corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o

oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a

Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o

estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova

via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.

As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual

Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados

aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de

fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a

antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa “a via”) é a mais das

religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como

“Tantras” e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes

de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na

maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre

Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e

nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e

esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma

onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas

secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna,

ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam,

sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.

As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual

Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como

tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus.

Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas

externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os

ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente

quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma

forma ocidental de Tantra. Este ‘tantrismo’ tinha ritos iniciáticos e práticas

adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura

organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda

o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C.

e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a

Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.

Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos

ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes

em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a

O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas

relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem

funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição

de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas

pelas derivações modernas da GD.

A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos

Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades

maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua

premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a

chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o

ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção

todos os segredos da Livre Maçonaria.

Feitiçaria Sexual no Novo Aeon

Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister

Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para

manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta

estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então

remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e

incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental.

Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão

do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio

de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas.

Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram

aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros

thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas

várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas

ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem

Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente

Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).

A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a

experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e

grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens,

acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon

de Hórus.

“Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o

salvará.

Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o

destruirá.”

O evangelho gnóstico de Tomé.

“...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois

se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea.”

O evangelho de acordo com Egyptiana.

Os Cinco M da Feitiçaria Sexual

A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida

em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de

trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental

elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez,

sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos

e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas

maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara,

um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas

um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao

simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês ‘Right Hand

Path’, que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira

não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é

relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) ‘Left Hand Path’. A razão

por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o

foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita

significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda

implicava num rito sexual.

Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante

entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual.

Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto

ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também

perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não

apenas rito sexual.

O Primeiro M : Madya Sadhana

A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o

uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor

podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho

da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de

suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje

iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas

endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e

nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como

simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.

O Segundo M : Mamsa Sadhana

A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de

práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como

‘carne’, pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente

(por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de

acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como ‘fala’,

então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática

dentro de um contexto ritual.

A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento

de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada

(normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da

fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como

invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.

O Terceiro M : Matsya Sadhana

O terceiro M tende a ser traduzido como ‘peixe’ e é usado da mesma

maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao

fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal.

Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao

consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.

O Quarto M : Mudra Sadhana

Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É

utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de

posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para

simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar

mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou

Mudras Corporais.

O Quinto M : Maithuna Sadhana

O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o

termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas

de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico

da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari

Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e ‘temporariamente fecha-se

o sistema’. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a

faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.

A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o

termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na

posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M

também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M,

Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte

classificação dos Sub Sadhana.

Sub Sadhanas no Maithuna

Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.

Mamsa Sadhana Felação

Mataya Sadhana Cunilíngua

Mudra Sadhana Posturas Sexuais

Maethuna Sadhana Comunhão sexual (congrex)

Feitiçaria Sexual : Um Esquema

A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica

Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode

novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo,

descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma

e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo

CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas

tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam

títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus

maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.

A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou

conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e

se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes

resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura

da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para

as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios

básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a

Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar

estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.

Alphaísmo (Alfa) Magia Sexual Solitária

Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e

Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.

Betaísmo (Beta) Magia Sexual Solitária

Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo

uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de

elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de

características internas através da ciência de projeção extracorpórea.

Gamaísmo (Gamma) Magia Heterossexual ou Polarizada

Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo

a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de

seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.

Deltaísmo (Delta) Magia Sexual para Chakras

Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon

para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga

sexual.

Epsilonismo (Epsilon) Magia Homossexual ou Apolar

Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às

técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas

escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso

anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual

pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente

homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece

mais precisa e segura.)

Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão

esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é

importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e

homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi

descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de

anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil,

algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da

fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas

encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à

frente.

Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para

entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em

detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.

Shakti, Shiva e Papéis Sexuais

Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva

representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a

deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa

tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais

antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi,

Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e

Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista

como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo

conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção,

Hadit, é idêntica a Shiva.

Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de

acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva

representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é

formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente

relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em

certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus

Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também

é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain

e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico.

Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a

dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.

A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado

tântrico diz que “Shiva sem Shakti é Shava (cadáver).” Quando Shiva e

Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser

levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a

fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no

passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em

grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de

Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e

mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente

verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos

Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de

que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é

Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas

atribuições são ao contrário.

Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma

e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma,

um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado,

portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou

física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão ‘X’, tal

formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de

qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na

prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas

únicas.

A Semente Sagrada

O conceito de “Semente Sagrada e Fluidos Sacros” forma a base de

muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e

moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto

físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.

“A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento

consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem

líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O

mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de

acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É

a chave universal de toda Magia (Mágika).”

Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley

A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano,

masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas.

Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos

recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências,

entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do

Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos

fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam

uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de

muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a “pedra

filosofal” e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.

O Grande Rito

Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é

importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas

as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto

considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era

Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma

frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo

são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma

extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria,

mas um poder de ‘atração entre partículas’.

Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como

“Terceiro ou Grande Grau”. Este grau, também conhecido como o “Grande

Rito”, envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como

Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação

sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola

Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com

propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a

forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de

Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.

No Livro da Lei afirma-se que “todos os atos de amor devem ser

feitos a Nuit”, não importando como vemos este texto, este conceito é vital

pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual

e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima

filosófica do “Monge ou Freira de Thelema” e um “Novo Celibato”, onde

todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro

não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro

do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.

A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é

definido como “atração mágika de partículas” e não nos termos

sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos

os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um

mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer

à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto

não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do

sexo em atos meramente físicos.

A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba

não é magia sexual !

Eros e Thanatos

A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas

primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e

Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam

a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o

impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso

destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais.

Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um

estado de consciência mais amplo.

O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais,

enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do

“Culto Mórbido de Kali”. Estes ritos de morte representam um dos segredos

mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles

que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a

teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da

psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A

magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua

transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um

sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da

Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do

Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e

um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista

do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano

Superior.

Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida

inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da

espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser

lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do

humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve

mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam

experimentadas.

Conclusões

Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos

mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez,

até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua

revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de

consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de

ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma

revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como

pensamos.

Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e

difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação

as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós

chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do

Universo.

A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO

Introdução

“O que está em cima é como o que está embaixo...” assim diz o

grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos

da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo

estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os

Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos

Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.

Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos

mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que

formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo;

o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus,

o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem

tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o

Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo

moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário,

embora às vezes tenha mérito artístico.

A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no

simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo

não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que

também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.

A Natureza do Orgasmo

O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou

impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma

previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias

sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é

então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser

manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de

necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para

exploração de dimensões astrais mais altas.

O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode

ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens,

evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de

uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.

Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da

mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo

extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores

nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar

sua exploração imediatamente.

A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada

por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto

que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser

praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de

magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se

compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma

experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação,

não sendo, entretanto, sempre assim.

Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e

isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação

durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na

ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e

orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que

uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser

facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente,

pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte

e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.

A Criação de Crianças Astrais

Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum

resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato

sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo

uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto

pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por

uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a

forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir

certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é

utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais

também podem ser usadas para controlar sonhos e girar ‘a teia da Ilusão’.

Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus

ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica

pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria

realidade. Esta técnica de “Sonhar de Verdade” foi primeiramente ensinada

em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais

modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.

Assunção de Formas de Deuses

Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do

treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância

máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para

auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da formadeus

pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas

específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.

Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as

máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza

polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente,

invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com

sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então

ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num

rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma

utilização secreta.

“Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta,

escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus.”

Liber al Vel Legis 1 : 57

O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico

de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles

representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações

dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia

polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles

podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma

simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia

sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual,

polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades

incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o

Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do

Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do

arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu

próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual.

Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre

seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de

acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são

conhecidas como os elementos tântricos.

Os Elementos Tântricos

Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as

formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui,

queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago.

Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e

portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro

possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas

como :

OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.

XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual

Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria

modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de

Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente

heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em

ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é

muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do

Necronomicon.

Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como “Os

Elementos Tântricos Cruzados” e incluem :

OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como

se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens

de deuses do mesmo sexo).

XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse

trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses

de sexos opostos).

Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de

trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus

usos.

No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral)

era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram

atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o

organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a

ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava

na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto,

a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser

exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade,

estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.

A Base Biológica dos Mistérios

As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm

Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud,

que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de

ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de

‘Bions’, células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo

livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos

por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957

condenado por charlatanismo.

Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base

científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as

secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma

forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas

no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não

iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com

libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto

e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em

corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti

ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.

Todos iniciados no Tantra tornam-se “Irmãs da Estrela Prateada”, por

assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel

da “Irmã” é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as

condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso

lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados

por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos

olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma “Irmã” em transe com

os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.

As frases-chave aqui são ‘as camas purpúreas’, isto é, iluminadas pela

Sahasrara Chakra e ‘Fogo e Luz nos seus olhos’, isto é, elas estão em transe

e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui,

entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo

como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo

dos Kalas abaixo.

A Yôga do Sexo

Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas

sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do

instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua

busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido

como “Prayôga” e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus

conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de

suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições

dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do

simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o

símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos

que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual.

Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais

Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro ‘A

Morte de Cristo’ de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do

mito de Cristão é oferecida.

Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de “The

Sacred Mushroom and The Cross”, “The Dead Sea Scrolls”, “End of The

Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo ‘Christós’

realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se

aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma

parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago

controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a

chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos

modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta

afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um

imensurável poder pessoal.

Os Chakras

O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores,

mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de

meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através

de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do

Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é

conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para

a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não

absorvida.

O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da

Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos

(corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e

habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como

pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser

relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo,

experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como

parte do processo de desenvolvimento.

A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot

Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da

Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem ‘A Torre’ e ‘O

Enforcado’. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o

Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o

ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso

correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados

intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto

Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos

inferiores, o lado feminino do Eu (Self).

Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as

sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da

conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e

portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove,

a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon

para o qual é a chave.

No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor,

algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu

ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e

Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon

representado na frente da carta. Ele representa os vários ‘eus espirituais’ do

humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade,

simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo

secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.

A HISTÓRIA DO TANTRISMO

Introdução

Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na

adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na

mudança das estações e cuja presença era experienciada através de

fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente

animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido

encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de

cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros

registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como

a Tartária.

A Tartária

Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a

disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaramse

de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que

abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas

e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária.

Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se

sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol

além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em

sua ‘Doutrina Secreta’ Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande

Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no

centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que

detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a

Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça

de uma época muito antiga.

Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato

muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si

mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico,

a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande

Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa.

Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta

era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos

humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com

Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de

Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado

vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos

hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti

indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos

fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos

aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de

ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas

fabulosas civilizações através de Uddiyana.

A Uddiyana

A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do

Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos

remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no

subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o

ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há

rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida

como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria

do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada

através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes

conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo,

YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de

outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve

sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões.

Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por

mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A

religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia

tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde

estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas

Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das

mais notáveis ‘crianças de Uddiyana’ incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.),

o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da

religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.

Alquimia Sexual Chinesa

Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia

Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a

influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo

efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais

organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do

Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas

interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais,

ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas

no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico,

filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e

outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente

difícil retratar a Lao Tse muita de ‘sua’ filosofia, sua vida tornou-se uma

lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling

oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e

esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual,

ritualística e ocultismo.

A Religião Bon do Tibet

Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de

Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no

Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a

sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo.

Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que

formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus

distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido

apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos

para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema

extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser

negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática

oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação,

vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte),

tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da

religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então

príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários

sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais

refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com

muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas

budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se

em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu

em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que

muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos

magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso

de ritos sexuais, ele disse :

“ Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado

também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você.”

O Tantra na Índia

Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia,

entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para

Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente

começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a

tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 -

1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de

escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes

reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas

no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas

muçulmanas.

Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas

secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas

tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana

(Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição

tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande

variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva),

Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto

a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias

derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram

Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o

senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo

sistema religioso.

Primórdios da Magia Sexual Ocidental

Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente,

sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de

meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir

John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a

maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875),

Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos

ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema

era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas

astrais, incluindo o que eles chamavam de ‘Humanimaux’, elementares meio

animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de

imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas

sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição

ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta

ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca

imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de

conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias

fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais

era conhecida como ‘os Essênios’, estavam envolvidas num sistema de

magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está

demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito

do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos

de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento

tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram

suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por

sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da

doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros

Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais

tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o

ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875)

demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado

bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi

adaptado na estrutura maçônica da OTO original.

O Trabalho de Gurdjieff

Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia

e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres

remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff

desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e

misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento

sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo

Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao

estudante de magia moderna.

Aleister Crowley e a O.T.O.

A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl

Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de

Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus,

os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo

revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma

muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a

cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de

um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele

também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com

certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída

por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da

Tartária.

A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa,

deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta

maneira forçados a permanecerem ‘em terra’. Embora haja várias

reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma

consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o

óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento

da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário

Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos,

embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer

evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum

confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da

magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente

confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de

Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.

A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num

sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma

nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno

da Vontade.

Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de

nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além !

AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL

Introdução

A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia,

oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma

situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta

transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o

impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas

escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do

instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de

condicionamento social, operando como uma máquina programada.

Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação

tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte

de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de

uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da

iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os

diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o

“Animal”; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para

obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu

superior ou ‘anjo’ realiza seus comandos através da mente treinada ou

Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta

e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da

Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser

inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.

Primeiros Passos na Iniciação Tântrica

Barreiras Psicológicas

O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio

entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como

você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É

imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são

atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade

subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato.

Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido

apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de

sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago

explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade

deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de

homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto

nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas

as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente

feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é

manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia

e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade.

O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando

percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e

Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este

conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em

discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o

estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os

exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de

redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é

uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um

potencial mais andrógino.

Concentração na Magia Sexual

Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a

trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar

esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples

visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato

sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal

e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a

forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada

na tela mental sem qualquer interrupção.

O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas

masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico

enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir

o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é

manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira,

começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a

eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixála

durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na

sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.

Função de Múltiplos Orgasmos

A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos

trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea

atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por

anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização

do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos

perguntar : e como fica o macho ?

Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas

conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada

pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A

maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta

mensagem.

Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia

possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se

alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado

cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem

mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não

contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação

estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos

múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de

alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma

atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava

sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada

sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns.

Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados

superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é

notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere

haver um método de disparar estados alterados através de sua correta

utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar

a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes

do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e

tornam disponíveis experiências de estados alterados.

As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros

passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do

complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira

Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos

pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a

ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas

certamente não o fim requerido.

Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos

sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e

um estado de “Nirvana Orgasmático” :

1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer

barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem

culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas

não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua

existência para si mesmo.)

2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem

necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de

energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e

vontade internas.

3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).

4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax,

deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser

absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência

orgásmica.

5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento

normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado,

presente e futuro e EXPERIENCIE.

Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma

continuação do espasmo orgásmico.

6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem

a tornarem-se mais fáceis no processo.

Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar,

deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o

orgasmo pelo que ele é.

Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.

A MEDITAÇÃO DE ÁTUM

1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.

2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras

mentais.

3. Medite na Declaração de Átum. (Declaração Pirâmide 527)

“Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em

Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da

ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a

criação do mundo em termos humanos.”

4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado

pelo uso correto do orgasmo sexual.

5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como

Vontade Verdadeira sendo manifestada.

6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram ‘Humn’.

7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer

gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.

8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.

9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.

No momento do clímax, utilize o mantram ‘Ghaa’.

10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.

MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL

Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a

eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.

1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.

2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.

3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.

4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua

visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao

de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher

num homem, note o olhar, etc.

Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la

esvair.

5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a

primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando

este “troca-troca” até que a segunda imagem possa ser sustentada com

excitação.

6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a

aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria

obtido estímulo.

7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de

ambos os sexos com excitamento físico.

8. Transfira este experimento para a prática.

Exercícios Preliminares na Magia Sexual

Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na

experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.

O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo

deve ser uma experiência de força e poder internos.

Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas

das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.

Os exercícios estão divididos em três categorias :

1. Individual

2. Casal

3. Geral

Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer

orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo

menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar

experimentá-lo com você.

EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS

1. Sente-se num estado meditativo, nu.

Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o

corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de

elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se

consciente de seu corpo e então prossiga.

2. Experiencie seu próprio corpo.

Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade,

usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o

plenamente.

Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado,

explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo

experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas

ações e reações.

Termine a sessão com um longo banho relaxante.

3. Sente-se num estado meditativo.

Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então

prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.

Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência

sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo

transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante

sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força

do orgasmo.

RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA

SEXUAL SOLITÁRIA

1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e

a mente alerta, mas relaxada.

2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os

mesmos cheios de Fogo Cósmico.

3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o

fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.

4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo

ígneo aumenta a cada ciclo.

5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo

calmo.

6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os

órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um

estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo

com um mantram específico e o ato sexual.

OS MANTRAS MURMURANTES

Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o

corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante

a experiência sexual.

Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :

1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e

para cima.

2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e

volume.

3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático.

Prossiga com a experiência sexual.

Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os

procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são

:

Humn / Yungm / Ghaa Mantras usados para rejuvenescimento

sexual.

Humn / Ghaa Humn é para ser usado no congresso sexual

e Ghaa para o orgasmo.

Hunga Este mantram estimulam o chakra básico.

Linga Este mantram estimula as emoções através

do chakra cardíaco.

OS MANTRAS SONOROS

Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros

com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha

enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.

Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um

largo espectro de estados alterados e experiências.

Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual,

contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.

EXERCÍCIOS EM CASAIS

Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o

objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem

superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique

para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se

concentram na magia.

1. Criaturas Imaginárias

A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.

B. Induza um estado de relaxamento.

C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto

ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.

A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.

2. Conversação

A. Faça o mesmo que no exercício um.

B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma

maneira coerente até pouco antes do orgasmo.

C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você

tivesse disparado um segundo reflexo.

3. Exercício Humorístico

Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa

de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe

automaticamente.

ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS

Primeiro Dia

- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.

- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.

- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.

Segundo Dia

- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e

em posição por dez minutos ininterruptos.

- Não atinja a ejaculação.

Terceiro Dia

- Sem atividade sexual.

Quarto Dia

- Como no segundo dia.

Quinto Dia

- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de

Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).

Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus

interiores.

Sexto Dia

- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos

meia hora e no máximo uma hora.

Sétimo Dia

- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união

das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.

Oitavo Dia

- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.

Nono Dia

- Retorne para a atividade “normal”.

O Procedimento do Congresso Sexual

Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado.

Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.

1. Entre em relaxamento profundo.

2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos

(Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)

3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.

4. Vibre o mantram ‘Humn’.

5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.

6. Penetre com o som de ‘Humn’ sendo aumentado. Alcance o

orgasmo com o mantram ‘Ghaa’.

7. Retorne para o estado de relaxamento.

Conclusão

Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia

Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você

deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com

intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas

avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser

usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas.

Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu

altar.

Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é

comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não

importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da

Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os

acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento,

de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve,

os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da

iniciação.

OS MISTÉRIOS DA FÊNIX

O Simbolismo da Fênix

A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários

ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era

a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como

uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a

Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou

pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas

tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a

Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o

Pavão.

De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano

maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e

constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com

diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de

1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto

afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto,

este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.

Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo

Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande

Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no

como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de

quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o

Grande Ano tinha 26 mil anos.

A Fênix era conhecida como “A Dupla Trilha”, a ave do retorno e a

eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada

(GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico

é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância

específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na

magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada

pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo

solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do

Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.

A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double

Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon

renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá

algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem

interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol,

mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não

apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo.

Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava

perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia.

E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a

Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como

conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do

Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit

que salvam as terras de aniquilação.

Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende

como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do

abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley

restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se

espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos

ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser

humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.

Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos

primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação

com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.

Análise Cabalística da Fênix

Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix

como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore

duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta

forma de simbolismo.

Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de

energia : Estelar, Solar e Lunar.

1. Forças Estelares :

Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.

Força Oculta : Hadit ou Kether.

2. Forças Solares :

Substância Raiz : Therion ou Chokmah

Aspectos Planetários :

Hórus / Set (modo superior de Tipheret)

Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)

3. Forças Lunares :

Substância Raiz : Babalon ou Binah

Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod

Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que

reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos

Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as

correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz

Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :

A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos

solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos

inferiores via esfera Lunar.

A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo)

deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda

tende a influenciar a radiação da força.

Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de

reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz

ao invés de rejeitá-los duma só vez.

Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinhaas

com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas

Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz

Circular Solar.

Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no

Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix

começa.

Irradiações de Energia

As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das

águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações

afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice

Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a

Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-

Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em

orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza

da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por

assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.

Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis

Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de

suas penas contém um “olho”. A numeração de “olho” é setenta ou Ain.

A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da

Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de

Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre

os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.

A Ressurreição da Fênix

Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de

civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto

mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme

manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio

de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os

mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é

arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são

deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e

Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou

Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e,

ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na

eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya).

Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set,

apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade

podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um

pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.

Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual

Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como “A que retorna”

e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e

da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a

humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este

fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo

primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum

Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo “normal”.

É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o

Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital,

conhecida como “Trilha”, sobre a qual dizia-se originar numa região secreta

e inacessível. A “Trilha”, em inglês ‘Hike’, pode ser igualada à Hekt

egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os

poderes mais obscuros da fórmula.

Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da

OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de

Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula.

Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante

exclama...

“Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a

Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não

conhecia.”

Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir

dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado “O

Coração do Mestre” (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de

ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos

Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o

retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal

(algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula

bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu

seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do

décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais

poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico

com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades

homossexuais.

O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou

esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em

conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em

1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria

cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e

físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente

transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de “Love Under

Will” (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford,

um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro “Ocultismo

Sexual” (Sexual Occultism) :

“ A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona

erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico.

Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz

o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente,

Kundalini.

A palavra ‘esfíncter’ significa um nó ou faixa e é derivada da mesma

raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O

mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando

então o enigma da Esfinge.”

O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini.

Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma

glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou

cóccix, chamada “o corpo coccígeo”, embora sua função seja desconhecida

para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a

“glândula Kundalini”. A ativação sexual desta glândula é direta e rápida

através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente

sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o

sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen

no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.

Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix

O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este

trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude

psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver

uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os

aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix.

Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira

diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas

como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e

atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.

A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os

braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que

tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos

devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido,

podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.

A Missa da Fênix

A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do

mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para

se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não

freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães

de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.

O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos

de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e

do qual se liberta.

Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos

sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período

de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como

sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.

Conclusões

A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano

dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e

práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da

Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix

como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é

central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena

integração da energia da Fênix.

Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as

ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da

eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido

no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura

Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada.

LIBER XLIV

-- A MISSA DA FÊNIX --

O mago, com seu peito nu, está diante dum altar no qual estão seu

punhal, sino, turíbulo e dois pães de luz.

No sinal do entrante ele alcança o oeste através do altar e grita :

“Salve ! Ra, que vais em tua barca em direção às cavernas que a

escuridão marca !”

Ele dá o sinal do silêncio e toma o sino e o fogo em suas mãos dizendo :

“Leste do altar veja-me de pés no chão, com luz e música em minha

mão !”

Ele bate no sino onze vezes (333-55555-333) e põe fogo no turíbulo,

enquanto profere :

“ Eu sôo o sino, eu acendo a chama, sou eu quem inflama o

misterioso nome ABRAHADABRA.”

Ele soa o sino onze vezes novamente e diz :

“ Agora começo a orar.

Tu, criança, teu nome é sagrado e imaculado.

Teu reino já está neste lugar.

Tua Vontade está feita.

Aqui estão o pão e o sangue

Leve-me ao Sol através da meia-noite.

Salve-me do mal e do bem.

Que tua Coroa de todas as dez, aqui mesmo e agora, seja minha.

Amen.”

Ele põe o primeiro pão de luz no fogo do turíbulo.

“Queimo este pão como incenso, proclamo estas adorações de teu

nome.”

Ele usa os pães como no Liber Legis e novamente soa o sino onze vezes.

Com o punhal ele faz então, sobre seu peito, o sigilo do triângulo solar

apontado para cima. Então profere : “Cuidado ! Da mente este peito

sangrento, talhado com o signo do sacramento.”

Ele põe o segundo pão de luz na ferida :

“Eu estanco o sangue, o pão o enxuga e o Sumo Sacerdote invoca.”

Ele come o segundo pão :

“Este pão eu como, este juramento profiro enquanto inflamo-me em

adoração. Não há culpa, não há benção, esta é a Lei. Faze o que tu

queres!”

Ele bate no sino de novo onze vezes e grita :

“ABRAHADABRA !

Eu entrei com desgosto e júbilo.

Eu agora me vou satisfeito por realizar meu prazer na terra

entre as legiões dos vivos.”

E o mago se vai.

Notas

Na versão em inglês os versos rimam, tornando a cerimônia muito

mais eficaz com seu lirismo. A rima também ajuda como recurso

mnemônico, tornando o rito fácil de se decorar após uma ou duas vezes de

executado, sendo que ao ser feito decorado é possível dar mais ritmo e

espontaneidade ao andamento do mesmo, aumentando também a eficácia.

Em português já é mais difícil manter a rima em conjunto com o

sentido que se quer dar às palavras. Quando possível, a rima foi mantida na

tradução, mas quando a rima prejudicou a tradução, deu-se preferência a

esta, porque as idéias assim fizeram mais sentido.

Há várias edições do próprio Crowley. Para um exemplo das

primeiras versões, veja “Magick”, apêndice VI, editado por Symonds e

Grant, Samuel Weiser, 1973 e várias outras edições.

Para facilitar a vida daqueles que desejem praticar a Missa da Fênix

original, vai abaixo a versão em inglês.

LIBER XLIV

-- THE MASS OF THE PHOENIX --

The Magician, his breast bare, stands before an altar on which are his

Burin, Bell, Thurible, and two of the Cakes of Light. In the Sign of the

Enterer he reaches West across the Altar, and cries :

“Hail Ra, that goest in thy bark

Into the caverns of the Dark! “

He gives the sign of Silence, and takes the Bell, and Fire, in his hands.

"East of the Altar see me stand

With light and musick in my hand!"

He strikes Eleven times upon the Bell (333 - 55555 - 333) and places the

Fire in the Thurible.

“I strike the Bell; I light the Flame;

I utter the mysterious Name.

ABRAHADABRA !"

He strikes eleven times upon the Bell.

"Now I begin to pray:

Thou Child, Holy Thy name and undefiled!

Thy reign is come; Thy will is done.

Here is the Bread; here is the Blood.

Bring me through midnight to the Sun!

Save me from Evil and from Good!

That Thy one crown of all the Ten

Even now and here be mine. AMEN."

He puts the first Cake on the Fire of the Thurible.

"I burn the Incense-cake, proclaim

These adorations of Thy name."

He makes them as in Liber Legis, and strikes again Eleven times upon the

Bell. With the Burin he then makes upon his breast the sigil of the upright

solar triangle.

"Behold this bleeding breast of mine

Gashed with the sacramental sign!"

He puts the second Cake to the wound.

"I stanch the Blood; the wafer soaks

It up, and the high priest invokes!”

He eats the second Cake.

“This Bread I eat. This Oath I swear

As I enflame myself with prayer:

There is no grace: there is no guilt:

This is the Law: DO WHAT THOU WILT!”

He strikes Eleven times upon the Bell, and cries

“ABRAHADABRA.

I entered in with woe; with mirth

I now go forth, and with thanksgiving,

To do my pleasure on the earth

Among the legions of the living.”

He goeth forth.

O CIRCUITO PSICO-SEXUAL

Introdução

O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um

mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria

Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente

apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram

ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.

O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido

pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da

ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos

Mistérios.

A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com

diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como

as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psicosexual

é adequadamente compreendido de antemão.

“O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o

corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da

expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele

mesmo.”

Sir John Woodroffe

O Circuito Psico-Sexual Humano

A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no

passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das

Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais

avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela

Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro).

Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da

Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto

num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num

sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.

O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é

coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam

para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais

com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de

como opera a Magia Sexual.

O Marma Ajna Psico-Sexual

Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as

sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou

setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo

de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas

vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema

intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja ‘A História do

Grande Deus Pan’ de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado

astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência

de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.

O Marma Psico-Sexual Qoph

O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da

atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica

Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união

do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20.

Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as

secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.

O Marma Psico-Sexual Visuddha

O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra

Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a

palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta

união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou

seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é

imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.

Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central

para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e

Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170

170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados

pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia

grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são

criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e

manifestas no Visuddha.

“...e a palavra transformou-se em carne.”

Evangelho de João, capítulo um.

Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas

Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados

como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e

cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo

de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva,

embora isso possa variar de mago para mago.

Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o

Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para

liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências

relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto

como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o

papel das mãos como libertadoras de secreções.

O Marma Psico-Sexual Genital

O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos

a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o

esconderijo secreto da serpente (Kundalini).

Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e

SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como

originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali

/ Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito

na mensagem “o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs” do Livro da

Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das

estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções

sexuais da Estrela encarnada como entidade.

Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada

na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste

marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.

O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto

O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos

sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na

região anal e sua associação com a Kundalini.

Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o

mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet

encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.

O Marma Psico-Sexual de Bindu

Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o

Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se

para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está

relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se

relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às

visões do espaço interno.

O Circuito

Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de

força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas.

Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com

os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é

o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo

no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o

senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo

ciclo interno de Aeons e secreções.

O sistema numérico deste ciclo é :

AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos

sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus

Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos

do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e

Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro

do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é

conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado

na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos

chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos

sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem

como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de

manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo

humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de

Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e

possibilidade internas.

No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro

de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa

Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações

deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais

adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.

Ajna Chakra Região Pituitária 64 raios

Visuddha Chakra Região Tiroidal 72 raios

Anahata Chakra Região Cardíaca 54 raios

Manipura Chakra Plexo Solar 56 raios

Swadisthana Chakra Região Genital 62 raios

Muladahara Chakra Região Coccígea/Anal 56 raios

Ciclo Completo 360 raios

Dentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como :

Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual

tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118

graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências

Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os

dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).

Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses

usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos

atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.

Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser

formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas

maneiras : os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o

Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo

relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si

em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por

relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).

Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis

aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união

sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual.

Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode

ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é

interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas

tradições sobreviventes do Tantra.

Ajna Chakra Hexagrama Li Sol e Sol

Centro Qoph Hexagrama Khan Lua e Lua

Visuddha Chakra Trigrama Sun Ar e Ar

Palmas Li e Khan Reflete Ajna/Qoph

Órgãos Sexuais Quian / Kun Falo / Vagina

Hexagrama Tui Água de Água

Ânus Hexagrama Gen Terra de Terra

Ponto Bindu Hexagrama Zhen Fogo de Fogo

Em consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a

lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente.

A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos

dialetos chineses.

Li Hexagrama 30 Tiphareth

Kan (Khan) Hexagrama 29 Yesod

Sun Hex. 57 Daath

Quian (Qian) Hex. 1 Kether

Kun (Khwn) Hex. 2 Malkuth

Tui (Dui) Hex. 58 Chesed

Gen (Ken) Hex. 52 Netzach

Zhen (Ch’en) Hex. 51 Geburah

Tabela de Marmas Psico-Sexuais

1. Ajna chakra (Vontade) Ayin 70

Olho de Shiva

2. Nuca Qoph 100

Origem da Força Sexual

3. Visuddha chakra Ayin/Qoph 170

Logos Manifesto

A união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o

poder para criar os ‘Nephilim’ ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações

do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da

‘palavra’ mágika (Logos).

4. Palmas das Mãos Kaph 20 cada

Ativadores das Zonas Sexuais

5. Órgãos Sexuais Ayin 70

6. Região Anal Ayin 70

O Olho Secreto

Ambas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko

dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.

7. Ponto Bindu Yod 10

O Ponto de Foco

Aqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psicosexual

podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão

baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções

(insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.

A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um

ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores

também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do

organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do

organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos

como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da

Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.

OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA

VIDA COMO SECREÇÕES

O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte

intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas

do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as

secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.

Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da

mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as

atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo

com o engenho do próprio mago.

A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo

intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas

cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma

conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção

pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de

Set.

A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é

governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o

segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth).

Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas

as formas de transmissão de energia.

A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a

Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís

e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias

de Urano.

A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a

manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é

representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio

planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é

Daleth, a ligação entre os mundos.

A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon

devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da

Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da

Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela

representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é

encontrada dentro das secreções do organismo.

A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto

do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era

exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu

estágio mais alto de consciência.

O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino

rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala

secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu

clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do

décimo sexto Kala, o Humano Superior.

A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da

décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima

sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set.

Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura

do sistema do Novo Aeon.

A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a

Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta

secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma

externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente

reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.

Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções,

vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus.

Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é

Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente

compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.

Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.

“Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão

dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços.

Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado,

que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade).”

Liber A’Ash vel Capricorni Pneumatici,

de Aleister Crowley

A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre,

balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de

Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o

caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos

sentidos) para atingir uma finalidade mágika.

A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a

semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída

a Teth, a serpente fálica.

A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o

Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.

A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele

é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das

formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.

A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi

formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do

Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna

presente na roda eterna.

A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução

do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a

realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação

detona a experiência do arcano do Enforcado.

A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O

Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa

a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se

atingir isto está na próxima secreção.

A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como

uma “pequena morte”. Sua lição é o uso do orgasmo para programar a

psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da

mente e do corpo.

A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para

atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o

Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em

experiências das Secreções do Bode.

A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o

uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do

diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação

do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.

A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de

projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o

jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do

orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela

torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.

A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem

diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as

secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de

paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e

atingir o frenesi orgásmico da Torre.

A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e

portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma

passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à

transformação licantrópica.

A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos

ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em

conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O

produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.

A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A

mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a

eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem

do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a

Sacerdotisa da Estrela de Prata.

A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão,

seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É

tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano

Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.

Notas sobre os Caminhos como Secreções

As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos

de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um

fluxo em forma de Mandala.

Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de

Kenneth Grant, tais como “Cults of the Shadows”, Cultos das Sombras,

(Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas

interpretações são infelizes.

Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente,

a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.

SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES

11. Espírito Santo Santo Intoxicado

12. Chaos Pomba e Serpente

13. Alta Sacerdotisa Deusa Dormente

14. Babalon Deusa Sexual

15. Estrela Mãe do Espaço

16. Homus superioris Kala Secreto, Alto Sacerdote

17. Gêmeos Set e Maat

18. Impulso Criativo Princípio da Reversão

19. Semente da Serpente Impregnação de Babalon

20. Espermatozoon Ermitão como Criança Cósmica

21. Senhor do Karma Controle da Realidade

22. Fuga Livrando-se do ciclo terrestre

23. Iniciação Explorando o Inconsciente

24. Orgasmo Thanatos absorvido em Eros

25. Baphomet Androginia

26. Capricórnio Exploração

27. Projeção Fálica Paixão animal destrói a Ilusão

28. Tintura Vermelha Excesso de paixão

29. Lua Originador sexual

30. Sol Ajna chakra

31. Aeon Mensagem como Logos

32. Sigilo de Set Manifestação ou começo.

Combinações Especiais Válidas de Atenção

13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por

16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e

17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat,

impulso criativo interno e externo (18, 19).

14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,

20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos

21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)

31, a declaração do Novo Aeon e

32, a Manifestação do Novo Aeon.

O Simbolismo da Mandala

Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é

encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas

dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre

desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas

tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central.

Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos

mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.

A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e

delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico

é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo

invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O

triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para

cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo

apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima,

até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a

interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens

de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali

contida.

A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é

normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do

Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há

muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a

representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e

Thanatos.

A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um

aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito

psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho

para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto

de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do

Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas

Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.

As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são

bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente,

perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo

sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do

círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que

está sempre balançando sua própria cauda (Falo).

Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias

facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao

contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para

sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o

inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.

Conclusão

Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um

mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :

“Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma

sobrevive ao fogo.

Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do

desejo mundano.

Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas,

mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você

deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.

Em beatitude e alegria de profunda ‘possessão de si mesmo’

(samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.

Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre

esteve livre.”

A NATUREZA DOS KALAS

Introdução

“Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.

Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do

Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra ‘calendário’ deriva de

Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra ‘cor’.

Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas.”

Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)

Kenneth Grant (Muller, 1980)

O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas

maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de

Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles

são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea

durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser ‘solo’ ou com

parceiros de ambos os sexos).

Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo

Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a

Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com

Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O

Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas

quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O

termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga

amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na

África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando

disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu

significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em

inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.

A Natureza dos Kalas

Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago,

macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas

secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada

no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se

através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas,

contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas

ou flores da essência.

Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado,

quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções

foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos,

contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a

representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida,

cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No

tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas

ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro

bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou

onda primal.

Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como

imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas

no português) representando as vibrações de Nox.

Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora

das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o

baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos

os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos

fluidos sexuais ou Kalas.

Tempo e Kalas

O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo

(360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro

de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de

menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes

ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder

oculto.

O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua

Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram

divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças

lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções

dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização

atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do

tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma

combinação de todos os quinze Kalas anteriores.

O Décimo Sexto Kala

“Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há

alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo

minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos

uma. Há grande perigo em mim.”

Livro da Lei, II:26

O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do

Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas

combinados no décimo sexto.

O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado

por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as

influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por

invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta

através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados

da árvore evolutiva é possível.

O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é

formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma

porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos

rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.

Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos

períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo

de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.

Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares

escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a

semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de

qualquer sexo.

A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro,

obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser

heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião,

homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário

e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais

recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.

A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida

como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de

manifestação, sustentação e dissolução.

I.’. A.’. O.’. como uma Fórmula dos Kalas

A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem

também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a

divisão trina das formas de Kalas.

I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto

atribuído a Virgem.

A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato

sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.

O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo

qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.

Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da

Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do

Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam

igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta

enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula

adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega

Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas

possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto

também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga

Hórus e Set.

As Três Classes de Kalas

Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma

distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em

ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é

visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do

Eremita de Yod, a semente solitária.

“Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a

palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o

Homem da Terra...”

Livro da Lei, I:40

O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-

Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu

entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são

classificados como segue.

Tamas

Símbolo Alquímico : Sal

O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as

emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol.

Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma

primeira manifestação do resultado.

Rajas

Símbolo Alquímico : Enxofre

O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São

as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.

É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.

Sattva

Símbolo Alquímico : Mercúrio

O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força

de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O

como Capricórnio.

Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções

masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade

representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente,

segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma

parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o

verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias

menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou

três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno,

isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura

emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais

escura e representa o Graal da Escuridão.

Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de

Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.

Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra

Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem

ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares.

Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam

muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade

do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade.

Portanto, as atribuições são as seguintes :

“Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua.”

Livro da Lei

Ajna Mercúrio e Plutão Terceiro Olho e Cérebro

Visuddha Júpiter e Saturno Língua e Garganta

Anahata Lua Coração

Manipura Sol Plexo Solar

Svadhistana Vênus e Urano Ânus e esfíncter

Muladhara Marte e Netuno Kanda e órgãos sexuais

Acompanhando a atribuição acima está a associação esotérica

glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos

Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e

genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão,

silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.

Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e

Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas.

Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão,

Vênus, a ‘estrela’ do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o

Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno

como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada

acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo

masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum

estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm

localidades e cores atribuídas.

Macho

1. Lótus Anal Carmim; Marrom com reflexos dourados

2. Lótus da Próstata Branco, Diamante.

3. Glande Púrpura, lilás e vermelho.

Fêmea

1. Lótus Anal Carmim; marrom c/ reflexos dourados

2. Entre a Uretra e

o cérvix uterino Laranja

3. Clitóris Verde

Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo

possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah

podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar

uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth,

Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara

até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed

como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether

como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas

possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser

explorada pelo mago empreendedor.

Tabelas de Kalas

Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze

kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser

conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto

formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas.

As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem

nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou

designação hindu.

OS KALAS

Nome Chakra Astrologia Nuitya

Máscara Ajna Plutão Nilapataka

Ocultador Visuddha Saturno Vijaya

Frio Anahata Lua Nuitya

Controlador Svadhisthana Urano Sarvamanga

Sedutora Muladhara Netuno Jvalamalini

Limpo Ajna Ar Bherunda

Molhado Visuddha Terra Nityaklinna

Misturado --- Éter Citra

Vagina Svadhisthana Água Vhagamalini

Voluptuoso Muladhara Fogo Kameshvari

Agitador Ajna Mercúrio Tvarita

Dador Visuddha Júpiter Sivaduti

Brilho Manipura Sol Kulasundari

Amante Svadhisthana Vênus Vajreshvari

Chama Muladhara Marte Vahivasini

Tamas rege de Nilapakata a Nityaklinna

Sattvas rege de Citra a Sivaduti

Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini

KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT

Nome Tarot Astrologia / Qabbalah

Máscara Nil Kether / Chokmah

Ocultador Diabo/Estrela/ Capricórnio/Aquário

Universo

Frio Sacerdotisa/Carro Câncer

Controlador Nil Binah / Chesed

Sedutora Nil Geburah / Tipheret

Limpo Louco Nil

Molhado Nil Yesod / Malkuth

Misturado Nil Netzach / Hod

Vagina Enforcado Nil

Voluptuoso Aeon Nil

Agitador Magus/Amantes/Ermitão Gêmeos / Virgem

Dador Roda/Arte/Lua Sagitário / Peixes

Brilho Sol / Luxúria/Emperatriz/ Leão

Hierofante

Amante Ajuste Touro / Libra

Chama Torre/Morte/Emperatriz Escorpião / Áries

Novamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo

astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser

desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.

Os Kalas e o Tarot

Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e

microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos

Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o

Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos

como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a

correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.

Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições

planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi

oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação

para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A

informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados

astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e

Sete.

As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição

é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do

sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão

refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave

para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.

As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter

são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas

seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed,

Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth.

Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos

quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em

conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações

longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão,

Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter

não é atribuído a naipes.

Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando,

sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as

atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete

restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas

são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12

chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A

regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e

dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico

de astrologia.

Ciclos dos Kalas

Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as

ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.

Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear

nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto

também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a

compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos

(inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360

respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto

com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada

constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que

quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a

um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e

o Universo.

Conclusão

A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o

movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares

corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de

dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a

realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo

e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução

humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era

conhecido pelos antigos como “A Visão do Deus Pan”...

ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO

Introdução

Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do

uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática

ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da

Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a

Missa do Espírito Santo.

Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação

de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos

Esquecidos.

A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente

tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais

espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é

despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva

dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou

Orvalho da Imortalidade.

O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira

velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina

assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa

técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de

Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática

oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com

isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.

O Simbolismo da Missa

Ilustrando o texto de Franz Hartmann “O Simbolismo Secreto dos

Rosacruzes”, encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no

oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios

sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao

mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que

levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :

“A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as

coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua,

produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito.

Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama

lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com

elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente.

Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo.”

Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto

que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da

Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta

aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos

tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta

interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo.

Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea

como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser

entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.

Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah,

como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é “O

Athanor”, que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como “uma fornalha

teosófica selada cabalísticamente.”

Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é

conhecido como “A Cucurbita”. É descrita por Khunrat como “uma vasilha

circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu

conteúdo”. O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do

Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser

entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu

seio.

Os Dois Produtos

Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são

usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes

eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia

Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia

Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a

“Serpente”, por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como

força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à

antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto

que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.

Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles

interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é

estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés

das quatorze do não iniciado.

Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas.

Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a

Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a

combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas

dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.

A Fórmula IAO como Alquimia Sexual

“Solve et Coagula.”

O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido

como o processo de ‘Solve et Coagula’ (dissolver e aglutinar).

A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é

entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten

pela Serpente ou como o processo de Solve.

A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção

através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia

como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada

num ato de consagração.

As considerações físicas a respeito desta fórmula são também

importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a

serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício

vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma

ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as

combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma

consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua

tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois

homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou

com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia.

Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve

ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.

Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de

alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem

sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A

Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo

físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas

astrais e espirituais.

IAO

A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão

do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também

forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de

acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega

Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra

hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no

microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é

aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.

F (V) Vontade Verdadeira

I Virgem - A Semente Solitária

A Escorpião - Paixão

O Capricórnio - União

F(V) Vontade Verdadeira

A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no

processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la

em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de

transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a

seguinte :

F Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)

I Virgem - Virginal, não desflorado

A Escorpião - Mago Sexual

O Capricórnio - Andrógino

F Eu Verdadeiro - Humano Superior

Conclusões

Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de

magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s)

mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas

repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de

Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados

podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.

Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor

sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir

criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item

similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará

em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das

contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais.

Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em

formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.

Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixandoos

para a própria experimentação dos magos.

Apêndice Um : Sobre Simbolismo Alquímico

Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da

alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada

nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou

feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou

forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser

relacionado ao Falo.

A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao

princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da

Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o

fluxo menstrual e o sangue do Leão.

O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em

alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira

Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a

Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a

Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.

Em alguns livros tais como “Sexualidade, Magia e Perversão”

(Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library),

embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é

masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns

escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda

atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria

acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo

alquímico e tântrico para a sua referência.

Apêndice Dois : O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas

Ordens Crowleyanas

O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza

seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e

indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou

inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma

manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve

ser considerada suspeita.

Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em

confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos

pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na

mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes.

A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade

física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o

espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e

com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens ‘aceitas’.

Embora respeitemos aqueles que clamam ‘prova histórica de

linhagem’, a opinião de nossa Ordem é “os conhecereis pelos vossos frutos”

e que “para provar o bolo, só comendo”. Se qualquer ordem ajuda-o a

crescer, então ela é ‘de linhagem’ para você.

A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos

de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da

Ordem astral “Astrum Argum”. Nós reimprimimos vários trabalhos de

referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com

aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou

tradições características, pois não sentimos necessidade.

A experiência é o maior mestre. Tenho dito !

MAGIA SEXUAL DELINEADA

Introdução

“Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente.

A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em

cada detalhe, através de análise íntima e precisa.

O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave

ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para

as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto.

Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem

emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É

meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para

observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com

medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha

uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua

excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e

totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada.

Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam

entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num

espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em

indignação chocada.”

Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas)

Aleister Crowley

Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.

Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da

sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O

sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto,

totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da

necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro,

luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas

forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual

indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.

Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o

controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e

usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser

condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando

da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés

de ser controlado por seu instinto corporal.

As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem

como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos

maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas

fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do

Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.

A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional

A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de

Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau

com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era

primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um

maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que

os O’s eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit)

conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T

também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de

Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos.

Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto,

os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é

transfigurado em estados superiores de ser.

A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley,

muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica

que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da

ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.

O termo Astrum Argum significa “Estrela de Prata” e refere-se a

Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos

dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus

da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a

décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas

letras gregas de Alfa a Epsilon.

Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles

tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação

interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se

torna um dos “Deuses Vivos”.

Santuário Soberano Astrum Argum

O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários

arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com

algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e

Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e

dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente,

enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas

concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser

trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.

Trabalho Pré-Alfa

Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é

imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato

sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do

desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira

que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se

projetar para a realidade.

Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas

de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em

direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta

mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais

dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si

mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.

Alfaísmo

O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação.

Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para

programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é

imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração

não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar

a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do

orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser

praticados neste grau.

O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais

comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos,

ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista

(Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.

Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a

masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um

estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia

Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos

inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o

corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As

últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.

Betaísmo

O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com

ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o

grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas

de Deuses numa plena experiência de sua força.

Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar

sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações

deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual

para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam

fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades

de desenvolvimento interno.

Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um

segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras

formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais,

inteligências não humanas.

Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino.

Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e

pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes

glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente

reais (golem).

Gamaísmo

As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada,

por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir

formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora

trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam

bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais

como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados

no livro “Moonchild” de Aleister Crowley.

Epsilonismo

Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um

reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar.

Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas

ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através

de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é

baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica

homossexual é preferida.

Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo

B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força

apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do

Kala/Túnel sendo usado.

Gamma - Epsilon

Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas

heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas

de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela

força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o

campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de

estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.

A Eucaristia

A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon.

Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade

de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os

sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida

frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao

Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas

de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado

num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e

manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.

Dianismo

Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos

Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação.

Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos

fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados

alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini

do Arcano Delta.

Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses

onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são

aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade

Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência

desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido

após muito preparo.

Qodosh

Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o

prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação

concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer

orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a

prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está

profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará

uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos

Qodosh.

O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos

na realidade.

Deltaísmo

Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini,

incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança,

emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com

todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser

contraprodutivos.

As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de

Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a

ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se

transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do

Humano Superior.

Trabalhos Específicos

Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática.

Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos

compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade

é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim,

apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do

treino mágiko e oculto.

Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia

Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o

Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser

mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.

Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem

se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas

seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar.

São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos

caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gammafrontal

e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de

trabalho.

Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes

com a elucidação das técnicnas e práticas.

A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das

possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras

possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de

acordo com o engenho do mago.

Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte

empírica e portanto a experiência é o melhor professor.

TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO

SANTUÁRIO SOBERANO

ALFA (SÉTIMO GRAU)

Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico,

Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.

BETA (OITAVO GRAU)

Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.),

Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.

GAMMA (NONO GRAU)

Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.

DELTA (DÉCIMO GRAU)

Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia

(chakras).

EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)

Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.

GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)

Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção

de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras

Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.

EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)

Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas

Ocultas.

DIANISMO E QODOSH

Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.

Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia

Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como

programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.

TRABALHOS ESPECÍFICOS

Alfa

- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário

Consagração dos 15 Kalas

Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos

Beta

- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa

Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo

como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)

- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação)

Êxtase/ Oráculo

- Oral / Manual

Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)

Feitiços/Ilusões (29º kala )

Gamma

- Criação, Intuição

Polarizada

- Eucaristia do 19º Kala

Inspiração

- Polarizada

Após a preparação do 14º Kala

Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente

Delta

- Solitário (manual)

24º Kala

- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa

Despertar da Kundalini (arcano da Torre)

- Apolar

Arcano da Torre e do Aeon (oral)

Epsilon

Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º

Kalas)

e Túneis Individuais dos Qlipphoth

A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS

Arcano do Tarot Descrição do Trabalho Grau

Louco Induzir estado de êxtase. Alfa

Glóbulos para exploração astral. Gamma

Trabalhos com Ain. Delta

Magus Controle dos Elementos. Epsilon

Invocação da Vontade Verdadeira. Alfa/Beta

Sacerdotisa Projeção além da Morte. Qodosh

Visão de Kether (Hadit). Epsilon/Gamma

Emperatriz Invocar Babalon e Therion. Delta

Encarnação de Forças. Gamma

Estrela Kalas induzidos como Frio e Limpo. Gamma

Hierofante Invocação de Forças da Terra. Alfa/Delta

Manifestação do desejo. Gamma

Amantes Invocação de Hórus/Set. Epsilon

Experiência de Set como

a camada interna. Epsilon/Delta

Carro Controle do Organismo. Alfa

Luxúria Chave dos trabalhos Gamma/Epsilon

Ermitão Experiência da Vontade Interna

Alfa/Dianismo

Roda Baixa Magia (ênfase em Qodosh).

Ajuste Visões Kármicas. Todos graus

Enforcado Exploração do inconsciente. Epsilon/Beta (oral)

Inconsciente Qlipphótico - morte Epsilon - morte

Exploração Qlipphótica. Epsilon apolar

Arte Transmutação Interna. Delta

Morte Qlipphoth. Epsilon

Diabo Invocação da Vontade universal. Epsilon/

Delta/Gamma

Visão de Pan. Dianismo/Qodosh

Torre Despertar da Kundalini. Delta

Emperador Controle das Paixões. Pré-Alfa

Lua Forças Lunares. Gamma - fertilidade

Feitiços, ilusões.

Epsilon/Beta

Sol Hórus, trabalhos leves. Gamma

Disco solar negro e

chamuscante.

Exploração Qlipphótica. Epsilon

Formas animais.

Aeon Invocação da Corrente do Aeon Todos graus

Universo Magia da Manifestação Todos graus

ALFAÍSMO

Introdução

Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo

baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de

resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias

considerações devem ser trazidas à tona.

Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve

ser forte e portanto, se possível, prolongado.

A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser

prolongado através de através de uma masturbação contínua e controlada até

que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser

usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente.

Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de

importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa

deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara

durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as

profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática.

Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido

após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à

imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas

permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual

funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá

claramente impedir o processo.

O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico

onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu

aprendiz “Não pense em Verde” e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o

experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo

incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente.

Preliminares do Trabalho Alfa

Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa

sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o

sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa.

Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a

potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de

frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um

curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial

orgásmico.

Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma

imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para

muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A

resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não

sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é

possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na

imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o

poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa.

Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las

em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após

certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder

com técnicas posteriores.

Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual

Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo

representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites

normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente

familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os

detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você

possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for

atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso

apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo

relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a

masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo.

Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco

enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se

vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da

realidade alternativa.

Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo

incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e

por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta

maneira.

Consagração Usando Técnicas Alfa

A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais

poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs,

Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem

concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente

mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da

consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os

procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num

estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser

usado na consagração, já purificado ritualísticamente.

Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu

papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a

meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do

resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a

energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada

chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo

correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra

básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que

um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser

consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação

sobre o objeto sendo consagrado).

Um rito completo para este propósito é conhecido como “Criação de

Vórtice pelo Alfaísmo” e está esquematizado no final deste capítulo.

Controle Onírico através do Alfaísmo

O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na

realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre

pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido

como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as

possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do

sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto

reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência

vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações

mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta

vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação

astral-mental para “Sonhar de Verdade” e influenciar sua experiência da

realidade.

O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes

sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente

suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que

influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.

Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de

controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras.

No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de

transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado

onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua

experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica

tende a ser mais efetiva do que “Sonho Criativo” de Dion Fortune, por

permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos

reinos do inconsciente.

A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono,

relaxe profundamente e permita-se cair num estado ‘fronteiriço’ de

consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbese

até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não

atinja o orgasmo ou ejacule.

Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de

sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio

duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado

de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é

que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho

vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo

estágio da técnica de Controle Onírico.

O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar

e envolve um certo ‘truque’. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o

modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a

experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está

ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste

estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado,

durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo

ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar

ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou

entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do

sonho.

Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se

achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e

mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de

atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se

lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que

algum resultado foi ganho.

Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos

meses de prática antes de dominá-la.

Sigilização

“No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma

série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca

tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi

que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um

Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado

esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde

lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como

absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia

dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um

Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas.”

Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico)

S.B. Dasgupta

No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva

esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é

uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no

inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a

frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção

de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio.

Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser

mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se

uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de

letras sem significado, isto enganará o “Censor” da mente consciente mais

baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O

Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para

aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza,

remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas

facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem

significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um

programa com sucesso.

“A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias,

todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos,

e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária.

Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados

com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser

formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve

desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado

alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o

desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e

energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade

Verdadeira ou ‘sonho inerente’.”

Aleister Crowley e o Deus Oculto

Kenneth Grant, Muller, 1978

É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado,

inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É

igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato

por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do

subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a

Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da

mente consciente).

O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é

simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase

específica do que você deseja atingir. Por exemplo, ‘Eu quero a força de um

tigre’. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso,

EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem

devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas

letras podem ser usadas para formar um sigilo.

O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras,

enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico

que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se

esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual.

O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas

formas, ativo ou passivo.

A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal.

A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico.

Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente

e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e

deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes

de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais

ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou

viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e

revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo

ou pedido inadequado.

Variações

Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas

Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas

particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades

pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do

trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente

pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é “Urn

Magick” (Magia da Urna).

A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre

esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram

enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples

presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos

que haviam morrido.

A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na

mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna

simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a

sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do

processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da

mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional

do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos

magos ainda hoje acharão de grande valia.

Outras variações incluem o uso do “sonhar de verdade” para curar e

moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia

Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se

necessário, criar novas para si mesmo.

Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo

varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam

infinitamente na mesma proporção.

Conclusões

Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode

ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade

enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um

estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas

do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e

imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção

aos resultados que desejamos.

Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas

imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação

da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados

o processo da Magia Sexual é alcançado.

Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação

usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the

Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É

dedicado a Rehctaw, a palavra ‘Watcher’ ao contrário, para sugerir a

descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da

mente consciente.

Em português, traduzimos ‘Watcher’ como Sentinela, e sua inversão

como Alenitnes.

“Ó poderosos Alenitnes !

Tu que existe em tudo que é erógeno,

Nós te evocamos !

Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço

Nós te evocamos !

Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo

Nós te evocamos !

Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos

Nós te evocamos !

Pelos conceitos do sagrado intervalo

Dê-nos a carne !

Pela Quadriga Sexualis,

Dê-nos desejo invariável !

Pela conquista da fadiga,

Pela mais sagrada palavra do Céu,

Dê-nos ressurgência eterna !

Nós te invocamos !”

RITUAL DE VÓRTICE ALFA

Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama.

Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um

banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito.

O Rito

O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou

alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento

Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se

dentro de um círculo de velas acesas.

O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Do what thou wilt shall be

the whole of the Law”.

Os magos respondem “Love is the Law. Love under Will.”

O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Quando todos os fantasmas

tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e

relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do

Fogo.”

Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas

pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante...

ORO IBAH AOZPI

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos

invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste.

MOR DIAL HECTEGA

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos

invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte.

EMPEH ARSEL GAIOL

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos

invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste.

OIP TEAA PIDOC

Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco,

espíritos da Torre de Vigília do Sul.

O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar,

invoca os quatro nomes da Tábua da União :

EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA

Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do

fluxo e refluxo da vida e da morte.

Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como

a essência de cada indivíduo ...

“Sagrado És Tu, Senhor do Universo.

Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza.

Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso.

Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas.”

Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os

cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada

mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande

Obra.

Pés - O Caminho Espiritual

Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira

Genitais -Uso correto dos instintos

Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual

Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual

Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no

sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido

(Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII)

“À minha solidão vem

O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores

[ morros.

Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria

[ e eu contemplo Pan.

As neves são eternas acima, acima -

E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas.

Mas o que tenho eu a ver com isso ?

Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan.

Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido...

O perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo

[ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar

numa [ fala bizarra e monstruosa.

O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer.

O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele.

Eu mesmo jogado no precipício do ser.

Mesmo ao abismo, aniquilação,

Um fim à solidão, bem como a tudo.

PAN ! PAN !

IO PAN ! IO PAN !

Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o

sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando

uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com

o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na

imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um

frenesi rodopiante e caiam ao chão.

Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa.

Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo

seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha.

“Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo.

Ó meu anjo

Verta-te em minha alma.

O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor,

A luxúria do Bode,

Meu Anjo, meu iniciador.”

Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada

pelo mesmo processo :

“Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria

Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida

Erga tu em mim, fluindo livremente

Salte, tu me devoras.

(Repita um número de vezes.)

Tu me devora

Salta

Tu me devoras....”

No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada

nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação,

cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax.

Tu me exaltastes

Salta ! Isto ! Salta !

Vê, o estouro das sementes da imortalidade.

Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o

Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos

astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como

completada.

Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é

deixado a realizar seu propósito.

Notas

Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo

como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em

conjunto com sua respiração, cantam “ele cresce, ele respira”.

Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à

pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a

reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor

sem a necessidade de um ponto de foco físico.

O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em

muito o efeito do ritual.

O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.

BETAÍSMO

Introdução

Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do

Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza

masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes

de proceder mais profundamente no Santuário.

O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a

habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O

corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado

tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está

ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as

variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem

treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o

uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral

para atingir uma ampla variedade de resultados.

Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano

Beta.

Manipulação Interna

Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para

refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do

organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas

de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus

estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).

Manipulação Externa

Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal

maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de

energia. esta forma então é usada tanto para “vagar por aí”, como na Baixa

Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de

Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era

estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o

congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos

e até mesmo personagens históricos.

Manipulação Externa-Interna

Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na

Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semiexterna

em relação direta com a “forma externa” que o mago deseja

trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e

direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza

deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser

descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.

Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada

com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias

especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma

compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos

examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.

Assunção Sexual de Formas Divinas

A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso

do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado.

Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante

nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se

fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus

invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não

precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina

pode trazer consigo.

Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou

equivalente irá atingir o fim desejado.

A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso,

algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.

A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas

1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.

Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se

necessário.

2. Vibre o nome do Deus(a).

Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e

sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no

plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.

3. Visualize a forma divina.

Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o

estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.

4. No orgasmo.

Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida,

sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim

com a forma envolvida.

5. Este processo pode ser feito de dois modos.

A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma

dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma

escolhida ou

B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela

forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na

companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente

magikamente controlado.

Formas Animais

As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por

representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No

Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são

a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como “homem

civilizado”. O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da

Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens

de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar

as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.

Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de

consciência seu despertar na “consciência racional” é normalmente

dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num ‘espaço seguro’ e é

melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.

Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à

assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou

Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de

possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que

o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é

“travado” na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o

organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na

consciência.

Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma

animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em

dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou

melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo

círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador.

Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele

deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um.

Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo

invocada.

A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma

fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da

evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um

retorno do poder pessoal destes estágios.

Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais

baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.

O Uso de Máscaras

O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas

formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os

níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas

formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras

também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal

com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de

pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de

aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais

as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas

associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão

especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais

totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além

destes, associações pessoais são o único método válido.

Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas

tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão.

Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor

sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma

ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.

Totens

Todas formas animais devem ser formadas através da experiência

pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes

sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das

visualizações. Estes animais são conhecidos como ‘Totem’ e tendem a ser

externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser

explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um

mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas

técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e

Súcubos.

Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)

De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que

se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai.

A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.

De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos

para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de

ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas

torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo

é criado através da externalização de uma forma astral por um período

extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano

nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado

toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode

também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham

em união simbólica.

Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa

grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser

numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer

atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com

cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual.

Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia

provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-

Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso

utilizada.

Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa

forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre

Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a

natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta

técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária,

enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos

trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.

Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo

das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos

básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida

como a “Igreja de Carmel”.

“Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores

engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de

figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas

usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele

ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual

e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado

desencorporado.”

Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion)

de Francis King.

O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma

forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do

Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que

é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de

projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e

um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.

A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago

a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de

trabalho definidos.

Baixa Magia

Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da

baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas

delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que

pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são

encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver

ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única

exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua

habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos

casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e

sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu

criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a

energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida

diária.

Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a

criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a

técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os

requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares

são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao

alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de

tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma

razão específica para desejar um familiar de maior duração.

Magia com Bonecos

Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no

uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias

de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um

símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão

tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende

ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago

deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a

cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o

molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto

importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de

influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os

reinos astrais.

Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas

pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a

ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para

influenciar o próprio mago !

O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma

conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo

astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser

facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um

elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas

para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos

planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma

forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem

pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma

pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e

dimensões.

Conclusões

Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está

na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do

organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser

alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja,

fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo

durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem

em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de

possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar

as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma

maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do

íncubo.

GAMAÍSMO

Introdução

Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da

polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem

estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como

representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é,

necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e

feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única

exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os

ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente.

A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e

Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e

Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser

manifesto dentro dos magos do ritual.

As Naturezas de Therion e Babalon

“Ele é sempre um sol e ela uma lua.”

Livro da Lei I:16

“Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo

mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser

solares, neste trabalho é alcançado.”

Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working)

A Natureza de Therion

A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e

Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele

guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente

de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada

e é conhecido como a “Esfinge”. Ele portanto tem as chaves para o mistério

da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é

primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de

Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6)

tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3).

A Natureza de Babalon

Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e

Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é

conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol.

A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito

do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da

morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas

paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno

de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se

brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe,

bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da

matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze

torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e

torcem-se.

Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o

congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este

vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O

vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes

têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção

de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos

práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes :

religioso e mágiko.

1. Religioso

Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa

Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as

formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além

da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica.

2. Mágiko

Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas,

indução de estados alterados de consciência, consagração, criança

planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última

técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano

Gamma.

Dianismo

Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada

tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário

na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores

bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este

respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta.

A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida

como “Karezza”, que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica,

quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este

estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o

estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser

usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama

de “hiper-eroticismo” ou “Lucidez por Eroto-comatose” (um esquema

completo é encontrado em nossos comentários sobre ‘De Art Magica’). Um

sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda

perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático

intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este

extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma

habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que

permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem

sigilização e baixa magia.

Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a

técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para

condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de

Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira.

A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo

1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode

se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido.

2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de

sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual

concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve

ser visto como “um sonho dentro de um sonho”.

3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito

como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada

como uma alternativa para destruir o selo.

Qodosh

Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash)

era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO.

Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da

GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau

concerne primariamente com o que podemos chamar de “Controle da

Realidade” ao invés de simples prática sexual Gamma.

O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e

baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-

Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas

como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As

técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos

arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo

melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no

submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de

moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade

Verdadeira.

Assunção de Formas Divinas

A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma

extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta

técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma

complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A

natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de

serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas

variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que

formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto

tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit).

Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso

de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição

pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis.

Crianças Planetárias

O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios

ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos

hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma

mais desenvolvida e prática é “De Homuncula Epistola” publicado como um

documento do nono grau da OTO em 1914.

Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a

atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não

clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes

documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e

embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem

realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a

“OTO de Aleister Crowley” também conhecida como Califado da OTO.

Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e

pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem

comentários de “textos religiosos” de outras tradições espirituais tais como

a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e

analítica.

A definição de um Homúnculo dada neste documento é :

“Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas

qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e

poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração

humana nem habitado por uma alma humana.”

No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem

sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro

‘Moonchild’ (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para

encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta

técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças

planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de

uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é

vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só

após este período é que atrai uma “alma” ou em termos budistas, o feto

desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um

semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da

invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a

esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro

processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é

delineado na “De Homuncula Epistola”, a qual passamos na íntegra.

De Homuncula Epistola

I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho.

Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida

necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do

Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe

Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e

Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível.

II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou

algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo

também harmonioso com a natureza do trabalho.

III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas

especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e

duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo

específicos também são adequados ao trabalho.

E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de

seu trabalho, negando todos os outros desejos.

Então prossiga até que resulte gravidez.

IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E

este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem

procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à

esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente

de Kether deve ser feita frequentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca

deixe a mulher sair do grande círculo.

Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas

impressões, exceto as do espírito desejado. Qeuime o incenso deste espírito

continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas

aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser

invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher

sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo,

realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas

vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver

adormecida.

V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto,

deve-se omitir os banimentos.

VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o

período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se

fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser

constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma

natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a

defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento.

VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para

assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido.

VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada,

de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado.

IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos

poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força

particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este

ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve

serví-lo.

Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu

domínio e tu és Magister Octinomous.

A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo

para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado.

“Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor

e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é

uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de

uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem

nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico.”

SACRAMENTOS SEXUAIS

Introdução

Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas

durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas

sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e

usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa

Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua

posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma

descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no ‘Panarion’ de

Epiphanus, que afirma :

“... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua

própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão

do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu

trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e

dizem ‘nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo’ e eles o comem.”

A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento

sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas

tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é

uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do

Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de “A Eucaristia”.

O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e

ritualística.

1. Uso Ritual da Eucaristia

Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas.

2. Uso Religioso da Eucaristia

Está baseado na manifestação das forças universais através dos

participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais.

Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens

tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam

forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos

envolvidos na Missa.

Consumindo o Sacramento Sexual

É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao

consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro

‘Sexual Occultism’ de John Mumford, ele explica a razão para esta reação

nos seguintes termos :

“... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais

é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções

corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais

(fluidos ricos em nutrientes).”

É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções

sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em

certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas,

através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser

usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias

missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos

sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do

corpo e seeus produtos.

A Fórmula da Eucaristia

A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na

fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat,

são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do

presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain

estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de

qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do

ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote /

Sacerdotisa dentro de qualquer missa.

A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no

Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo

extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os

fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos

representando “a Manifestação” das forças invocadas. No Tantrismo

Gnóstico este sacramento era conhecido como o “Corpo de Cristo”, o pão e

vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais.

Formas de Amrita

Amrita poderia ser melhor definido como “A Ambrósia Psico-Sexual”

e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de

formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do

Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas,

Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal);

Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e

Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também

relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como

ilustrado abaixo.

Gamma de Gamma Frio Puro e Néctar Calmo

Epsilon de Gamma Pó Vermelho

Gamma de Epsilon Pó Vermelho

Epsilon de Epsilon Lava Negra

Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível

subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue :

Epsilon de Gamma Pó Vermelho - Ênfase no Veneno

Gamma de Epsilon Pó Vermelho - Ênfase no Néctar

A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem

ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e

homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas

Divinas assumidas.

Coletando Amrita

Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das

variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito

heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal

após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem

ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos

um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são

coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas

escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato

um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado

na Eucaristia.

Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é

encontrada no que é conhecido como “O Sacramento de Nu”, em termos

comuns, é posição ‘meia-nove’ (69).

O Sacramento de Nu

“Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele

toma para si o corpo de alguém que foi enforcado.”

Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590.

“Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu.”

Maomé

“Invoque-me sob as estrelas.”

Livro da Lei I:57

“Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva

em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit.”

Livro da Lei I:14

O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou

posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob

o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava

de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição ‘meia-nove’.

No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências

descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja

heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os

fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta

forma de magia não é necessária a penetração.

Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado

andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de

energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um

sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme

que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma

variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot.

Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro

participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do

falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do

Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas

Delta para a estimulação da Kundalini.

Apêndice : Exposição da Posição de Nu

Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias

exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é

encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como

uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos,

Herméticos e Thelêmicos.

Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente

profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação

acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do

hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está

presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma

brilhante exposição do Sacramento de Nu.

O LIVRO DAS MENTIRAS

Capítulo 69

O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos !

Este é o hexagrama sagrado,

Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem !

Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta !

O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça.

O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer.

Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder -

ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE

OBRA seja completada no Silêncio.

E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é

Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador,

Não deixa semente e é perfeito em si mesmo.

Pequenas crianças, amem-se.

Comentário Sessenta e Dois

A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o

primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras

arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês.

O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica

dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da

natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta

cabeça como água.

No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o

de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no

Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a

oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o

azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o

símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do

hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado

Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do

trabalho.

O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que

dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida.

No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido.

ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra

criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta

palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o

número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico.

DELTAÍSMO

Introdução

“Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há

alegria,

Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um.

Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra

e eu e a terra somos um.”

Livro da Lei II:26

O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de

Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental.

No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como

esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a

Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo

Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos

magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e

discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de

Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto

acima.

As Dez Facetas do Despertar da Kundalini

Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini

(incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode

ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados

individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano

Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue :

1. Concentração Total

2. Drogas e enteógenos

3. Paradigmas Alternativos

4. Músika (música & mágika)

5. Dança

6. Técnica Sexual

7. Estados Extáticos

8. Estados Impessoais de Êxtase

9. Frenesi Religioso

10. Entusiasmo Dissolúvel

Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a

qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem

como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau

Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa

variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação

da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo

impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto,

esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas

possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago.

Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da

Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem

um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente

individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta.

As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática

1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as

outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas

energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de

acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo

para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na

jornada do arcano Delta.

2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que

provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do

arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da

mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência

alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a

muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias

de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso

só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um

pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação

cuidadosa (certamente não o vício).

3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental

baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle

da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo

de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge

onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação

contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é

levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da

Kundalini é disparada no processo.

Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga.

Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em

estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria

torna-se uma Yôga dentro se si mesma.

4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada

nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som

repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de

estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do

sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica

de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo

físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente.

6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de

possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da

Kundalinibem com um número de variações sexuais.

7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo

ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles

sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato

de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a

manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini.

8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios

usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da

meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc.

10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não

apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova

apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma

ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais

possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo,

hedonismo extremo, ‘body piercing’ e modificações físicas, etc.

Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto

quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre

controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar

desastre para o mago.

Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes

técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo

com o conhecimento, experiências e preferências pessoais.

Alquimia Interna

A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da

Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática

incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é

parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais

fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da

faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante

reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de

purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini.

Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do

Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na

forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma

estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica

autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar

as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas

dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção

oa Sahasrara Chakra.

Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O

método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza

masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora

estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos

Chakras. Esta é a Via Seca.

Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o

fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais

físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua

falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas.

A Torre

A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre

pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um

procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao

falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser

relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os

testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da

coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem.

Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas

imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para

estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a

discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que

deve ser objetivado.

Outras Técnicas

Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo

mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini

que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix.

Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da

Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS

(baseada na letra mãe Shin).

LIBER HHH

SEÇÃO SSS

SUB FIGURA CCCXI

“Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta

vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo

acima. Mas é a morte e a chama da pira.

Ascenda na chama da pira, Ó minh’alma !

Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua

pequena luz.

Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá

expirar em tua grande Nox..”

Liber Lapidid Lazuli, I:36-40

0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua

espinha esteja vertical.

1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam.

2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro.

3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira.

Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima

um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha,

sentindo cada vértebra como uma entidade separada.

Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer

prática posterior.

4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo

como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit.

5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine,

para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de

Hadit.

6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de

Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi

ser seu mestre.

7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e

incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo

outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço

e a falta de objetivo da matéria.

E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar

tua imaginação ali.

8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela

Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor,

ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja

forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder.

9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba

e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada

uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil

e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor,

resista.

10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o

controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda

uma hora, não prossiga.

E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um

suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus

silente e virginal.

11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz,

debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo

e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome

todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade.

12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito...

“Benditos são os mortos que morrem no Senhor.”

Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor !

Conclusão

Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de

maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da

Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da

perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O

procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição

disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser

suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas

sexuais da Kundalini.

É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho

mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no

sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira

Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a

manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo

organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição

Tântrica do Santuário.

EPSILONISMO

Introdução

“Sacerdote junto com sacerdote.

Renomado rei do Cajado.

Venha tu, Hermes, rumo às palavras não criadas.”

O Trabalho de Paris.

Aleister Crowley

A Magia apolar é a natureza do grau Epsilon, seu poder primário é

encontrado no fato de que suas atividades não produzem resultado físico

(isto é, crianças) ou resultado astral. Toda atividade sexual polarizada e,

num grau menor, toda atividade heterossexual produz produzem um

resultado físico (mesmo com contraceptivos) ou astral, este resultado não é

encontrado nos trabalhos Epsilon. Estes são geralmente de uma natureza

homossexual específica e portanto o campo de energia criado não é de uma

forma polarizada e é por natureza extremamente volátil e dinâmica. Os

Sacramentos formados são de uso particular em trabalhos Qlipphóticos e

interdimensionais. A Lava Negra dos ritos homossexuais é de valor

particular para crear intrusões do submundo e formar interações com os

Deuses Antigos em tais tradições como aquelas incorporadas no

Necronomicon. Enquanto que no Sacramento heterossexual apolar na fase

de Lava Negra do Pó Vermelho é conhecido como a Poeira Escurecida e é

de uso menor nestes trabalho, mas tem valor específico nos trabalhos com

atividades do tipo Maatianas e com trabalhos do tipo Vodu como

exemplificado nos ritos mais obscuros de Maat e Hecate.

A importância do grau Epsilon é o maior poder inerente no

Sacramento formado e no trabalho em si mesmo, tão bem particularmente

ilustrado no que veio a ser conhecido como o Trabalho de Paris, que tomou

lugar em 1914 entre Aleister Crowley e Victor Neuberg. Neste trabalho o

sacramento puro de Lava Negra era usado para assentar uma variedade de

forças planetárias que eram usadas como Oráculos para atingir altos níveis

proféticos.

Fórmulas Epsilon

Ao discutir-se a fórmula do grau Epsilon, é importante entender sua

natureza dual. Embora também haja um aspecto dual no arcano Gamma, é

muito mais pronunciado dentro dos trabalhos Epsilon. Em base, na prática

oculta o Sacramento usado dentro do grau Epsilon é alcançado através de

atividade tanto homossexual quanto heterossexual, com um foco nas formas

divinas apolares.

O verdadeiro sacramento criado pela atividade homossexual é a

mistura das secreções de dois machos ou duas fêmeas, em ambos os casos o

título dado para esta fórmula é de ‘Lava Negra’. Isto não tem significado

físico mas refere-se à fórmula dinâmica e Qlipphótica do Sacramento. A

respeito de sua forma física real, em muitas tradições é conhecida como a

‘Neve Branca’ em relação à sua fluidez. Estas duas definições devem ser

mantidas na mente.

A respeito do Sacramento Epsilon heterossexual, conhecido como ‘Pó

ou Poeira Negra’, refere-se à sua natureza como o pólo Lava Negra da fase

de Pó Vermelho no ciclo do Amrita. Este título pode ter alguma

manifestação física por causa de muitos magos usarem o ciclo menstrual da

mulher para aumentar a natureza apolar do processo sexual.

Eles podem também ser aplicados ao sacramento lésbico da Lava

Negra, obviamente, contudo, isto não equivale à versão masculina do

Sacramento a respeito de sua forma física, salvo no título de ‘Neve Branca’.

Intrusões Qlipphóthicas

A natureza volátil do Sacramento Epsilon permite a manifestação de

forças de além dos reinos da Árvore da Vida. Estas forças do Universo B

manifestam-se numa ampla variedade de campos de energia e portanto

podem ser usados para muitos propósitos diferentes. A intrusão

Qlipphóthica mais comum é encontrada dentro dos trabalhos do

Necronomicon, que opera como um grimório para a manifestação dos

Antigos. Esta intrusão é imperativa à vida do mago por operar numa união

simbiótica com o processo da invocação da Vontade Mais Alta e criar uma

transmutação de consciência no mais alto grau. Um bom exemplo de

aspectos deste processo é encontrado no Liber Samekh, é importante

entender como estas intrusões são efetuadas através do sacramento Epsilon

em qualquer uma de suas formas.

A natureza do trabalho Epsilon forma um campo de energia dinâmico

que não está limitado tanto quanto a necessidade de manifestação fisica está

removida e portanto sua energia pode ser moldada para qualquer resultado

requerido. Geralmente, contudo, a natureza volátil do campo criado tem a

tendência para criar uma rachadura na consciência que trabalha para formar

uma porta entre as regiões frontal e dorsal dos Universos A e B. Esta

rachadura pode ser usada para realizar intrusões das várias dimensões na

consciência mundana.

A Missa do Espelho

Um método de realizar essas intrusões é encontrado na ‘Missa do

Espelho’. Esta Missa é uma técnica simples usando uma variante do arcano

Epsilon para disparar uma intrusão/experiência de um segmento específico

da realidade do Universo B. A missa é baseada na colocação de um espelho

a uns 10 metros de distância do mago que é o foco central do rito, o mago é

estimulado de acordo com a ‘eroto-comatose’ até que intervenha um estado

de transe. Não devem ser usadas formas divinas polarizadas.

Ao entrar no transe o mago projeta através do espelho, numa

realidade alternativa, símbolos já escolhidos. Em muitos casos a forma

divina sendo usada manifestar-se-á no espelho durante a experiência. Após

o mago tenha completado o trabalho, ele enmtrará num estado de sono

profundo, do qual ele não deve ser despertado, sendo que é durante este

momento que as energias são regeneradas, preparando-se para a reentrada

na experiência do Universo B. Esta Missa pode ser usada por qualquer sexo

em qualquer modalidade do arcano Epsilon, embora trabalhos do mesmo

sexo tendem a ser mais eficientes com as intrusões Qlipphóthicas

avançadas. Os sigilos usados podem vir de uma fonte tradicional, contudo,

aqueles descobertos por trabalhos de transe pessoal ou visionarização

(scrying) antes do rito são normalmente mais promissores.

A Fórmula Anal

A fórmula anal a respeito do grau Delta já foi discutida em relação ao

seu modo Kundalini no capítulo do mistério da Fênix. Em sus utilização

Epsilon deve ser considerada em conjunção ao arcano Delta, mas com uma

ênfase diferente. O papel do processo anal nos trabalhos Epsilon é como um

órgão não reprodutivo afim à Magia de Urnas. Sua conexão com a

Kundalini permite uma estimulação máxima do organismo psíquico

enquanto não permite uma manifestação exceto duma maneira préprogramada.

A fórmula anal do grau Epsilon portanto é a técnica de intrusão

por excelência, pois permite a acumulação de uma grande quantidade de

energia volátil, que é posteriormente aumentada através de seu eco pelos

chakras e sem qualquer manifestação, permite a total manipulação desta

força de acordo as necessidades do mago. Isto também permite uma

aplicação de Baixa Magia. Contudo, sendo que essa energia tende a criar

uma ‘rachadura entre os mundos’ seu uso é melhor aproveitado nos

trabalhos com forças das Qlipphoth e dimensões alternativas.

Deve-se notar que estes trabalhos são melhores apenas depois de uma

experiência da Vontade Verdadeira e portanto alguma forma de processo

ritual afim ao Liber Samekh ou Abramelin deve ser trabalhada antes destas

operações.

Oráculos

Um uso interessante da fórmula Epsilon encontra-se na arte dos

Oráculos Proféticos. Em muitos sacerdócios tradicionais o papel do

homossexual era aquele de visionário ou profeta (exemplo, Xamãs

Siberianos) e portantodentro deste arcano encontra-se a possibilidade de

uma profecia extremamente precisa. A técnica verdadeira é muito diferente

da Divinação, sendo derivada dos métodos usados no Trabalho de Paris.

Este trabalho, realizado por Aleister Crowley e Victor Neuburg em 1914,

usou uma técnica homossexual (anal e oral) para criar um portal entre as

dimensões e usar os planetas como um sistema de classificação, manifestou

revelações proféticas a respeito de eventos futuros bem como comentários

filosóficos e outros materiais. A chave para esta fórmula é a total

concentração dos magos envolvidos no sigilo ou símbolo sendo usado, a

mente estando elevada com invocações e o ato sexual ocorrendo por puro

intstinto sem foco consciente. Esta técnica embora difícil, cria a

possibilidade de receber vários oráculos e revelações proféticas de uma

variedade de dimensões e realidades. Estes oráculos e revelações devem

sempre ser checadas contra a revelação preliminar sobre o Aeon (neste

Aeon, o Livro da Lei) e contra as regras do bom-senso. Sempre é possível,

devido a um pequeno escorregão em algum aspecto da fórmula, manifestase

uma fórmula corrompida ou fragmentada de pouco valor ou até mesmo

perigosa. Embora o procedimento de receber oráculos seja simples quando

os estágios de concentração e bilocação instintiva sejam atingidos, a pureza

do oráculo é sempre uma questão difícil, apenas por ser totalmente

inflamado em invocação pode a interferência consciente ser limitada e

apenas checando os oráculos e não permitindo interferência egóica pode o

valor real do oráculo ser atribuído.

Androginia Oculta

“Venha tu, Vênus, Nascida do mar, filha do pai.

Escuta tu as canções sedutoras do Pênis, eu oro.

Possa a nossa sina não ser ter as bundas fodidas,

Mas deixe a buceta sempre em chamas com meu amor.”

Trabalho de Paris,

Aleister Crowley

Uma das chaves emite uma compreensão de que a relação entre os

trabalhos Gamma e Epsilon é aquela da Androginia. Em muitas tradições

ocultas a ênfase do balanço entre os arquétipos masculino e feminino tem

sido clara mas a questão da manifestação física destes arquétipos dentro de

tanto um estilo de vida andrógino como na atividade bissexual nunca foi

tornado claro.

No Novo Aeon a ênfase na androginia é clara, Hórus como o senhor

reinante é uma figura andrógina como eram muitas das imagens sagradas

nos cultos de magia através dos tempos (exemplo, Baphomet). De acordo, a

necessidade de balanço destes dois fatores dentro da psique é uma faceta

importante dentro do sistema do Novo Aeon e desde este período o meio

desta época é as secreções sexuais. então a sugestão inerente é a deque o

mago deve desenvolver uma forma de bissexualidade.

Afirmamos uma forma de bissexualidade por causa do cerne da

bissexualidade que tende a refletir uma confusão a respeito da imagem

sexual mais do que uma habilidade real de usar corretamente as energias

sexuais de qualquer sexo. O arcano do tantrismo é baseado no mago sendo

capaz de funcionar com qualquer sexo bem como de usar o sexo como uma

função sacramental. Por assim dizer, a tradição tântrica do Santuário

concebe que todos os atos de cunho sexual para o mago devem ser atos de

“Amor sob Vontade” e devem ser realizados desta perspectiva. Um dos

processos no desenvolvimento da androginia oculta é a experiência da

Vontade Veradadeira e o despertar da força plena do inconsciente. Cada ser

humano está apto a funcionar plenamente com ambos os sexos. Esta visão

tem sido abundantemente clara de vários princípios da psicologia moderna.

Contudo, apenas o mago realmente entende o poder inerente dentro destas

potências duais e está apto a usá-las para seu próprio desenvolvimento

iniciático.

Para muitos a exploração duma sexualidade estranha para a sua

própria é matéria de grande dificuldade, entretanto, será descoberto que

como o mago desenvolve que, através da tradição tântrica do Santuário, seu

impulso sexual aumentará e que um desejo natural surgirá para explorar

ambos os pólos de sua natureza. Isto pode ser posteriormente estimulado por

fantasias masturbatórias como discutido em capítulos anteriores. Para magos

mais velhos este aspecto da Grande Obra pode ainda provar-se um

problema, contudo, estudos sobre Reversão dos Sentidos, etc. podem

oferecer chaves avançadas para superar esta barreira bem como uma

expansão geral dos horizontes.

Uma das facetas mais importantes deste arcano está na tentativa

inerente de transformar a sexualidade mundana no “Frenesi Orgásmico de

Pan”; esta tentativa inerente pode transmutar até mesmo as estruturas

mentais mais rebeldes.

MAGIA SEXUAL NAS TRADIÇÕES GNÓSTICAS

Introdução

“Como crianças são aqueles que entram no reino. Quando vocês,

como estas pequenas crianças, tirarem suas roupas sem vergonha, quando

vocês fizerem dois tornarem-se um, quando vocês fizerem macho e fêmea

numa unidade, então vocês entrarão no reino.”

Evangelho de Thomás

Os mistérios da Magia Sexual não são apenas descobertos no oriente.

Se aceitarmos a hipótese de difusão central e localizarmos o ponto de

partida dos Mistérios na Tartária, cujos restos são encontrados hoje no

deserto de Gobi, então podemos facilmente ver como os mistérios se

espalharam nos templos do ocidente como do oriente.

O Gnosticismo foi de longe o maior culto tântrico dentro da história

ocidental, não podendo ser definido como um movimento pois cobre uma

grande variedade de diferentes teorias e práticas muito afins aos vários

sectos encontrados dentro do Hinduísmo ou Budismo). Contudo, teorias

gerais abraçadas em comum pelas seitas gnósticas e estas formam uma

ligação ocidental importante para as nossas modernas tradições tântricas.

Remanescentes Tântricos Dentro do Cristianismo

Nos trabalhos de John Allegro as origens do cristianismo são, afinal,

deixadas nuas. O cristianismo é mostrado como sendo derivado dos cultos

antigos de fertilidade do Oriente Médio com uma doutrina primária sendo o

uso de ritos sexuais na forma de Eucaristia. Encontramos, num exame, que

os deuses centrais, tanto na tradição grega quanto hebraica, Zeus e IHVH

derivam de um único e comum termo composto de duas sílabas, IA e U.

IA significa sumo e U significa cópula. Portanto, os nomes divinos

destas tribos cifram a imagem do “Sumo da Cópula”. Aqui descobrimos

uma ligação direta entre a presença de uma força externa ao homem e sua

manifestação na Eucaristia do pão e do vinho, símbolos do sêmen e fluidos

vaginais.

É também interessante considerar os ideais sagrados do cristianismo

como restos do ensinamentos gnósticos originais. A Torah, por exemplo, no

Judaísmo é a ‘consumação’ da semente do conhecimento, portanto, em

termos gnósticos, o Alto Sacerdote é o receptor e intérprete da Semente

Sagrada. Isto é ainda mais explícito quando consideramos o mistério sexual

do Tabernáculo Sagrado.

O Tabernáculo Tântrico

O Tabernáculo era o templo sagrado construído pelos povos hebreus

durante sua diáspora pelas terras inexploradas. De acordo com vários

eruditos sua estrutura tem sido assinalada por uma variedade de

interpretações religiosas. Contudo, quando examinamos o tabernáculo

alinhado com o sistema gnóstico do Tantrismo surgem interessantes

paralelos.

O Tabernáculo por todo o Oriente Médio tinha regras específicas e

era uniforme, quando examinado mais de perto descobrimos que representa

o microcosmo terreno do útero. A construção em si mesma é composta de

três segmentos distintos :

- A Côrte Externa ou Portal : representa o Véu ou orifício vaginal até

o hímem.

- O Saguão : representa a própria vagina.

- O Santuário dos Santuários (Sanctum Sanctorum) : Que representa o

Útero.

O Alto Sacerdote do templo vestia robes elaborados cobertos de

seivas e resinas, que claramente simbolizavam a potência do falo, além de

vestir duas placas que representavam os testículos suspendendo a lança

sagrada. Em muitas ocasiões ritualísticas o Alto Sacerdote, sozinho, poderia

entrar no Saguão, enquanto que uma vez por ano o Alto Sacerdote entrava

no Sanctum Sanctorum por um grande ato de penetração, sendo este cercado

por muitos dias de cerimônias religiosas.

Ritos de Batismo

Batismo por imersão ou asperção marcava a entrada de um iniciado

no Culto Tântrico Gnóstico. Nos primeiros sectos tais como os essênios,

este ritual era realizado em dois estágios : os batismo de água e o de fogo.

Um fino exemplo do ritual de batismo é encontrado no culto a Mithra, onde

precedendo o Batismo o iniciado era deitado como fosse um morto

enrijecido e o Hierofante o puxava pela mão direita simbolizando sua

ressurreição numa nova vida. Seguia-se então o verdadeiro ato de batismo,

onde o iniciado era posto num poço, nu, debaixo de uma grade e um touro

ou animal similar era sacrificado sobre o poço para que o sangue jorra-se e

banha-se o iniciado. A isto associava-se a troca do velho nome para a de um

novo nome e um juramento dedicacional.

Esta forma de batismo é bem similar ao das tradições gnósticas salvo

que seu uso de sangue reflete seu tom militar ao invés das práticas usuais do

Gnosticismo.

É encontrado nos primevos cultos gnósticos não influenciados pela

mensagem militar de Mithra que o batismo era alcançado através do uso de

secreções sexuais. Este uso de fluidos sexuais é certamente provado pelos

registros de tais grupos como os essênios. Mesmo na versão bíblica do

batismo de Jesus encontramos o uso da imagem da pomba, que era

especificamente o símbolo de secreções sexuais no culto Essênio.

O segundo batismo, o de fogo, era também conhecido como o ‘Rito

de Shin’. Dava aos iniciados plena admissão no culto de mistérios e era

celebrado po uma ocasião ritual bem como as primeiras experiências do

‘Rito da Câmara Nupcial.’ Seu propósito era marcar a confirmação de um

iniciado

nos mistérios e sua aceitação na e pela comunidade gnóstica.

O Rito da Câmara Nupcial

Nas imagens religiosas do novo e velho testamentos a deidade era

vista como o patriarca de seu povo. No Apocalipse (Apoc. 21:2, 22:17) a

Igreja é vividamente retratada como a noiva de Cristo e na Canção de

Salomão do velho testamento, o abraço erótico de Deus e da Igreja é

explicitamente descrito. Há muito tempo que já é aceita que a alegoria

destes textos é a de que Deus e sua Igreja uniram-se em abraço conjugal.

Nos cultos gnósticos acreditava-se que através da união das várias

facetas dos Aeons (afins às Sephiroth) Aeons posteriores eram produzidos,

estes seguindo até que posteriores Aeons fossem produzidos e por aí vai, ao

infinito. De tempos em tempos os gnósticos celebravam o Rito da Câmara

Nupcial para reconciliar estas forças Aeônicas, tanto externamente quanto

internamente em relação a eles mesmos. O ideal sendo um estado de

androginia divina.

“O Senhor disse num Mistério ‘se você não fizer os dois tornarem-se

um, o macho como a fêmea, o esquerdo como o direito, o que está diante de

você como o que está atrás de você e as coisas acima como as que estão

abaixo, você não verá o reino’.”

O Evangelho de Thomás

Na Câmara Nupcial o sacerdote e a sacerdotisa participantes assumem

a forma divina do Redentor (Soter) e da Sabedoria (Sophia) de acordo com

os ritos antigos, após o qual eles consumam sua união. Seguindo esta

congregação faz-se exatamente com igual força a visualização das formas de

Soter e Sophia. Acreditava-se que estes ritos manifestavam a Shekinah ou

presença do Espírito Santo e transformava os iniciados através de sua união

mística com Cristo. Neste contexto o termo ‘Cristo’ refere-se à sua

semântica na palavra grega ‘Christós’ que significa a força ungidora, o

filho-sol (sun-son) formado pela união do Soter e Sophia. Este rito é, numa

forma primitiva, uma celebração religiosa da Missa Gnóstica (Gamaísmo)

como ensinada dentro da tradição tântrica do Santuário. Ilustra a

continuidade dos Mistérios dentro do ocidente e revela o significado

esotérico destes símbolos que tem sido tão distorcidos pelas Igrejas Cristãs

Modernas.

“Se qualquer pessoa torna-se um filho da Câmara Nupcial, ele

receberá luz.

Se qualquer pesso não a recebe enquanto neste lugar, ele não a

receberá em nenhum outro lugar.”

O Evangelho de Filipe

Os Eleutérios

Os Eleuterianos são um exemplo primal de uma comunidade Gnóstica

e Tântrica primeva, conhecida como “Alento do Livre Espírito”, basearam

sua filosofia no ideal de que se nós somos realmente santificados e estamos

mesmo num estado de ‘Graça’ então estamos além das restrições morais. De

acordo, as coisas que podem condenar um ‘homem da carne’ são as mesmas

coisas que podem ser usadas sem culpabilidade moral para o ‘Homem do

Espírito Livre’. Esta idéia era baseada numa compreensão radical de vários

textos do novo testamento, onde o Novo Eu foi tomado como estando além

dos confins das restrições morais e legais das leis do velho testamento.

“Consequentemente de agora em diante não conhecemos homens de

acordo com a carne, mesmo se tivéssemos conhecido Cristo de acordo com

a carne, certamente não mais o conhecemos. Consequentemente, se qualquer

um está em união com Cristo, ele é uma nova criação, a velha passa ao

longe. Olhe ! Novas coisas tomaram existência.”

2 Conríntios 5:16,17

“De tal liberdade Cristo nos vê livres. Ainda assim fique alerta e não

se deixe confinar novamente numa escravatura opressiva.”

Galations, 5:1

Ampliando esta filsofia, o Alento do Espírito Livre, mais tarde

conhecido como a Intelligentiae Homines (Pessoas com gnosis),

desenvolveu sistemas de misticismo sexual usando técnicas afins ao

Karezza. Estas eram usadas induzir estados de êxtase bem como revelações

e visões. O serviço da Igreja era feito nu e os sacramentos das secreções

sexuais eram usados bem como uma imensa variedade de técnicas sexuais

usando códigos bíblicos como cifras. Por exemplo, o Karezza era conhecido

como o ‘Rito do Fluxo Ascendente do Jordão’. Este culto gnóstico em

especial sobreviveu muitos séculos, em 1516 Hieronymus Bosch, o famoso

pintor, era um membro de um grupo derivado do Alento e historiadores

modernos até descobriram ligações entre eles e os primeiros Anabatistas.

O Mistério de Shin

Ao examinarmos a história do Tantrismo Gnóstico, a questão de sua

relação à Magia Sexual moderna pode surgir. Para entender esta relação

devemos examinar o Mistério de Shin em relação às práticas Gnósticas e

Tântricas. O movimento moderno em direção à realização da Gnosis na

Magia Sexual pode ser dividida em três movimentos distintos, cada um

relacionado a um aspecto do Fogo do Triplo Shin ou Shekinah.

O Fogo do Corpo

Este fogo é encontrado nas técnicas físicas da Magia Sexual que

oferecem ao mago a habilidade de aprender e usar o organismo físico com

seus fluxos e refluxos para atingir crescimento espiritual.

O Fogo do Espírito

Este Fogo é a essência dos Mistérios, compreendendo a matriz astral

da Astrum Argum que engloba a corrente de Thelema (93) e a de Maat

(896) para guiar aqueles que buscam o estado de Humano Superior.

O Fogo da Alma

O fogo é o personagem ou forma. É forma pela influência conjunta

dos fogos opostos do corpo e do espírito e tem uma grande variedade de

aplicações. É pessoalmente adaptado pelo indivíduo de acordo com a

personalidade, cultura e período de tempo. Como foi escrito sobre uma porta

de um templo budista no Ceilão : “Para cada cem monges, há cem

religiões.” Assim também é o fogo da alma, que se amolda numa variedade

de fórmulas e personagens.

Estas possibilidades ilustram como a mensagem do Novo Aeon é com

certeza uma mensagem para todos, podendo ser adaptada a uma amplitude

enorme de almas e culturas, enquanto é sustentada a pureza da mensagem. O

fogo de Shin é um símbolo da corrente que está varrendo a civilização e irá,

em seus vários aspectos, transformar e transmutar aqueles que estão prontos,

no próximo estágio de desenvolvimento pós-humano, o Humano Superior.

O TAROT SEXUAL

Introdução

A magia sexual é inerente às vinte e duas imagens dos arcanos

maiores do Tarot Egípcio (O Livro de Thoth). Sendo que o Tarot teve suas

origens muito além da base ideológica do Antigo Egito e muito

provavelmente nas areias da Suméria, a verossimilhança de um Tantra

secreto dentro de suas imagens é muito forte.

Quando consideramos que um dos nomes do Tarot é Rota ou roda,

entramos em contato diretamente com o conceito do circuito psico-sexual

descrito anteriormente. Já discutimos o uso prático dos Caminhos na Magia

Sexual. Aqui objetivamos primariamente examinar o simbolismo sexual

inato de cada arcano e deixamos a aplicação prática para o mago. Um

conhecimento prévio do Tarot de Thoth deve ser sugerido para que se possa

apreciar plenamente os detalhes dados a respeito de cada carta. Mantendo

cada carta em vista ao estudar este capítulo também seria de grande ajuda.

O Simbolismo Tântrico

Ao examinarmos os glifos dos vinte e dois arcanos maiores,

descobrimos que cada um contém um tipo específico, por assim dizer, cada

um focaliza um imagem específica (normalmente humana) que pode ser

relacionada a fenômenos estritamente biológicos. Não queremos dizer que a

interpretação deva ser baseada no físico, mas sugerimos que dentro de cada

arcano está um glifo secreto delineando o processo físico pelo qual um

estado alterado de consciência, em relação direta com a imagem contida no

arcano, pode ser disparado. Numa certa extensão eles são precedidos pelas

letras hebraicas que, por meio do simbolismo, sugerem uma inferência

sexual para cada arcano. Por exemplo, a chave da Torre é atribuída a Peh,

cuja imagem é a boca, a relação simbólica da Torre fálica e da boca

precedem a imagem sexual da carta, que é, em parte, uma fórmula de sexo

oral.

Os Arcanos da Magia Sexual

O Espermatozoon

O louco, criança do Espermatozoon representa o que é entendido

como o Duende ou pequeno Eu. Este diminuto eu é projetado para fora da

consciência usando técnicas Alfa ou Beta e realiza as tarefas ordenadas pelo

mago. Pode ser usado para explorar dimensões alternativas e realizar atos de

feitiçaria. É um estágio mais evoluído do que o Espermatozoon sugerido no

arcano do Ermitão pois não é uma simples projeção da psique treinada mas

um aspecto parcial da Vontade Verdadeira colocado em ação.

A letra Aleph retorna a essa atribuição pois simboliza uma criança ou

arado, a criança sendo uma imagem do Duende ou pequeno eu e o arado

representando o pequeno eu sendo uma ferramenta da Vontade Verdadeira,

cultivando os campos da eternidade. Sua cor é de um branco iluminado (em

Atziluth, Briah e Yetzirah) refletindo a alegoria do sêmen.

O Andrógino

O Andrógino é o Senhor da Casa de Deus, seu reflexo mais baixo

encontra-se na bissexualidade do diabo, enquanto que o Andrógino

representa a integração perfeita das várias modalidades da sexualidade

humana. O número atribuído é dois, refletindo a dualidade do Andrógino

que manifesta sua androginia na expressão sexual com ambos os sexos. Isto

também pode ser visto na imagem da Casa de Deus com suas portas frontal

e dorsal. Os quatro elementos que o Andrógino usa são as facetas de seu

próprio organismo : a vareta Fálica, o cálice Anal/Vaginal, a espada do

Intelecto e o corpo inteiro como um Pantáculo. As associações mercuriais

relacionam o Andrógino ao Néctar Frio da Deusa e a paixão do Capricórnio,

bem como as outras atribuições relativas às secreções Sattva.

A Sacerdotisa

A Sacerdotisa é o Camelo que cruza o Abismo, na simbologia

cabalística. Na magia sexual o camelo é entendido como o armazenador dos

fluidos sacros, que os coleta e os mantém por um período e então os expele.

A conexão lunar enfatiza a associação deste arcano com os Kalas. Portanto

este arcano é o símbolo da Yoni por excelência.

Amor Sob Vontade

Amor sob Vontade juntará a força fálica de Chokmah/Therion e a

força vaginal de Binah/Babalon. Independentemente do incômodo da

orientação física e sexual a atribuição da porta ou portal (Daleth) ilustra a

chave física da fórmula, congresso sexual usando formas divinas

polarizadas. O número quatro sugere, mais uma vez, o balanço da fórmula

dentro deste arcano e seu poder de manifestar-se nos quatro mundos (quatro,

tettragrammaton, esfinge, etc.)

Identidade : Estrela

A identidade Estrela sugere o fluxo de Amrita em sua pureza. Seu

reflexo sendo encontrado nas correntes do arcano da Arte. A Identidade

Estrela exibe os mais altos fluxos de Kalas cósmicos comibnados como na

Arte, mas totalmente transformados pela força inata da vontade humana.

Sua chave astrológica é o signo Aquário, o fluxo de Kalas numa base

macrocósmica que é manifesta nas secreções corporais, que no alfabeto

hebraico (letra He) é simbolizado como a Janela do organismo físico

(masculino ou feminino). Isto também sugere as possibilidades

interdimensionais de fórmula sexual, abrindo uma janela para outras

dimensões através de secreções Kalas programadas.

Papéis Sexuais

Papéis Sexuais é o título do arcano tântrico do Hierofante, onde

temos a imagem de balanço sexual como sugerido no andrógino manifesto

da personalidade dual como ilustrado neste arcano. O símbolo hebreu do

Prego (Vau) sugere o poder fálico do masculino destes papéis mas é

contrabalanceado pelo fato de que Vau é seis e sugere o balanço masculino

e feminino do Hexagrama. A ênfase astrológica sugere não o balanço de alto

e baixo do Andrógino mas a presença deste balanço na vasilha da terra.

União

União é a chave do balanço dos aspectos da sexualidade, interna e

externamente. É atribuída a Gemini, os gêmeos, e portanto enfatiza a

dualidade em seus trabalhos. Por assim dizer, o uso externo de técnicas

sexuais trazendo mudanças internas de consciência. Gêmeos é governado

por Mercúrio e portanto vemos que a natureza desta carta é transicional,

trazendo a união permanente da dualidade no Magus ou Andrógino de

Mercúrio. A imagem associada com a letra hebraica é a Espada, que

combina o poder fálico da lâmina com a força feminina da bainha. Mesmo

dentro da letra em si, Z-aiyn, vemos a polaridade de Z ou S como a serpente

e Ain o vazio do útero cósmico.

Paixão

Paixão é a chave para a Grande Obra, representando a prática das

artes tântricas e ocultas que usam o corpo instintivo como um veículo ou

carruagem (mercabah) pela qual a Verdadeira Vontade experiencia o

Universo. A letra hebraica desta chave é Chet, que, quando totalmente

numerada chega a 418, o número da Grande Obra. Seus símbolos são o

cercado e a cercania que representa a necessidade de estrutura e controle

sobre os veículos mais grossos, enquanto Câncer sugere o balanço

intrincado que demanda seu processo de controle. Como se notará da

imagem da chave da Paixão, os quatro animais da esfinge, os poderes da

paixão não são controlados por cordas externas mas pelo poder da

Verdadeira Vontade.

Ajuste

O arcano do Ajuste representa o processo de ajuste das facetas de

nossa experiência sexual para que estejam sintonizadas com os fluxos das

correntes aeonicas prevalecentes. A chave é assinalada a Libra, governado

por Vênus e com Saturno exaltado. Isto nos dá a chave para interpretar este

arcano, Vênus, as energias da paixão são transformadas através do ajuste de

acordo às técnicas de magia sexual em uma forma de Libra balanceado, que

é levado a Nuit, sendo um de seus guias Saturno ou Babalon. Como será

notado esconde-se sob a imagem de Saturno ou Babalon, também, o glifo de

Set.

Semente Solitária

A Semente Solitária ou Ermitão é a fase do Louco divino do

Espermatozoon, sendo atribuída a Yod, a Mão e portanto sugere a fórmula

Alfa, ativando toda Árvore da Vida (Yod=10) através da técnica de controle

de imagens. Na mão o Mestre da Semente Solitária é a lanterna, contendo

em si o fogo primal do instinto sexual através do qual o Mestre adquire seu

poder. Sua atribuição a Virgo sugere perfeccionismo requerido para o

Ermitão ganhar seu prezado status, enquanto seu governante e signo de

exaltação sendo Mercúrio, a pureza do elixir ganho desta atividade sendo

também sugerida (isto é, Mercúrio, Sattva, Néctar Frio) bem como o

conhecimento ganho através do recolhimento e estudo.

A Palma

A palma (Kaph) expande o uso da mão do ermitão. Através da palma

da mão o Mago está apto para realizar mudanças no mundo (Roda da

Fortuna) através do uso de controle onírico e moldar a realidade (arcano

Beta), ilustrados na carta estão as três formas de Gunas que simbolizam a

classificação tripla de Kalas e do Sacramento. O arcano é atribuído a Júpiter

e portnato sugere a via destas técnicas para que o mago possa dominar as

sete sephiroth abaixo das supernais e até mesmo tornar-se o Demiurgo, mas

apenas se dissolver as facetas desbalanceadas da personalidade ele poderá

cruzar o Abismo. Dentro desta mensagem está o aviso de que um mago

usando técnicas Alfa/Beta solitariamente pode tender a auto-obsessão e

egoísmo a menos que trabalhos mais altos como Gamaísmo e Epsilonismo

sejam usados. Esta é nossa experiência também.

Luxúria

A carta da Luxúria explica o fogo instintivo que o mago usa.

Relacionado diretamente à chave da Corrente (Shin) mas é diferenciada pelo

fato de que naquela ela é formulada internamente, enquanto a corrente é

tanto uma micro e uma macro manifestações. É atribuído à letra Teth, cuja

imagem é a cobra, que relaciona sua força básica até à da Kundalini. A

atribuição astrológica de Leo é importante pois simboliza Sekhmet, a Deusa

do Calor Instintivo. Portanto, chegamos a entender que a Luxúria é uma

combinação de força instintiva e energias da Kundalini controladas pela

Vontade sob a guia da corrente aeonica. De alguma forma, a Luxúria

poderia ser vista como o mais baixo dos Yod triplos ou Shindentro da chave

da corrente do Novo Aeon.

Ressurgência Atávica

Esta chave representa o uso de técnicas sexuais para mergulhar no

inconsciente. A letra Mem associada a esta carta está relacionada ao

conceito de sangue e sugere que a exploração do incosciente é difícil e

dolorosa e envolve trazer à tona velhas programações mentais para

investigação. Portanto, o Enforcado está pendurado sobre a água ainda que

muito de seu corpo não esteja afundado nela. A letra hebraica Mem é

também uma letra mãe, sugerindo a gravidez pela qual o inconsciente existe,

os grandes montes de poder que estão contidos dentro de suas formas e ao

qual pode ser dada a luz através da Magia Sexual. As crianças desta união

são dissolvidas, exterminadas ou deixadas crescer dependendo de sua

utilidade, a imagem das crianças aqui, é claro, relacionando-se aos

programas inconscientes e quão difícil pode ser destruí-los e ainda, em

muitos casos, as programações são como parasitas drenando nossa força

vital a partir da superfície.

Orgasmo

Sexo e morte têm sido sempre inter-relacionadas, em Aeons passados

experienciamos o sexo através da via de ideal sacrificável para, estando o

sexo sob uma capa de pecado. A morte no Novo Aeon é experienciada

através do sexo para que a paixão absorva todo medo e nos trasnforme em

veículos sexuais vivos. A atribuição de Escorpião sugere a fórmula do

Orgasmo, é a serpente Kundalini, mas pronta para dar o bote, sendo esta

mordida letal para o não iniciado e iluminadora para as crianças das

Estrelas. Escorpião é governado por Marte, que é o aspecto marcial de

Hórus, o Senhor do Aeon. Marte destrói o não iniciado através da guerra e

sanguinolência e salva o mago através da paixão e secreções sexuais. As

imagens associadas com a letra hebraica Nun são o peixe e a água, portanto

sugerindo a relação entre Ojas e os fluidos sexuais, sendo a chave para sua

correta utilização a programação do Orgasmo com o poder da Verdadeira

Vontade.

Transmutação

A Chave da Transmutação relata a preparação do Sacramento, onde

sua pureza final é alcançada na Estrela. Neste arcano encontramos a Flecha

de Sagitário penetrando o Arco-Íris que é formado pelos últimos três

caminhos da Árvore da Vida (conhecidos como Qesteth). Este simbolismo

sugere o congresso usado e o Amrita coletado “no começo e no fim do arcoíris”.

Na carta vemos a mistura das secreções, sua união no caldeirão (que

pode simbolizar uma Yoni ou uma ferramenta separada como o Cálice) e

seu poder resultante que é simbolizado pela figura andrógina unindo-as. O

andrógino atingiu este estado através do uso da Estrela, cujos primeiros

estágios são encontrados na chave da Transmutação (Magus formado pela

Estrela, cujas origens são a Arte.)

Bissexualidade

Aqui temos o reflexo mais baixo do andrógino, o Mago Bissexual, as

forças da sexualidade dual têm sido estimuladas mas ainda estão sendo

refinadas. Portanto sua dualidade é ilusória. Por trás destas imagens estão a

perfeição do Eu, o Olho ou Ayinque existe em Ain. O verdadeiro mago é

andrógino e usa ambas experiências sexuais com naturalidade como

expressões da Vontade Verdadeira. O diabo é uma expressão da crença de

que a androginia é composta de funções duais, separadas uma pela outra

como na bissexualidade. Esta ilusão só é rasgada quando o mago passa pelo

diabo e vai para Ain.

Kundalini

A Torre/Falo é a Kundalini como descrita nos textos hindus, ligada ao

Sahasrara através do canal Sushumna na espinha. Este sendo estimulado

através do uso de técnicas masturbatórias como visto na Semente Solitária e

na Palma e pela fórmula oral como visto em Pe, cuja imagem é a boca.

Inerente ao arcano da Kundalini é o pleno despertar da Kundalini que

explode a consciência para uma fase mais alta. Neste entendimento a boca

pode também referir-se à coleta de Amrita através da sexo oral a partir do

centro da Kundalini manifestando-se nas genitálias durante o despertar da

Kundalini. Isto pode ser aplicado para qualquer sexo pois a Torre é inerente

ao Sushumna ao invés de ser apenas um apêndice masculino.

Sublimação

O assunto da Sublimação está atracado ao arcano do Imperador. O

Imperador liga Netzach a Yesod e representa o uso controlado da paixão e

da luxúria alinhadas com a Vontade Verdadeira. Portanto, a imagem

relacionada é o Anzol, isto é, o gancho da paixão que fisga o adormecido.

Deve-se lidar com as energias sexuais de uma maneira ou de outra, elas

podem ser sublimadas e usadas internamente como detalhado no arcano

Delta ou usadas em ritos de magia sexual. Em qualquer caso sua força deve

ser reconquistada e usada com cuidado. Na feitiçaria sexual moderna é

entendido que a sublimação pura ou uso constante não são as respostas, um

sistema cuidadosamente balanceado de magia sexual pessoal baseado no

uso de todo o espectro de práticas é o melhor e mais bem sucedido caminho

para a iluminação.

Yoni

A Yoni já foi glifada na Alta Sacerdotisa, esta manifestação,

entretanto, é mais de Babalon, a imagem sexual de Yoni ao invés da

espiritual. Aqui temos a imagem de Qoph, a nuca, onde os impulsos sexuais

se originam e a Yoni, onde eles se manifestam. Deve ser compreendido que

neste contexto a Yoni refere-se ao ssexo feminino, contudo, suas forças

também se manifestam no macho, na região Kanda. Este é um espaço

triangular acima da púbis.

Falo

O Falo foi glifado no Andrógino, onde é visto seu papel na

consciência unificada. Aqui temos o poder fálico em seu papel sexual

ilustrado originando-se nos veios frontais e manifestando-se no falo. na

fêmea é o clítoris.

Corrente

A Corrente é encontrada no poder triplo de Shin, seu símbolo é o fogo

divino, a intoxicação do instinto como englobado no impulso evolutivo. É o

fogo triplo que reúne o corpo, alma e Vontade e encapsula a corrente no

organismo transformado, personagem e Vontade do Humano Superior.

O Corpo

O arcano final é onde tudo está embasado, o organismo físico cuja

imagem é o Tau, a cruz de Set. A cruz ou Falo de Set ilustra a extensão de

Ain na mais material das realidades e ainda, ao mesmo tempo,

permanecendo inerentemente puro e capaz de ascender aos limites da

matéria para readquirir seu status espiritual.

Ath

O ciclo está completo.

De Aleph a Tau como entendido nos Mistérios da tradição tântrica do

Santuário, o circuito psico-sexual como manifesto nos vinte e dois sigilos.

Se reunirmos as letras Aleph e Tau, o resultado é Aeth ou Essência, a

Verdadeira Vontade e essência sexual, os Kalas. Seria até mesmo correto

dizer que a manifestação corpórea ou emissário da Vontade Verdadeira é a

força dos Kalas ou Ojas, pois através de seu uso podemos viajar de volta

àquele rio de instinto e paixão e experienciar novamente a essência primal

em sua fonte.

Para completar este capítulo, oferecemos a seguinte Tabela de

Interpretação Tântrica do Santuário dos Vinte e Dois Arcanos do Tarot.

TANTRISMO DO TAROT

Tantra Interpretação Tarot

1. Espermatozoon Eu Anão, Pequeno Eu Louco

2. Andrógino Mestre Andrógino Magus

3. Sacerdotisa A Yoni Sacerdotisa

4. Amor sob Vontade Polaridade e Cópula Emperatriz

5. Identidade : Estrela Amrita Puro, Vontade Verdadeira Estrela

6. Papéis Sexuais Equilíbrio dos Papéis Sexuais Hierofante

7. União Equilíbrio da Sexualidade Amantes

8. Paixão Controle dos Institntos Carro

9. Ajuste Alinhamento com a Vontade Verdadeira Ajuste

10. Semente Solitária Arcano Alfa Ermitão

11. Palma Arcano Beta Roda

12. Luxúria Instinto e Kundalini Luxúria

13. Atavismo Exploração do Inconsciente Enforcado

14. Orgasmo Eros como Iniciador Morte

15. Trasnmutação Sacramento Sexual Arte

16. Bissexualidade Ilusão da Dualidade Diabo

17. Kundalini Kundalini Torre

18. Sublimação Uso Correto do Sexo Emperador

19. Yoni Corrente Lunar Lua

20. Falo Corrente Solar Sol

21. Corrente Fogo do Aeon, Humano Superior Aeon

22. Corpo Organismo Físico Universo

Ath Aleph + Tau Essência

INICIAÇÃO A THANATOS

Introdução

Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos

Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das

secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação

superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali.

De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de

atividade.

Tara Poder de Creação

Sodasi Materialização do Desejo

Bhairavi Infinidade de Formas

Bhuvanesvari Forças Materiais

Chinnamasta Distribuição da Força de Vida

Dhumabati Forças da Paixão

Bagala Destruidor do Desequilíbrio

Matangi Dominação

Kamala Unidade

Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz

Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa

Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e

destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas.

Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos

Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo

invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele

da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são

queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no

vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são

transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita.

Uma Descrição de Kali

O termo Kali vem do radical ‘Kal’ que significa ‘impelir’. Kali é a

Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os

aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara

da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim

àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que

‘Osíris é um Deus Negro’ e o neófito fica face a face com Set, o Senhor

Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à

experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano

Superior.

Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro ‘Caminho

Tântrico’ (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e

Hudson, 1977.

“Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste

aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a

semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento

da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da

natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento.

“Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela

inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência

desintegradora, Kali é representada em preto ‘pois todas cores desaparecem

no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem’ (Thanirvana

Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência

massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela

é descrita como ‘digambar’, trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre

de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade,

uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado,

‘Clokeshi’, forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério.

Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das

cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e

conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o

poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os

principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma

ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos

subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é

condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam

as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos,

símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua

vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de

existência conduzindo para Tamas, inércia.

Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada,

indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com

a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o

medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado,

primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto

Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não

dualidade.”

Iniciação a Thanatos

Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou

morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era

através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era

ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no

velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do

ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida

começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar

experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação

de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das

facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos

Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali.

Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu

Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é

aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente

a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a

diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu

e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma

maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma

de trabalho.

Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte,

como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção

AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem

ser superadas.

A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor

e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as

imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e

negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é

afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese.

Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais

imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne

sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as

coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais

terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de “cruzar

o Abismo”.

Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para

mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação

possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e

tantrismo.

O Solo de Cremação

O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de

todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais

de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual tornase

um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente

a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é

acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas.

As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas

demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e

destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é

normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor

não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para

experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram

este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato

em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da

feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o

iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento

e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio,

terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas

dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro

manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste

processo de ‘cruzar o Abismo’ é que é possível a total manifestação da

consciência do Humano Superior.

A Sombra

“ O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma

experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do

significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no

encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria

realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela

parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não

enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da

qual se alimenta e a base na qual se sustenta.

“Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até

que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente

conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos

vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou

esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro

passo em direção à individualidade.”

A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),

de Edward C. Whitmont

O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada

através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a

faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para

que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta

Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de

nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo

após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes

conhecida como o “Habitante da Entrada”. Esta força de crise leva-nos a nos

ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve

desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é

refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de

Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base

macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena

experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a

verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado.

Kali como Matriz Iniciática

Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo

as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros

moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As

verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos

sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é

intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva.

Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas

as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano

Superior através da total visão da realidade.

Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali

encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 :

Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como fome,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como energia,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão,

Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,

Reverência, reverência.

DOCUMENTOS

DE FONTES

TÂNTRICAS

DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES

COM OS HOMENS

Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da

OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion).

Introdução

“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo

de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o

juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre

Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe

da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.

O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e

portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o

assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo

disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos

Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste

documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e

maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles

são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a

revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios

ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta

segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam

um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições

devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles

que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade

Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na

mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o

mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática

da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários

em fonte normal.

SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS

DEUSES COM OS HOMENS

DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS

Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido,

que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente

Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos

Iluminatti, Saudações e Paz.

Sob o selo de obrigação do VIII.

Sobre a Castidade

Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda

contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela

tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades

foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais

nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade.

A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção

adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo

grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,,

que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e

como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos

membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos

aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o

que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na

falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos...

‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo

mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos

membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a

Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus

como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza

da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos

da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos

membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis

escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos

tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos

envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres

do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para

santificação e, por fim, vida eterna.’

Romanos VI : 12 e 13, 19-22

Considere também estas passagens do Velho Testamento :

‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de

maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo

testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah,

o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um

filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-

Baz.’

Isaías VIII : 1-4

‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então

o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de

prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do

Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu

e deu à luz um filho.’

Oséias I : 2 e 3

‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu

amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles

olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por

quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me

suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro

homem, assim eu também te suportarei.’

Oséias III : 1-3

O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME

são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos

como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a

remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os

magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição

dos Mistérios da Magia Sexual.

O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da

Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e

traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o

conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e

‘castidade’ como abstinência.

A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica

focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a

invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que

todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu

Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o

organismo através do sistema Chakras-Kundalini.

Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a

respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das

forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o

Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter

entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa

pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua

posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu

Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo

de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo).

Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.

Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade

Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o

significado real da Castidade e Brahmacharya.

Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de

Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no

papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No

último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos

Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos

vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na

Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do

Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.

UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA

Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a

comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente,

sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista

que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios

humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela

comunidade ocultista moderna.

O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido

do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus

sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e

quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e

circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de

Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.

As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum

Hominibus” foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que

a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era

um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus,

Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e

estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por

exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por

dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se

masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções

seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas

sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.

No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código

para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que

um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções

com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os

thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para

qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para

seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um

humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.

Sobre os Ritos de Sangue

Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o

sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um

adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que

nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não

escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido

como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o

espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é

multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito

que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu

sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua

eficácia.

Considere isto.

Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças

sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de

judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um

conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos

sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa

análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada

gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e

que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade

cristã.

O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade

nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto

(se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaicocristã.

Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia

Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina

esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são

extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa

escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por

atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em

zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa

deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é

batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a

consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso

como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as

doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada

do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem,

era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago

untava uma figura inefável de Baphomet.

Considere isto.

Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de

Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava

fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado

como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento

era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos

Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de

‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no

texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados,

expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico

relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que

acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem

pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas

básicos !

Sobre a Missa Negra

Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até

hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto

materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão frequentemente

ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida,

Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus

próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles

mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios

dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula

fundamenteal era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote

portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente

poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava,

definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria.

Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sansões que

perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato

eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu

trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio

do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos,

adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua

revolta devem ser reis.Pois não são na verdade as excentricidades

simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que

deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.

Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções

anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de

qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa

estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é

simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente

rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da

Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos

próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa

ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara

e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.

A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua

sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas

palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar

judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou

produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam

a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um

produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.

Do Sabbath dos Adeptos

Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro

caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa

ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada,

havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz

para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em

certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou

montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços,

chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era

na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os

Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos

Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de

companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela

ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente

induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela

consumação do rito de casamento. Considere isto.

O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é

o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a

Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos

Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento

estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à

força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos

Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao

ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.

Sobre Fábulas Clássicas

Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo

nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e

Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte,

Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis

trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses

verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também

eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus

por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de

penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de

Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há

limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos,

brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas

pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e

novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes

fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras

jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da

ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma

mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que

não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora

desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de

Actaeon por Artemís. Considere isto.

A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso

de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas.

O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma

manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é

ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados,

Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada

ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.

Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a

fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve

ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de

Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é

dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida

com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do

sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda

da vontade mágika.

Sobre Certos Ritos Gregos

Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos,

por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de

Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn

do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano

não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está

unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava.

Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos

em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência

interna incita e daí a intuição. Considere isto.

Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em

conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto,

sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga

devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a

‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem

escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria

comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos

através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.

Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais

tradicionais de trabalho dos caminhos.

Sobre Súcubos e Íncubos

De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no

sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos

sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em

qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna

dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os

doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com

suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em

mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções

femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes

monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que

tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado

Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados

muitos heróis da antiguidade. Considere isto.

As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da

emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico

quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não

controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada,

criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é

associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo,

que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos

associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono

ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de

grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas

astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas.

Sobre o Trabalho dos Adeptos

Não é apenasuma provação e como uma preparação para, a maior

chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por

sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um

trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por

Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ...

1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se

acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que

a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a

alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o

corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti !

“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”

2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma

ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e

feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço

pela união com o homem.

3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.

Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos

básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações

práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o

procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas

astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é creada,

um novo eu; o Eu Verdadeiro é creado e moldado e nasce através da

consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e

súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas,

reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste

processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação,

na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.

A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os

estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a

creação de novas ordens de seres.

Casamentos Maiores

1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da

fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV.

2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o

adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na

imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que

ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil

e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e

plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão,

concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa

e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num

talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo

por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a

Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua

fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo

menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito

sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no

palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber

CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar

de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a

conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico

chamado Bagh I Muattar.

Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu

e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro

da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia

devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo

baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a

imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o

último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma

que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual).

Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem

focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas

quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora

uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino

é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir

a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua

interação.

No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às

supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono

Aethyres.

Casamentos Menores

Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente

desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.

1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e

de todas as formas merecedora de amor.

2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a

esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que

isso também é serviço a sua alta Dama acima.

3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele

regule seu serviço, apontando horas para cada um.

4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra

seus truques.

Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los

de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir

Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e

fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são

menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são

tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e

afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no

livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha

e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras

que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na

arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da

grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até

mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o

governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu

podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E

aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar

apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.

Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer

entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência

externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca

por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através

de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro

requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que

estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição

que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.

Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o

sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em

muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden

Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia

Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais

teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas

planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic)

também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como

mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente

perturbadas e aflitas estrelas no preparo.

Sobre o Novo Santo Reino

Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e

disse : ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei

na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut.

Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade

veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut

revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e

Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas

multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu

coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole

como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três

deuses...’

Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o

céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as

coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro

masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores

que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles

desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e

uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres

para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de

vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor

abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor

de seus Deuses em sua creação.

O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples

formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e

feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto

quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é

experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias

faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram

separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo

pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a

androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.

Sobre a Danação

Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do

Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado

sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de

desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e

comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária.

Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo

do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem

precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia

de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem

agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu

coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e

escudo de sua própria autoridade.

“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é

fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre

polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é

ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos

que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel

até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e

jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua

herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês,

não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto,

por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato

sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o

serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade

do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”

Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia

Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria

destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por

desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem

emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.

Uma reprovação

Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o

máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos

hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.

Shiva Sanhita

Hatha Yoga Pradipika

Kama Sutra

Anaga Ranga

O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi

e muitos outros.

Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e

regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti

e do Mistério do Reino Novo e Santo.

Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia

de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem

todos os dias. Tais imagens são :

1. O Sol

2. O Falo Sagrado

3. O Grande Selo de Babalon

4. A Estéla da Revelação

5. O Grande Selo da OTO

6. O Grande Selo de Baphomet

7. A Imagem de Babalon

8. O Olho com o Triângulo

9. A Rosa Cruz

10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre

crocodilos

11. A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme

Hum’

12. A Figura de Ísis com Hórus

13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja

firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.

14. Talismãs apropriados para a questão.

15. Uma chama viva

16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar.

Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.

Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição.

Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser

queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes

devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a

posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado

por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até

algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não

são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior

importância é indispensável observá-las.

Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da

Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo

sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia

Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos

melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John

Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de

seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus

Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e

Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes

últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles

tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim

dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago

deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual

devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais

(Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).

A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com

estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua

consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima

estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato

de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este

documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo,

quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na

lista acima.

Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como

sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior

importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.

Sobre a Dissimulação desta Instrução

Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos

aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os

considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais

ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o

Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada

irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa

luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco

com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de

outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro

sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome

de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre

vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a

ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos !

Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados

do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti,

Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto

e de IAO.

Apêndice

Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias

de Deus e do homem.

Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46,

50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56,

61-65 e (5) : 8-12, 21-24.

Conclusão

O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’

foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve

ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma

ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de

Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos

ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister

Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornouse

uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não

temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto

dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico

de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um

sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é

deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação

da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa

exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos

religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são

usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente

religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu

e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino

como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação

talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado

diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria

tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os

procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar

profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo

dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do

Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam

sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos

perfeitamente iluminados.

DE ART MAGICA

DE ARS MAGICA

SOBRE A ARTE MÁGICA

Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.

Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta

Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e

vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto

AUMN.

Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres

e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau

OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu

prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :

A. Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou

B. Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.

Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para

este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram

novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem

perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.

“É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a

escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi

jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a

estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com

sangue e água, desepero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava

perdido.”

Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é

geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo

sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida

possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a

destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos

depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra

perdida.

Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando

os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo

se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra

perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a

perseguirem.

No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que

atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição

Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus

mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é

dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de

treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo

vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O

documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção

Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um

documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria

Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo

como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De

Art Magica.

O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada

seção está claramente em letra normal.

Sobre Ararat

O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro

chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII,

capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos

nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias

palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado

em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação

oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo

em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras

matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar

possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem

sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais

pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.

Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber

Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos

maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber

CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu

trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se “Que o adepto esteja armado com

sua vara mágika e munido de sua rosa mística.”, o capítulo sessenta e nove

do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um

documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com

a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo

sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.

Sobre a Importância do Segredo

Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto

deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza,

como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo

conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do

segredo restaurá-lo.

A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade,

consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual.

Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que

mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda

seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés

de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a

natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da

onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A

Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através

dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade

deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza

que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.

Sobre a Mente do Adepto

Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado

Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega

ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma

piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque

procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro

mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do

Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser

consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o

determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural

para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos

auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e

incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é

tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a

mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das

destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja

preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe

corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto

apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por

constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.

Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia

Sexual. Leia e aplique.

Sobre Momentos e Estações

Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria,

ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas,

mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade

de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional,

nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa

opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora

seja propícia ou não. Ainda foi observado frequentemente que através de

violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais

àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por

entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados.

Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque

tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”

Nem é necessário ser menosprezado como superstição para

determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais

favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de

acordo com os métodos da ciência verdadeira.

Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa

que é necessário notar é que “por extrema violência à natureza resultados

são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge

veementemente “, isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das

estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso

correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual,

mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder

da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser

contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente

permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao

considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base

astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua

nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente

Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos

sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras

dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual

masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem

ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas

planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e

refluxos corretos dentro e fora do organismo.

Sobre Estados Corporais

Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio

de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine

cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se),

enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo

nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr

nobremente para toda parte, revificando a unidade. Será melhor, em nossa

opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas

antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora

estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois

assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a

exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens

podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da

chama da experiência.

Sem comentários necessários.

Sobre Operações desta Arte, sejam elas indivduais ou múltiplas

Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é

sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a

repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda

possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma

série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de

antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezessseis operações

de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus

de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência,

repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram

fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que

algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também

notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as

operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a

corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para

torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação

dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi

fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto

pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O

adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que

a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal

absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados,

existe.

A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é

inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de

trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira

o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em

operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de

antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e

portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito

pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável

sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta

vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a

descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito.

Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o

rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está

na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações

únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta

em ação.

Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito

Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de

diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados

seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores

relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves

sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina

reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se

X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX,

algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente,

suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a

fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um

evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente

ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um

quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior

hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento

que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa

razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o

elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro,

doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que

estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra

operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido

da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através

da experiência com operações menores, onde a falha não implica em

desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que

lhes dará uma confiança razoável.

A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação

nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado,

como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X.

Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode

não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as

manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente

transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os

trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema

pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta

seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para

desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego.

Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da

Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois

é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora

não sendo o que esperava seu ego consciente !

Sobre a Teoria desta Mágika Arte

A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as

quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas,

mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais

mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez

inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não

há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o

assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma

extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato

comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo

que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre

Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto

pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da

eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses,

investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então

podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um

prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo

finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil

interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem

lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo

Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria

de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares

é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para

qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do

Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E

em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor,

assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e

então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para

o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito

“com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não

interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de

suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.

Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto,

que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso

conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como

deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se

na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria

um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em

si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna

ou a “Órbita Mágika Pessoal da Estrela”.

Sobre o Curso da Lua e sua Influência

Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a

influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando

grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos

que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após

talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros

momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su

preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também

acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.

A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação

pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua

na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é

considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura

vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca,

que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do

que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira

Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação

pessoal.

Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou

Não

Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e

iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos

seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem

a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo

considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o

outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente

se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física,

robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue

estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.

Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm

feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de

ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos

qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos

devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em

certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14).

Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor “voltagem” e

de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características

físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num

parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura

podem facilmente superar limitações físicas.

Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau

É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e

ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da

terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do

ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do

mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o

assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para

gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode

ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para

os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote

precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko

de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da

Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem

irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder

essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião.

Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por

mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo

àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é

impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia

sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a

dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do

leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo.

A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que

considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que

nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do

calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas

vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e

instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas

uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.

Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que

deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten

feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no

arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus

Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas.

Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de

fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea

e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções “em núpcias do povo da

terra”, isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau

da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que

para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir

uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos

indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era

obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é

deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos

magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL referese

ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da

terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da

secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini

é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande

aplicação nos trabalhos Epsilon.

Sobre a Escolha de Um Assistente

A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem

é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que

parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois

este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente,

que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.

“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”

Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade

e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à

Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo

apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires

Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos

sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado

na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a

cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se

perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de

verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do

sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no

Livro dos Juízes.

“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”

E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo

esquartejador de Sansão :

“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não

encontrastes minha charada.”

A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que

sendo a consciência o “olho” do inconsciente, a intuição espontânea é o

melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os

iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não

como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a

respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante,

em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a)

Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo

com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de

técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais

Maatianos.

Sobre Certas Teorias Judaicas

Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah,

que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen

jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles

dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram

Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de

demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal

com muitas restrições como estas .....

1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.

2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.

3. O propósito deve ser somente o de procriação.

4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a

criança esteja sob sua proteção especial.

Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma

perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um

espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo

emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos

e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes

de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários

e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika)

tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica,

para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma

mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também

narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase

espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na erotocomatose.”

Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que

se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e

sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é “sob

vontade concentrada” pois sem vontade estas criações podem drenar o

criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor

conjugal (‘emprestada’ dos antigos egípcios) são instruções excelentes a

respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser

mudado para real “todos os atos devem estar somente sob a vontade do

mago e entendido como tendo existência separada.” A existência separada

refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral

gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo

para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2

acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de

qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico

em si mesmo.

Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão

Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio

É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de

orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda

nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada

(tanto quanto possível) deve ser consumida.

Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que

todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham

apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos

da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale

Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae’ e ‘De Defectibus In

Celebrationa Missirum Ocurrentibus’ - e encontrem a partir daí os

adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu

próprio trabalho neste alto sacramento.

E também achamos que a consumação deva ser completa nesta

consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a

quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com

eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto

acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a

tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta

proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que

a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma

quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil

da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do

Remédio.

A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a

respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de “verter toda a

vida no Cálice de Babalon”, ambos parceiros devem dedicar-se

integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação

divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido,

portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação

divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relacionase

à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente

ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos

mundanos encontrados em todas as espécies humanas.

Sobre a Lucidez na Eroto-comatose

O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético

geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais

assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :

A. Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.

B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício

e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido

do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar

impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá

mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que

a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado

deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se

conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão

com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses

ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato

caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a

primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar

indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem

sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do

corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o

Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da

terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível -

ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato

sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e

persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que

ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito

“Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”

Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da

Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem

com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar

o que poderia ser chamado de “Sonho Controlado”. Esta ocorrência,

portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como

descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado

resultante de consciência é afim ao da “Postura da Morte” de Austin O.

Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado

temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da

psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem

como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu

uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de

muitas tradições.

Sobre Certas Teorias Hindus

como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo

Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua

teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com

Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o

desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à

idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros;

achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou

evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles

praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam

aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana

Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o

Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua

produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao

mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de

exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem

perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas

absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um

sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do

reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O

iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo

XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um

postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida

para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão

também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à

verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da

reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita).

Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado

sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do

Santuário da Gnosis.

Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno,

complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a

possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado

com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas

como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não

simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções

sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma

tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no

ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é

completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são

sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de

acordo.

Sobre um Curso de Experimento Sugerido

Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida

para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.

1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular

destas operações).

2. Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para

assegurar a performance correta destas operações).

3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros

adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o

iniciado é X).

4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar

lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um

segundo parceiro.)

5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de

guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser

interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a

preservação da saúde.)

6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.

7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-

Baphomet.

8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.

9. A fundação de uma abadia da OTO.

10. O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.

Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de

alguém, se desejado, o poder de cura e tal.

Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do

universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser

trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num

toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma

consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na

lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente

elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno

sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá

desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu

favo.

Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar

os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas

considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais

da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria

melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que

alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito

do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já

ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior,

logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.

A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem

variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma

forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG,

enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base

regular.

Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da

OTO

Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de

vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta

e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda

aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo,

mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo

no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A

exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns

poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e

que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática

até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física

mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um

espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar

Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma

modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão

dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.

A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última

afirmação do segundo parágrafo “Alguns pensam que isto é de natureza de

magia negra.” Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é

Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser

de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula

deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da

secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada

apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas

uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a

para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a

única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.

Sobre o Adepto desta Arte

Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo

universo, majestoso e irresistível como o Sol.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os

pescoços dos profanos.

Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a

fertilidade.

Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua

chegada.

Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas

como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os

pescoços dos profanos.

Sobre o Léxico da O.T.O.

Lembre-se destes tesouros a serem preservados :

1. O Segredo do IX.

2. O Segredo do VIII.

A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de

toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável,

inegável, uma base para a fé de todos homens.

3. O Segredo do VII.

Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.

4. O Segredo do VI.

A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra

aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a

tirania e a superstição.

5. O Segredo do V.

O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Do what thou wilt.”

6. Os Segredos dos Graus Menores.

Ex Nihil, Nihil Fiat.

7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o

Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.

Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no

século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados

como :

1. Os trabalhos do Gamaísmo.

2. A Filosofia do Betaísmo.

3. Os métodos de treino do Alfaísmo.

4. A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.

5. O Mistério da Vontade Verdadeira.

6. Os Segredos da Feitiçaria Geral.

7. Os Símbolos Sagrados.

Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem

mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem

ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do

Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais

como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a

Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos

sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta

e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no

texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos

dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os

outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada

a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua

pureza.

Despedida

Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre

e mais querido irmão.

Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.

Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.

Neste Dia de Júpiter. An X.

Sol in 0º Libra 35 21

Lua em Sagitário 28 6

Vale de Londres

Conclusões

Ao se estudar um documento como ‘De Art Magica’, o contexto é

excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a

primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o

sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO

ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era

misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e

religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o

simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.

Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da

morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO

totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz

de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua

morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da

Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por

qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física.

Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O

sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas

desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.

Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem

consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer

corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático

para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia

Sexual.

Ganesha, 1991

LIBER HHH

O LIVRO DAS TRÊS MÃES.

SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT

CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.

SEÇÃO AAA.

“............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o

Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança.”

Liber Lapidid Lazuli VII : III

0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do

Buddha moribundo.

1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou

acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte,

aplicando-os a ti.

(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas

de dissecação.)

2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.

Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho

e funeral.

3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.

4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.

5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.

6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.

7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do

corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a

restauração da circulação.

8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para

a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.

9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado

no oeste.

10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre

as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos

disso.

11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu

deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma

coisa pavorosa além de toda a compreensão.

E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa

meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.

12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu

ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto

será e estridente.

13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e

daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao

rugido de um leão.

14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris

sobre seu trono.

15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus

renascido, como foi dado a ti por teu superior.

16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser

aperfeiçoado em ti.

17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus,

IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.

Comentário

O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em

partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então,

adicionando a três e a quatro e por aí vai.

É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção

oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da

Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que

simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.

O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser

substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.

O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley

Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da

Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido

confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das

frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um

segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e

não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no

momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que

são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus

olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente,

até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando

por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor

de partilhar dos Mistérios Maiores.

Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então

tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.

Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário,

seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em

três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural

bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor,

inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por

estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazerme

pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a

que eu suceda.

No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder

está escrito :

“Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro

resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da

Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal.

Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do

mundo da Irmandade do homem.”

Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último

trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do

velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível.

Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma

oportunidade.

Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.

Na natureza não há nada ‘a priori’ impossível a menos que seja, em

termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de

prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo

avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito

fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza

do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no

corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem

perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que

assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra

mudança.

Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais.

Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se,

dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente

interfira.

Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por

tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira

deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a

causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian

pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.

Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa

viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos

diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.

Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente

maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo

envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.

É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes,

Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao

leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um

acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.

Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a

obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam,

e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura

entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela

suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.

Há portanto dois problemas a serem resolvidos.

1. Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e

2. Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente

vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não

colocando empecilho aos órgãos.

Esta substância é conhecida.

Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos.

Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que “O Sol é seu

Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora.” Todo

mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive

em sua morte. Eliphas Levi a chamou de “Eletricidade Magnetizada.” Na

Bíblia é perguntada concernindo “O que é mais doce que mel e mais forte

que um leão ?”. É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre

uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.

Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar

a melhor solução é o mais sábio homem da terra.

Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais

sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à

vontade do homem. Diga a ela ‘Traga dinheiro’ e ela obedece, peça para

curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento

dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.

Tão grandes são as potencialidades desta substância que o

conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos

de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor

fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos

instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o

Elixir da Vida, mas também da Morte.

O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e

dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como

efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha

saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente

realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o

processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o

relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com

Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou

certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio

perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa

ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.

É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo

chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e

encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de

conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa

substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que

exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele

estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na

noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta

substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos

em casos de urgência.

Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso

instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a

dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência.

E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o

que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu

já vi foi no caso de uma garota de 20.

Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí

se tem a melhor “razão de emergência” já descoberta.