FEITIÇARIA SEXUAL
UM MANUAL PRÁTICO DE MAGIA SEXUAL
O UNIVERSO TÂNTRICO
Introdução
Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia
moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio
corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o
oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a
Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o
estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova
via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.
As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual
Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados
aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de
fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a
antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa “a via”) é a mais das
religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como
“Tantras” e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes
de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na
maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre
Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e
nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e
esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma
onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas
secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna,
ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam,
sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.
As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual
Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como
tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus.
Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas
externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os
ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente
quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma
forma ocidental de Tantra. Este ‘tantrismo’ tinha ritos iniciáticos e práticas
adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura
organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda
o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C.
e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a
Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.
Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos
ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes
em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a
O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas
relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem
funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição
de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas
pelas derivações modernas da GD.
A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos
Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades
maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua
premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a
chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o
ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção
todos os segredos da Livre Maçonaria.
Feitiçaria Sexual no Novo Aeon
Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister
Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para
manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta
estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então
remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e
incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental.
Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão
do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio
de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas.
Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram
aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros
thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas
várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas
ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem
Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente
Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).
A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a
experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e
grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens,
acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon
de Hórus.
“Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o
salvará.
Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o
destruirá.”
O evangelho gnóstico de Tomé.
“...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois
se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea.”
O evangelho de acordo com Egyptiana.
Os Cinco M da Feitiçaria Sexual
A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida
em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de
trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental
elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez,
sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos
e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas
maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara,
um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas
um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao
simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês ‘Right Hand
Path’, que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira
não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é
relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) ‘Left Hand Path’. A razão
por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o
foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita
significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda
implicava num rito sexual.
Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante
entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual.
Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto
ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também
perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não
apenas rito sexual.
O Primeiro M : Madya Sadhana
A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o
uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor
podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho
da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de
suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje
iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas
endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e
nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como
simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.
O Segundo M : Mamsa Sadhana
A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de
práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como
‘carne’, pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente
(por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de
acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como ‘fala’,
então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática
dentro de um contexto ritual.
A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento
de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada
(normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da
fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como
invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.
O Terceiro M : Matsya Sadhana
O terceiro M tende a ser traduzido como ‘peixe’ e é usado da mesma
maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao
fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal.
Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao
consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.
O Quarto M : Mudra Sadhana
Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É
utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de
posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para
simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar
mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou
Mudras Corporais.
O Quinto M : Maithuna Sadhana
O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o
termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas
de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico
da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari
Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e ‘temporariamente fecha-se
o sistema’. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a
faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.
A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o
termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na
posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M
também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M,
Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte
classificação dos Sub Sadhana.
Sub Sadhanas no Maithuna
Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.
Mamsa Sadhana Felação
Mataya Sadhana Cunilíngua
Mudra Sadhana Posturas Sexuais
Maethuna Sadhana Comunhão sexual (congrex)
Feitiçaria Sexual : Um Esquema
A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica
Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode
novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo,
descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma
e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo
CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas
tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam
títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus
maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.
A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou
conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e
se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes
resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura
da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para
as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios
básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a
Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar
estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.
Alphaísmo (Alfa) Magia Sexual Solitária
Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e
Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.
Betaísmo (Beta) Magia Sexual Solitária
Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo
uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de
elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de
características internas através da ciência de projeção extracorpórea.
Gamaísmo (Gamma) Magia Heterossexual ou Polarizada
Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo
a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de
seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.
Deltaísmo (Delta) Magia Sexual para Chakras
Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon
para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga
sexual.
Epsilonismo (Epsilon) Magia Homossexual ou Apolar
Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às
técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas
escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso
anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual
pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente
homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece
mais precisa e segura.)
Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão
esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é
importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e
homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi
descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de
anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil,
algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da
fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas
encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à
frente.
Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para
entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em
detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.
Shakti, Shiva e Papéis Sexuais
Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva
representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a
deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa
tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais
antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi,
Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e
Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista
como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo
conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção,
Hadit, é idêntica a Shiva.
Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de
acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva
representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é
formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente
relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em
certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus
Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também
é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain
e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico.
Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a
dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.
A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado
tântrico diz que “Shiva sem Shakti é Shava (cadáver).” Quando Shiva e
Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser
levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a
fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no
passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em
grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de
Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e
mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente
verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos
Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de
que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é
Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas
atribuições são ao contrário.
Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma
e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma,
um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado,
portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou
física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão ‘X’, tal
formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de
qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na
prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas
únicas.
A Semente Sagrada
O conceito de “Semente Sagrada e Fluidos Sacros” forma a base de
muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e
moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto
físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.
“A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento
consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem
líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O
mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de
acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É
a chave universal de toda Magia (Mágika).”
Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley
A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano,
masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas.
Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos
recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências,
entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do
Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos
fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam
uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de
muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a “pedra
filosofal” e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.
O Grande Rito
Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é
importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas
as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto
considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era
Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma
frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo
são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma
extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria,
mas um poder de ‘atração entre partículas’.
Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como
“Terceiro ou Grande Grau”. Este grau, também conhecido como o “Grande
Rito”, envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como
Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação
sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola
Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com
propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a
forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de
Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.
No Livro da Lei afirma-se que “todos os atos de amor devem ser
feitos a Nuit”, não importando como vemos este texto, este conceito é vital
pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual
e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima
filosófica do “Monge ou Freira de Thelema” e um “Novo Celibato”, onde
todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro
não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro
do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.
A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é
definido como “atração mágika de partículas” e não nos termos
sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos
os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um
mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer
à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto
não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do
sexo em atos meramente físicos.
A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba
não é magia sexual !
Eros e Thanatos
A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas
primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e
Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam
a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o
impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso
destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais.
Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um
estado de consciência mais amplo.
O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais,
enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do
“Culto Mórbido de Kali”. Estes ritos de morte representam um dos segredos
mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles
que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a
teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da
psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A
magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua
transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um
sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da
Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do
Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e
um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista
do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano
Superior.
Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida
inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da
espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser
lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do
humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve
mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam
experimentadas.
Conclusões
Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos
mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez,
até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua
revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de
consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de
ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma
revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como
pensamos.
Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e
difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação
as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós
chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do
Universo.
A DIMENSÃO PERDIDA DO SEXO
Introdução
“O que está em cima é como o que está embaixo...” assim diz o
grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos
da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo
estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os
Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos
Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.
Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos
mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que
formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo;
o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus,
o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem
tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o
Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo
moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário,
embora às vezes tenha mérito artístico.
A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no
simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo
não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que
também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.
A Natureza do Orgasmo
O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou
impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma
previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias
sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é
então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser
manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de
necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para
exploração de dimensões astrais mais altas.
O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode
ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens,
evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de
uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.
Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da
mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo
extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores
nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar
sua exploração imediatamente.
A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada
por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto
que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser
praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de
magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se
compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma
experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação,
não sendo, entretanto, sempre assim.
Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e
isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação
durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na
ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e
orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que
uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser
facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente,
pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte
e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.
A Criação de Crianças Astrais
Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum
resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato
sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo
uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto
pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por
uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a
forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir
certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é
utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais
também podem ser usadas para controlar sonhos e girar ‘a teia da Ilusão’.
Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus
ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica
pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria
realidade. Esta técnica de “Sonhar de Verdade” foi primeiramente ensinada
em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais
modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.
Assunção de Formas de Deuses
Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do
treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância
máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para
auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da formadeus
pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas
específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.
Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as
máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza
polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente,
invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com
sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então
ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num
rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma
utilização secreta.
“Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta,
escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus.”
Liber al Vel Legis 1 : 57
O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico
de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles
representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações
dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia
polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles
podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma
simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia
sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual,
polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades
incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o
Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do
Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do
arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu
próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual.
Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre
seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de
acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são
conhecidas como os elementos tântricos.
Os Elementos Tântricos
Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as
formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui,
queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago.
Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e
portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro
possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas
como :
OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.
XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual
Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria
modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de
Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente
heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em
ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é
muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do
Necronomicon.
Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como “Os
Elementos Tântricos Cruzados” e incluem :
OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como
se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens
de deuses do mesmo sexo).
XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse
trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses
de sexos opostos).
Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de
trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus
usos.
No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral)
era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram
atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o
organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a
ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava
na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto,
a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser
exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade,
estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.
A Base Biológica dos Mistérios
As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm
Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud,
que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de
ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de
‘Bions’, células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo
livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos
por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957
condenado por charlatanismo.
Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base
científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as
secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma
forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas
no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não
iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com
libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto
e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em
corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti
ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.
Todos iniciados no Tantra tornam-se “Irmãs da Estrela Prateada”, por
assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel
da “Irmã” é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as
condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso
lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados
por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos
olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma “Irmã” em transe com
os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.
As frases-chave aqui são ‘as camas purpúreas’, isto é, iluminadas pela
Sahasrara Chakra e ‘Fogo e Luz nos seus olhos’, isto é, elas estão em transe
e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui,
entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo
como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo
dos Kalas abaixo.
A Yôga do Sexo
Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas
sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do
instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua
busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido
como “Prayôga” e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus
conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de
suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições
dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do
simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o
símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos
que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual.
Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais
Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro ‘A
Morte de Cristo’ de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do
mito de Cristão é oferecida.
Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de “The
Sacred Mushroom and The Cross”, “The Dead Sea Scrolls”, “End of The
Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo ‘Christós’
realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se
aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma
parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago
controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a
chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos
modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta
afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um
imensurável poder pessoal.
Os Chakras
O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores,
mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de
meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através
de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do
Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é
conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para
a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não
absorvida.
O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da
Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos
(corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e
habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como
pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser
relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo,
experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como
parte do processo de desenvolvimento.
A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot
Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da
Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem ‘A Torre’ e ‘O
Enforcado’. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o
Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o
ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso
correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados
intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto
Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos
inferiores, o lado feminino do Eu (Self).
Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as
sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da
conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e
portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove,
a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon
para o qual é a chave.
No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor,
algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu
ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e
Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon
representado na frente da carta. Ele representa os vários ‘eus espirituais’ do
humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade,
simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo
secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.
A HISTÓRIA DO TANTRISMO
Introdução
Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na
adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na
mudança das estações e cuja presença era experienciada através de
fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente
animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido
encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de
cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros
registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como
a Tartária.
A Tartária
Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a
disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaramse
de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que
abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas
e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária.
Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se
sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol
além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em
sua ‘Doutrina Secreta’ Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande
Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no
centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que
detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a
Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça
de uma época muito antiga.
Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato
muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si
mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico,
a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande
Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa.
Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta
era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos
humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com
Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de
Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado
vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos
hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti
indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos
fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos
aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de
ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas
fabulosas civilizações através de Uddiyana.
A Uddiyana
A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do
Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos
remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no
subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o
ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há
rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida
como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria
do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada
através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes
conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo,
YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de
outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve
sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões.
Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por
mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A
religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia
tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde
estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas
Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das
mais notáveis ‘crianças de Uddiyana’ incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.),
o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da
religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.
Alquimia Sexual Chinesa
Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia
Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a
influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo
efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais
organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do
Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas
interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais,
ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas
no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico,
filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e
outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente
difícil retratar a Lao Tse muita de ‘sua’ filosofia, sua vida tornou-se uma
lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling
oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e
esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual,
ritualística e ocultismo.
A Religião Bon do Tibet
Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de
Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no
Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a
sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo.
Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que
formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus
distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido
apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos
para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema
extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser
negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática
oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação,
vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte),
tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da
religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então
príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários
sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais
refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com
muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas
budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se
em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu
em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que
muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos
magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso
de ritos sexuais, ele disse :
“ Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado
também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você.”
O Tantra na Índia
Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia,
entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para
Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente
começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a
tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 -
1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de
escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes
reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas
no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas
muçulmanas.
Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas
secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas
tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana
(Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição
tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande
variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva),
Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto
a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias
derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram
Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o
senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo
sistema religioso.
Primórdios da Magia Sexual Ocidental
Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente,
sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de
meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir
John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a
maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875),
Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos
ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema
era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas
astrais, incluindo o que eles chamavam de ‘Humanimaux’, elementares meio
animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de
imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas
sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição
ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta
ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca
imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de
conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias
fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais
era conhecida como ‘os Essênios’, estavam envolvidas num sistema de
magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está
demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito
do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos
de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento
tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram
suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por
sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da
doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros
Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais
tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o
ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875)
demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado
bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi
adaptado na estrutura maçônica da OTO original.
O Trabalho de Gurdjieff
Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia
e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres
remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff
desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e
misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento
sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo
Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao
estudante de magia moderna.
Aleister Crowley e a O.T.O.
A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl
Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de
Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus,
os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo
revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma
muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a
cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de
um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele
também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com
certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída
por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da
Tartária.
A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa,
deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta
maneira forçados a permanecerem ‘em terra’. Embora haja várias
reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma
consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o
óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento
da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário
Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos,
embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer
evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum
confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da
magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente
confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de
Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.
A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num
sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma
nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno
da Vontade.
Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de
nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além !
AUTO-INICIAÇÃO ATRAVÉS DA MAGIA SEXUAL
Introdução
A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia,
oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma
situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta
transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o
impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas
escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do
instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de
condicionamento social, operando como uma máquina programada.
Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação
tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte
de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de
uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da
iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os
diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o
“Animal”; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para
obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu
superior ou ‘anjo’ realiza seus comandos através da mente treinada ou
Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta
e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da
Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser
inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.
Primeiros Passos na Iniciação Tântrica
Barreiras Psicológicas
O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio
entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como
você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É
imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são
atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade
subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato.
Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido
apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de
sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago
explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade
deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de
homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto
nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas
as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente
feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é
manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia
e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade.
O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando
percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e
Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este
conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em
discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o
estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os
exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de
redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é
uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um
potencial mais andrógino.
Concentração na Magia Sexual
Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a
trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar
esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples
visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato
sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal
e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a
forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada
na tela mental sem qualquer interrupção.
O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas
masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico
enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir
o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é
manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira,
começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a
eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixála
durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na
sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.
Função de Múltiplos Orgasmos
A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos
trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea
atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por
anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização
do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos
perguntar : e como fica o macho ?
Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas
conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada
pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A
maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta
mensagem.
Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia
possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se
alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado
cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem
mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não
contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação
estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos
múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de
alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma
atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava
sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada
sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns.
Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados
superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é
notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere
haver um método de disparar estados alterados através de sua correta
utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar
a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes
do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e
tornam disponíveis experiências de estados alterados.
As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros
passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do
complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira
Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos
pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a
ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas
certamente não o fim requerido.
Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos
sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e
um estado de “Nirvana Orgasmático” :
1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer
barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem
culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas
não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua
existência para si mesmo.)
2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem
necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de
energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e
vontade internas.
3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).
4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax,
deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser
absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência
orgásmica.
5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento
normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado,
presente e futuro e EXPERIENCIE.
Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma
continuação do espasmo orgásmico.
6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem
a tornarem-se mais fáceis no processo.
Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar,
deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o
orgasmo pelo que ele é.
Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.
A MEDITAÇÃO DE ÁTUM
1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.
2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras
mentais.
3. Medite na Declaração de Átum. (Declaração Pirâmide 527)
“Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em
Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da
ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a
criação do mundo em termos humanos.”
4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado
pelo uso correto do orgasmo sexual.
5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como
Vontade Verdadeira sendo manifestada.
6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram ‘Humn’.
7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer
gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.
8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.
9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.
No momento do clímax, utilize o mantram ‘Ghaa’.
10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.
MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL
Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a
eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.
1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.
2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.
3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.
4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua
visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao
de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher
num homem, note o olhar, etc.
Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la
esvair.
5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a
primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando
este “troca-troca” até que a segunda imagem possa ser sustentada com
excitação.
6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a
aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria
obtido estímulo.
7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de
ambos os sexos com excitamento físico.
8. Transfira este experimento para a prática.
Exercícios Preliminares na Magia Sexual
Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na
experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.
O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo
deve ser uma experiência de força e poder internos.
Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas
das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.
Os exercícios estão divididos em três categorias :
1. Individual
2. Casal
3. Geral
Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer
orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo
menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar
experimentá-lo com você.
EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS
1. Sente-se num estado meditativo, nu.
Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o
corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de
elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se
consciente de seu corpo e então prossiga.
2. Experiencie seu próprio corpo.
Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade,
usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o
plenamente.
Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado,
explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo
experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas
ações e reações.
Termine a sessão com um longo banho relaxante.
3. Sente-se num estado meditativo.
Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então
prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.
Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência
sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo
transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante
sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força
do orgasmo.
RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA
SEXUAL SOLITÁRIA
1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e
a mente alerta, mas relaxada.
2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os
mesmos cheios de Fogo Cósmico.
3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o
fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.
4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo
ígneo aumenta a cada ciclo.
5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo
calmo.
6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os
órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um
estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo
com um mantram específico e o ato sexual.
OS MANTRAS MURMURANTES
Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o
corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante
a experiência sexual.
Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :
1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e
para cima.
2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e
volume.
3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático.
Prossiga com a experiência sexual.
Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os
procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são
:
Humn / Yungm / Ghaa Mantras usados para rejuvenescimento
sexual.
Humn / Ghaa Humn é para ser usado no congresso sexual
e Ghaa para o orgasmo.
Hunga Este mantram estimulam o chakra básico.
Linga Este mantram estimula as emoções através
do chakra cardíaco.
OS MANTRAS SONOROS
Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros
com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha
enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.
Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um
largo espectro de estados alterados e experiências.
Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual,
contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.
EXERCÍCIOS EM CASAIS
Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o
objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem
superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique
para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se
concentram na magia.
1. Criaturas Imaginárias
A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.
B. Induza um estado de relaxamento.
C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto
ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.
A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.
2. Conversação
A. Faça o mesmo que no exercício um.
B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma
maneira coerente até pouco antes do orgasmo.
C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você
tivesse disparado um segundo reflexo.
3. Exercício Humorístico
Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa
de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe
automaticamente.
ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS
Primeiro Dia
- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.
- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.
- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.
Segundo Dia
- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e
em posição por dez minutos ininterruptos.
- Não atinja a ejaculação.
Terceiro Dia
- Sem atividade sexual.
Quarto Dia
- Como no segundo dia.
Quinto Dia
- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de
Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).
Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus
interiores.
Sexto Dia
- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos
meia hora e no máximo uma hora.
Sétimo Dia
- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união
das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.
Oitavo Dia
- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.
Nono Dia
- Retorne para a atividade “normal”.
O Procedimento do Congresso Sexual
Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado.
Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.
1. Entre em relaxamento profundo.
2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos
(Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)
3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.
4. Vibre o mantram ‘Humn’.
5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.
6. Penetre com o som de ‘Humn’ sendo aumentado. Alcance o
orgasmo com o mantram ‘Ghaa’.
7. Retorne para o estado de relaxamento.
Conclusão
Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia
Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você
deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com
intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas
avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser
usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas.
Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu
altar.
Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é
comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não
importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da
Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os
acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento,
de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve,
os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da
iniciação.
OS MISTÉRIOS DA FÊNIX
O Simbolismo da Fênix
A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários
ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era
a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como
uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a
Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou
pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas
tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a
Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o
Pavão.
De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano
maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e
constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com
diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de
1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto
afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto,
este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.
Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo
Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande
Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no
como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de
quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o
Grande Ano tinha 26 mil anos.
A Fênix era conhecida como “A Dupla Trilha”, a ave do retorno e a
eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada
(GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico
é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância
específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na
magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada
pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo
solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do
Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.
A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double
Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon
renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá
algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem
interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol,
mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não
apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo.
Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava
perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia.
E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a
Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como
conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do
Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit
que salvam as terras de aniquilação.
Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende
como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do
abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley
restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se
espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos
ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser
humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.
Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos
primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação
com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.
Análise Cabalística da Fênix
Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix
como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore
duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta
forma de simbolismo.
Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de
energia : Estelar, Solar e Lunar.
1. Forças Estelares :
Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.
Força Oculta : Hadit ou Kether.
2. Forças Solares :
Substância Raiz : Therion ou Chokmah
Aspectos Planetários :
Hórus / Set (modo superior de Tipheret)
Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)
3. Forças Lunares :
Substância Raiz : Babalon ou Binah
Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod
Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que
reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos
Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as
correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz
Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :
A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos
solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos
inferiores via esfera Lunar.
A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo)
deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda
tende a influenciar a radiação da força.
Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de
reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz
ao invés de rejeitá-los duma só vez.
Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinhaas
com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas
Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz
Circular Solar.
Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no
Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix
começa.
Irradiações de Energia
As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das
águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações
afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice
Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a
Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-
Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em
orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza
da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por
assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.
Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis
Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de
suas penas contém um “olho”. A numeração de “olho” é setenta ou Ain.
A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da
Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de
Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre
os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.
A Ressurreição da Fênix
Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de
civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto
mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme
manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio
de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os
mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é
arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são
deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e
Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou
Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e,
ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na
eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya).
Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set,
apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade
podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um
pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.
Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual
Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como “A que retorna”
e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e
da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a
humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este
fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo
primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum
Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo “normal”.
É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o
Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital,
conhecida como “Trilha”, sobre a qual dizia-se originar numa região secreta
e inacessível. A “Trilha”, em inglês ‘Hike’, pode ser igualada à Hekt
egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os
poderes mais obscuros da fórmula.
Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da
OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de
Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula.
Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante
exclama...
“Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a
Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não
conhecia.”
Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir
dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado “O
Coração do Mestre” (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de
ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos
Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o
retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal
(algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula
bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu
seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do
décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais
poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico
com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades
homossexuais.
O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou
esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em
conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em
1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria
cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e
físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente
transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de “Love Under
Will” (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford,
um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro “Ocultismo
Sexual” (Sexual Occultism) :
“ A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona
erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico.
Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz
o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente,
Kundalini.
A palavra ‘esfíncter’ significa um nó ou faixa e é derivada da mesma
raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O
mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando
então o enigma da Esfinge.”
O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini.
Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma
glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou
cóccix, chamada “o corpo coccígeo”, embora sua função seja desconhecida
para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a
“glândula Kundalini”. A ativação sexual desta glândula é direta e rápida
através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente
sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o
sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen
no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.
Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix
O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este
trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude
psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver
uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os
aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix.
Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira
diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas
como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e
atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.
A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os
braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que
tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos
devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido,
podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.
A Missa da Fênix
A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do
mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para
se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não
freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães
de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.
O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos
de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e
do qual se liberta.
Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos
sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período
de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como
sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.
Conclusões
A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano
dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e
práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da
Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix
como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é
central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena
integração da energia da Fênix.
Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as
ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da
eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido
no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura
Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada.
LIBER XLIV
-- A MISSA DA FÊNIX --
O mago, com seu peito nu, está diante dum altar no qual estão seu
punhal, sino, turíbulo e dois pães de luz.
No sinal do entrante ele alcança o oeste através do altar e grita :
“Salve ! Ra, que vais em tua barca em direção às cavernas que a
escuridão marca !”
Ele dá o sinal do silêncio e toma o sino e o fogo em suas mãos dizendo :
“Leste do altar veja-me de pés no chão, com luz e música em minha
mão !”
Ele bate no sino onze vezes (333-55555-333) e põe fogo no turíbulo,
enquanto profere :
“ Eu sôo o sino, eu acendo a chama, sou eu quem inflama o
misterioso nome ABRAHADABRA.”
Ele soa o sino onze vezes novamente e diz :
“ Agora começo a orar.
Tu, criança, teu nome é sagrado e imaculado.
Teu reino já está neste lugar.
Tua Vontade está feita.
Aqui estão o pão e o sangue
Leve-me ao Sol através da meia-noite.
Salve-me do mal e do bem.
Que tua Coroa de todas as dez, aqui mesmo e agora, seja minha.
Amen.”
Ele põe o primeiro pão de luz no fogo do turíbulo.
“Queimo este pão como incenso, proclamo estas adorações de teu
nome.”
Ele usa os pães como no Liber Legis e novamente soa o sino onze vezes.
Com o punhal ele faz então, sobre seu peito, o sigilo do triângulo solar
apontado para cima. Então profere : “Cuidado ! Da mente este peito
sangrento, talhado com o signo do sacramento.”
Ele põe o segundo pão de luz na ferida :
“Eu estanco o sangue, o pão o enxuga e o Sumo Sacerdote invoca.”
Ele come o segundo pão :
“Este pão eu como, este juramento profiro enquanto inflamo-me em
adoração. Não há culpa, não há benção, esta é a Lei. Faze o que tu
queres!”
Ele bate no sino de novo onze vezes e grita :
“ABRAHADABRA !
Eu entrei com desgosto e júbilo.
Eu agora me vou satisfeito por realizar meu prazer na terra
entre as legiões dos vivos.”
E o mago se vai.
Notas
Na versão em inglês os versos rimam, tornando a cerimônia muito
mais eficaz com seu lirismo. A rima também ajuda como recurso
mnemônico, tornando o rito fácil de se decorar após uma ou duas vezes de
executado, sendo que ao ser feito decorado é possível dar mais ritmo e
espontaneidade ao andamento do mesmo, aumentando também a eficácia.
Em português já é mais difícil manter a rima em conjunto com o
sentido que se quer dar às palavras. Quando possível, a rima foi mantida na
tradução, mas quando a rima prejudicou a tradução, deu-se preferência a
esta, porque as idéias assim fizeram mais sentido.
Há várias edições do próprio Crowley. Para um exemplo das
primeiras versões, veja “Magick”, apêndice VI, editado por Symonds e
Grant, Samuel Weiser, 1973 e várias outras edições.
Para facilitar a vida daqueles que desejem praticar a Missa da Fênix
original, vai abaixo a versão em inglês.
LIBER XLIV
-- THE MASS OF THE PHOENIX --
The Magician, his breast bare, stands before an altar on which are his
Burin, Bell, Thurible, and two of the Cakes of Light. In the Sign of the
Enterer he reaches West across the Altar, and cries :
“Hail Ra, that goest in thy bark
Into the caverns of the Dark! “
He gives the sign of Silence, and takes the Bell, and Fire, in his hands.
"East of the Altar see me stand
With light and musick in my hand!"
He strikes Eleven times upon the Bell (333 - 55555 - 333) and places the
Fire in the Thurible.
“I strike the Bell; I light the Flame;
I utter the mysterious Name.
ABRAHADABRA !"
He strikes eleven times upon the Bell.
"Now I begin to pray:
Thou Child, Holy Thy name and undefiled!
Thy reign is come; Thy will is done.
Here is the Bread; here is the Blood.
Bring me through midnight to the Sun!
Save me from Evil and from Good!
That Thy one crown of all the Ten
Even now and here be mine. AMEN."
He puts the first Cake on the Fire of the Thurible.
"I burn the Incense-cake, proclaim
These adorations of Thy name."
He makes them as in Liber Legis, and strikes again Eleven times upon the
Bell. With the Burin he then makes upon his breast the sigil of the upright
solar triangle.
"Behold this bleeding breast of mine
Gashed with the sacramental sign!"
He puts the second Cake to the wound.
"I stanch the Blood; the wafer soaks
It up, and the high priest invokes!”
He eats the second Cake.
“This Bread I eat. This Oath I swear
As I enflame myself with prayer:
There is no grace: there is no guilt:
This is the Law: DO WHAT THOU WILT!”
He strikes Eleven times upon the Bell, and cries
“ABRAHADABRA.
I entered in with woe; with mirth
I now go forth, and with thanksgiving,
To do my pleasure on the earth
Among the legions of the living.”
He goeth forth.
O CIRCUITO PSICO-SEXUAL
Introdução
O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um
mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria
Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente
apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram
ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.
O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido
pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da
ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos
Mistérios.
A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com
diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como
as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psicosexual
é adequadamente compreendido de antemão.
“O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o
corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da
expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele
mesmo.”
Sir John Woodroffe
O Circuito Psico-Sexual Humano
A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no
passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das
Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais
avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela
Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro).
Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da
Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto
num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num
sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.
O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é
coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam
para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais
com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de
como opera a Magia Sexual.
O Marma Ajna Psico-Sexual
Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as
sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou
setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo
de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas
vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema
intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja ‘A História do
Grande Deus Pan’ de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado
astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência
de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.
O Marma Psico-Sexual Qoph
O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da
atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica
Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união
do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20.
Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as
secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.
O Marma Psico-Sexual Visuddha
O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra
Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a
palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta
união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou
seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é
imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.
Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central
para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e
Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170
170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados
pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia
grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são
criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e
manifestas no Visuddha.
“...e a palavra transformou-se em carne.”
Evangelho de João, capítulo um.
Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas
Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados
como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e
cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo
de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva,
embora isso possa variar de mago para mago.
Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o
Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para
liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências
relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto
como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o
papel das mãos como libertadoras de secreções.
O Marma Psico-Sexual Genital
O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos
a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o
esconderijo secreto da serpente (Kundalini).
Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e
SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como
originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali
/ Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito
na mensagem “o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs” do Livro da
Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das
estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções
sexuais da Estrela encarnada como entidade.
Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada
na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste
marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.
O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto
O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos
sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na
região anal e sua associação com a Kundalini.
Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o
mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet
encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.
O Marma Psico-Sexual de Bindu
Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o
Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se
para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está
relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se
relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às
visões do espaço interno.
O Circuito
Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de
força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas.
Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com
os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é
o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo
no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o
senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo
ciclo interno de Aeons e secreções.
O sistema numérico deste ciclo é :
AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos
sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus
Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos
do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e
Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro
do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é
conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado
na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos
chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos
sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem
como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de
manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo
humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de
Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e
possibilidade internas.
No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro
de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa
Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações
deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais
adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.
Ajna Chakra Região Pituitária 64 raios
Visuddha Chakra Região Tiroidal 72 raios
Anahata Chakra Região Cardíaca 54 raios
Manipura Chakra Plexo Solar 56 raios
Swadisthana Chakra Região Genital 62 raios
Muladahara Chakra Região Coccígea/Anal 56 raios
Ciclo Completo 360 raios
Dentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como :
Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual
tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118
graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências
Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os
dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).
Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses
usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos
atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.
Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser
formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas
maneiras : os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o
Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo
relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si
em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por
relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).
Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis
aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união
sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual.
Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode
ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é
interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas
tradições sobreviventes do Tantra.
Ajna Chakra Hexagrama Li Sol e Sol
Centro Qoph Hexagrama Khan Lua e Lua
Visuddha Chakra Trigrama Sun Ar e Ar
Palmas Li e Khan Reflete Ajna/Qoph
Órgãos Sexuais Quian / Kun Falo / Vagina
Hexagrama Tui Água de Água
Ânus Hexagrama Gen Terra de Terra
Ponto Bindu Hexagrama Zhen Fogo de Fogo
Em consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a
lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente.
A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos
dialetos chineses.
Li Hexagrama 30 Tiphareth
Kan (Khan) Hexagrama 29 Yesod
Sun Hex. 57 Daath
Quian (Qian) Hex. 1 Kether
Kun (Khwn) Hex. 2 Malkuth
Tui (Dui) Hex. 58 Chesed
Gen (Ken) Hex. 52 Netzach
Zhen (Ch’en) Hex. 51 Geburah
Tabela de Marmas Psico-Sexuais
1. Ajna chakra (Vontade) Ayin 70
Olho de Shiva
2. Nuca Qoph 100
Origem da Força Sexual
3. Visuddha chakra Ayin/Qoph 170
Logos Manifesto
A união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o
poder para criar os ‘Nephilim’ ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações
do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da
‘palavra’ mágika (Logos).
4. Palmas das Mãos Kaph 20 cada
Ativadores das Zonas Sexuais
5. Órgãos Sexuais Ayin 70
6. Região Anal Ayin 70
O Olho Secreto
Ambas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko
dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.
7. Ponto Bindu Yod 10
O Ponto de Foco
Aqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psicosexual
podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão
baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções
(insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.
A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um
ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores
também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do
organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do
organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos
como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da
Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.
OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA
VIDA COMO SECREÇÕES
O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte
intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas
do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as
secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.
Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da
mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as
atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo
com o engenho do próprio mago.
A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo
intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas
cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma
conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção
pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de
Set.
A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é
governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o
segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth).
Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas
as formas de transmissão de energia.
A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a
Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís
e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias
de Urano.
A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a
manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é
representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio
planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é
Daleth, a ligação entre os mundos.
A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon
devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da
Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da
Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela
representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é
encontrada dentro das secreções do organismo.
A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto
do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era
exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu
estágio mais alto de consciência.
O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino
rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala
secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu
clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do
décimo sexto Kala, o Humano Superior.
A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da
décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima
sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set.
Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura
do sistema do Novo Aeon.
A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a
Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta
secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma
externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente
reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.
Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções,
vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus.
Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é
Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente
compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.
Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.
“Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão
dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços.
Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado,
que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade).”
Liber A’Ash vel Capricorni Pneumatici,
de Aleister Crowley
A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre,
balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de
Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o
caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos
sentidos) para atingir uma finalidade mágika.
A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a
semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída
a Teth, a serpente fálica.
A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o
Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.
A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele
é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das
formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.
A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi
formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do
Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna
presente na roda eterna.
A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução
do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a
realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação
detona a experiência do arcano do Enforcado.
A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O
Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa
a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se
atingir isto está na próxima secreção.
A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como
uma “pequena morte”. Sua lição é o uso do orgasmo para programar a
psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da
mente e do corpo.
A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para
atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o
Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em
experiências das Secreções do Bode.
A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o
uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do
diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação
do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.
A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de
projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o
jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do
orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela
torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.
A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem
diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as
secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de
paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e
atingir o frenesi orgásmico da Torre.
A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e
portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma
passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à
transformação licantrópica.
A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos
ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em
conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O
produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.
A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A
mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a
eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem
do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a
Sacerdotisa da Estrela de Prata.
A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão,
seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É
tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano
Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.
Notas sobre os Caminhos como Secreções
As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos
de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um
fluxo em forma de Mandala.
Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de
Kenneth Grant, tais como “Cults of the Shadows”, Cultos das Sombras,
(Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas
interpretações são infelizes.
Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente,
a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.
SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES
11. Espírito Santo Santo Intoxicado
12. Chaos Pomba e Serpente
13. Alta Sacerdotisa Deusa Dormente
14. Babalon Deusa Sexual
15. Estrela Mãe do Espaço
16. Homus superioris Kala Secreto, Alto Sacerdote
17. Gêmeos Set e Maat
18. Impulso Criativo Princípio da Reversão
19. Semente da Serpente Impregnação de Babalon
20. Espermatozoon Ermitão como Criança Cósmica
21. Senhor do Karma Controle da Realidade
22. Fuga Livrando-se do ciclo terrestre
23. Iniciação Explorando o Inconsciente
24. Orgasmo Thanatos absorvido em Eros
25. Baphomet Androginia
26. Capricórnio Exploração
27. Projeção Fálica Paixão animal destrói a Ilusão
28. Tintura Vermelha Excesso de paixão
29. Lua Originador sexual
30. Sol Ajna chakra
31. Aeon Mensagem como Logos
32. Sigilo de Set Manifestação ou começo.
Combinações Especiais Válidas de Atenção
13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por
16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e
17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat,
impulso criativo interno e externo (18, 19).
14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,
20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos
21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)
31, a declaração do Novo Aeon e
32, a Manifestação do Novo Aeon.
O Simbolismo da Mandala
Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é
encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas
dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre
desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas
tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central.
Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos
mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.
A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e
delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico
é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo
invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O
triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para
cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo
apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima,
até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a
interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens
de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali
contida.
A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é
normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do
Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há
muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a
representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e
Thanatos.
A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um
aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito
psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho
para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto
de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do
Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas
Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.
As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são
bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente,
perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo
sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do
círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que
está sempre balançando sua própria cauda (Falo).
Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias
facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao
contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para
sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o
inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.
Conclusão
Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um
mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :
“Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma
sobrevive ao fogo.
Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do
desejo mundano.
Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas,
mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você
deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.
Em beatitude e alegria de profunda ‘possessão de si mesmo’
(samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.
Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre
esteve livre.”
A NATUREZA DOS KALAS
Introdução
“Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.
Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do
Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra ‘calendário’ deriva de
Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra ‘cor’.
Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas.”
Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)
Kenneth Grant (Muller, 1980)
O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas
maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de
Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles
são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea
durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser ‘solo’ ou com
parceiros de ambos os sexos).
Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo
Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a
Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com
Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O
Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas
quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O
termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga
amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na
África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando
disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu
significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em
inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.
A Natureza dos Kalas
Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago,
macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas
secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada
no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se
através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas,
contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas
ou flores da essência.
Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado,
quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções
foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos,
contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a
representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida,
cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No
tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas
ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro
bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou
onda primal.
Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como
imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas
no português) representando as vibrações de Nox.
Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora
das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o
baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos
os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos
fluidos sexuais ou Kalas.
Tempo e Kalas
O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo
(360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro
de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de
menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes
ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder
oculto.
O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua
Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram
divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças
lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções
dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização
atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do
tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma
combinação de todos os quinze Kalas anteriores.
O Décimo Sexto Kala
“Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há
alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo
minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos
uma. Há grande perigo em mim.”
Livro da Lei, II:26
O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do
Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas
combinados no décimo sexto.
O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado
por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as
influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por
invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta
através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados
da árvore evolutiva é possível.
O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é
formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma
porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos
rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.
Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos
períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo
de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.
Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares
escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a
semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de
qualquer sexo.
A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro,
obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser
heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião,
homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário
e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais
recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.
A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida
como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de
manifestação, sustentação e dissolução.
I.’. A.’. O.’. como uma Fórmula dos Kalas
A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem
também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a
divisão trina das formas de Kalas.
I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto
atribuído a Virgem.
A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato
sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.
O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo
qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.
Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da
Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do
Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam
igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta
enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula
adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega
Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas
possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto
também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga
Hórus e Set.
As Três Classes de Kalas
Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma
distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em
ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é
visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do
Eremita de Yod, a semente solitária.
“Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a
palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o
Homem da Terra...”
Livro da Lei, I:40
O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-
Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu
entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são
classificados como segue.
Tamas
Símbolo Alquímico : Sal
O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as
emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol.
Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma
primeira manifestação do resultado.
Rajas
Símbolo Alquímico : Enxofre
O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São
as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.
É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.
Sattva
Símbolo Alquímico : Mercúrio
O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força
de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O
como Capricórnio.
Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções
masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade
representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente,
segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma
parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o
verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias
menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou
três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno,
isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura
emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais
escura e representa o Graal da Escuridão.
Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de
Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.
Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra
Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem
ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares.
Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam
muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade
do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade.
Portanto, as atribuições são as seguintes :
“Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua.”
Livro da Lei
Ajna Mercúrio e Plutão Terceiro Olho e Cérebro
Visuddha Júpiter e Saturno Língua e Garganta
Anahata Lua Coração
Manipura Sol Plexo Solar
Svadhistana Vênus e Urano Ânus e esfíncter
Muladhara Marte e Netuno Kanda e órgãos sexuais
Acompanhando a atribuição acima está a associação esotérica
glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos
Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e
genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão,
silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.
Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e
Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas.
Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão,
Vênus, a ‘estrela’ do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o
Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno
como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada
acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo
masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum
estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm
localidades e cores atribuídas.
Macho
1. Lótus Anal Carmim; Marrom com reflexos dourados
2. Lótus da Próstata Branco, Diamante.
3. Glande Púrpura, lilás e vermelho.
Fêmea
1. Lótus Anal Carmim; marrom c/ reflexos dourados
2. Entre a Uretra e
o cérvix uterino Laranja
3. Clitóris Verde
Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo
possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah
podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar
uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth,
Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara
até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed
como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether
como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas
possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser
explorada pelo mago empreendedor.
Tabelas de Kalas
Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze
kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser
conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto
formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas.
As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem
nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou
designação hindu.
OS KALAS
Nome Chakra Astrologia Nuitya
Máscara Ajna Plutão Nilapataka
Ocultador Visuddha Saturno Vijaya
Frio Anahata Lua Nuitya
Controlador Svadhisthana Urano Sarvamanga
Sedutora Muladhara Netuno Jvalamalini
Limpo Ajna Ar Bherunda
Molhado Visuddha Terra Nityaklinna
Misturado --- Éter Citra
Vagina Svadhisthana Água Vhagamalini
Voluptuoso Muladhara Fogo Kameshvari
Agitador Ajna Mercúrio Tvarita
Dador Visuddha Júpiter Sivaduti
Brilho Manipura Sol Kulasundari
Amante Svadhisthana Vênus Vajreshvari
Chama Muladhara Marte Vahivasini
Tamas rege de Nilapakata a Nityaklinna
Sattvas rege de Citra a Sivaduti
Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini
KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT
Nome Tarot Astrologia / Qabbalah
Máscara Nil Kether / Chokmah
Ocultador Diabo/Estrela/ Capricórnio/Aquário
Universo
Frio Sacerdotisa/Carro Câncer
Controlador Nil Binah / Chesed
Sedutora Nil Geburah / Tipheret
Limpo Louco Nil
Molhado Nil Yesod / Malkuth
Misturado Nil Netzach / Hod
Vagina Enforcado Nil
Voluptuoso Aeon Nil
Agitador Magus/Amantes/Ermitão Gêmeos / Virgem
Dador Roda/Arte/Lua Sagitário / Peixes
Brilho Sol / Luxúria/Emperatriz/ Leão
Hierofante
Amante Ajuste Touro / Libra
Chama Torre/Morte/Emperatriz Escorpião / Áries
Novamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo
astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser
desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.
Os Kalas e o Tarot
Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e
microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos
Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o
Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos
como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a
correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.
Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições
planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi
oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação
para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A
informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados
astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e
Sete.
As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição
é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do
sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão
refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave
para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.
As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter
são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas
seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed,
Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth.
Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos
quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em
conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações
longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão,
Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter
não é atribuído a naipes.
Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando,
sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as
atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete
restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas
são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12
chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A
regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e
dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico
de astrologia.
Ciclos dos Kalas
Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as
ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.
Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear
nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto
também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a
compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos
(inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360
respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto
com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada
constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que
quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a
um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e
o Universo.
Conclusão
A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o
movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares
corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de
dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a
realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo
e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução
humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era
conhecido pelos antigos como “A Visão do Deus Pan”...
ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO
Introdução
Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do
uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática
ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da
Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a
Missa do Espírito Santo.
Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação
de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos
Esquecidos.
A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente
tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais
espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é
despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva
dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou
Orvalho da Imortalidade.
O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira
velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina
assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa
técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de
Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática
oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com
isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.
O Simbolismo da Missa
Ilustrando o texto de Franz Hartmann “O Simbolismo Secreto dos
Rosacruzes”, encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no
oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios
sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao
mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que
levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :
“A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as
coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua,
produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito.
Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama
lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com
elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente.
Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo.”
Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto
que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da
Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta
aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos
tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta
interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo.
Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea
como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser
entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.
Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah,
como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é “O
Athanor”, que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como “uma fornalha
teosófica selada cabalísticamente.”
Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é
conhecido como “A Cucurbita”. É descrita por Khunrat como “uma vasilha
circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu
conteúdo”. O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do
Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser
entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu
seio.
Os Dois Produtos
Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são
usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes
eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia
Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia
Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a
“Serpente”, por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como
força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à
antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto
que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.
Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles
interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é
estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés
das quatorze do não iniciado.
Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas.
Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a
Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a
combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas
dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.
A Fórmula IAO como Alquimia Sexual
“Solve et Coagula.”
O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido
como o processo de ‘Solve et Coagula’ (dissolver e aglutinar).
A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é
entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten
pela Serpente ou como o processo de Solve.
A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção
através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia
como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada
num ato de consagração.
As considerações físicas a respeito desta fórmula são também
importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a
serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício
vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma
ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as
combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma
consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua
tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois
homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou
com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia.
Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve
ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.
Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de
alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem
sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A
Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo
físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas
astrais e espirituais.
IAO
A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão
do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também
forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de
acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega
Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra
hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no
microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é
aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.
F (V) Vontade Verdadeira
I Virgem - A Semente Solitária
A Escorpião - Paixão
O Capricórnio - União
F(V) Vontade Verdadeira
A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no
processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la
em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de
transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a
seguinte :
F Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)
I Virgem - Virginal, não desflorado
A Escorpião - Mago Sexual
O Capricórnio - Andrógino
F Eu Verdadeiro - Humano Superior
Conclusões
Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de
magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s)
mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas
repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de
Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados
podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.
Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor
sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir
criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item
similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará
em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das
contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais.
Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em
formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.
Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixandoos
para a própria experimentação dos magos.
Apêndice Um : Sobre Simbolismo Alquímico
Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da
alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada
nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou
feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou
forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser
relacionado ao Falo.
A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao
princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da
Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o
fluxo menstrual e o sangue do Leão.
O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em
alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira
Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a
Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a
Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.
Em alguns livros tais como “Sexualidade, Magia e Perversão”
(Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library),
embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é
masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns
escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda
atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria
acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo
alquímico e tântrico para a sua referência.
Apêndice Dois : O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas
Ordens Crowleyanas
O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza
seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e
indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou
inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma
manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve
ser considerada suspeita.
Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em
confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos
pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na
mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes.
A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade
física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o
espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e
com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens ‘aceitas’.
Embora respeitemos aqueles que clamam ‘prova histórica de
linhagem’, a opinião de nossa Ordem é “os conhecereis pelos vossos frutos”
e que “para provar o bolo, só comendo”. Se qualquer ordem ajuda-o a
crescer, então ela é ‘de linhagem’ para você.
A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos
de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da
Ordem astral “Astrum Argum”. Nós reimprimimos vários trabalhos de
referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com
aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou
tradições características, pois não sentimos necessidade.
A experiência é o maior mestre. Tenho dito !
MAGIA SEXUAL DELINEADA
Introdução
“Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente.
A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em
cada detalhe, através de análise íntima e precisa.
O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave
ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para
as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto.
Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem
emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É
meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para
observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com
medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha
uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua
excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e
totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada.
Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam
entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num
espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em
indignação chocada.”
Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas)
Aleister Crowley
Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.
Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da
sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O
sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto,
totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da
necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro,
luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas
forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual
indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.
Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o
controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e
usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser
condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando
da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés
de ser controlado por seu instinto corporal.
As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem
como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos
maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas
fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do
Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.
A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional
A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de
Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau
com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era
primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um
maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que
os O’s eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit)
conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T
também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de
Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos.
Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto,
os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é
transfigurado em estados superiores de ser.
A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley,
muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica
que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da
ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.
O termo Astrum Argum significa “Estrela de Prata” e refere-se a
Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos
dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus
da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a
décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas
letras gregas de Alfa a Epsilon.
Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles
tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação
interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se
torna um dos “Deuses Vivos”.
Santuário Soberano Astrum Argum
O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários
arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com
algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e
Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e
dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente,
enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas
concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser
trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.
Trabalho Pré-Alfa
Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é
imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato
sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do
desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira
que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se
projetar para a realidade.
Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas
de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em
direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta
mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais
dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si
mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.
Alfaísmo
O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação.
Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para
programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é
imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração
não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar
a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do
orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser
praticados neste grau.
O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais
comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos,
ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista
(Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.
Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a
masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um
estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia
Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos
inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o
corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As
últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.
Betaísmo
O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com
ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o
grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas
de Deuses numa plena experiência de sua força.
Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar
sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações
deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual
para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam
fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades
de desenvolvimento interno.
Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um
segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras
formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais,
inteligências não humanas.
Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino.
Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e
pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes
glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente
reais (golem).
Gamaísmo
As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada,
por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir
formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora
trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam
bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais
como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados
no livro “Moonchild” de Aleister Crowley.
Epsilonismo
Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um
reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar.
Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas
ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através
de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é
baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica
homossexual é preferida.
Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo
B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força
apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do
Kala/Túnel sendo usado.
Gamma - Epsilon
Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas
heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas
de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela
força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o
campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de
estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.
A Eucaristia
A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon.
Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade
de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os
sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida
frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao
Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas
de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado
num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e
manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.
Dianismo
Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos
Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação.
Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos
fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados
alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini
do Arcano Delta.
Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses
onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são
aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade
Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência
desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido
após muito preparo.
Qodosh
Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o
prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação
concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer
orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a
prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está
profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará
uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos
Qodosh.
O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos
na realidade.
Deltaísmo
Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini,
incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança,
emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com
todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser
contraprodutivos.
As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de
Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a
ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se
transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do
Humano Superior.
Trabalhos Específicos
Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática.
Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos
compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade
é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim,
apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do
treino mágiko e oculto.
Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia
Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o
Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser
mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.
Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem
se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas
seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar.
São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos
caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gammafrontal
e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de
trabalho.
Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes
com a elucidação das técnicnas e práticas.
A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das
possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras
possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de
acordo com o engenho do mago.
Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte
empírica e portanto a experiência é o melhor professor.
TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO
SANTUÁRIO SOBERANO
ALFA (SÉTIMO GRAU)
Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico,
Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.
BETA (OITAVO GRAU)
Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.),
Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.
GAMMA (NONO GRAU)
Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.
DELTA (DÉCIMO GRAU)
Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia
(chakras).
EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)
Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.
GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)
Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção
de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras
Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.
EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)
Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas
Ocultas.
DIANISMO E QODOSH
Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.
Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia
Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como
programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.
TRABALHOS ESPECÍFICOS
Alfa
- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário
Consagração dos 15 Kalas
Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos
Beta
- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa
Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo
como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)
- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação)
Êxtase/ Oráculo
- Oral / Manual
Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)
Feitiços/Ilusões (29º kala )
Gamma
- Criação, Intuição
Polarizada
- Eucaristia do 19º Kala
Inspiração
- Polarizada
Após a preparação do 14º Kala
Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente
Delta
- Solitário (manual)
24º Kala
- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa
Despertar da Kundalini (arcano da Torre)
- Apolar
Arcano da Torre e do Aeon (oral)
Epsilon
Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º
Kalas)
e Túneis Individuais dos Qlipphoth
A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS
Arcano do Tarot Descrição do Trabalho Grau
Louco Induzir estado de êxtase. Alfa
Glóbulos para exploração astral. Gamma
Trabalhos com Ain. Delta
Magus Controle dos Elementos. Epsilon
Invocação da Vontade Verdadeira. Alfa/Beta
Sacerdotisa Projeção além da Morte. Qodosh
Visão de Kether (Hadit). Epsilon/Gamma
Emperatriz Invocar Babalon e Therion. Delta
Encarnação de Forças. Gamma
Estrela Kalas induzidos como Frio e Limpo. Gamma
Hierofante Invocação de Forças da Terra. Alfa/Delta
Manifestação do desejo. Gamma
Amantes Invocação de Hórus/Set. Epsilon
Experiência de Set como
a camada interna. Epsilon/Delta
Carro Controle do Organismo. Alfa
Luxúria Chave dos trabalhos Gamma/Epsilon
Ermitão Experiência da Vontade Interna
Alfa/Dianismo
Roda Baixa Magia (ênfase em Qodosh).
Ajuste Visões Kármicas. Todos graus
Enforcado Exploração do inconsciente. Epsilon/Beta (oral)
Inconsciente Qlipphótico - morte Epsilon - morte
Exploração Qlipphótica. Epsilon apolar
Arte Transmutação Interna. Delta
Morte Qlipphoth. Epsilon
Diabo Invocação da Vontade universal. Epsilon/
Delta/Gamma
Visão de Pan. Dianismo/Qodosh
Torre Despertar da Kundalini. Delta
Emperador Controle das Paixões. Pré-Alfa
Lua Forças Lunares. Gamma - fertilidade
Feitiços, ilusões.
Epsilon/Beta
Sol Hórus, trabalhos leves. Gamma
Disco solar negro e
chamuscante.
Exploração Qlipphótica. Epsilon
Formas animais.
Aeon Invocação da Corrente do Aeon Todos graus
Universo Magia da Manifestação Todos graus
ALFAÍSMO
Introdução
Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do Santuário, sendo
baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de
resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias
considerações devem ser trazidas à tona.
Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve
ser forte e portanto, se possível, prolongado.
A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo deve ser
prolongado através de através de uma masturbação contínua e controlada até
que um estado semi-extático seja alcançado. Então o orgasmo pode ser
usado para propelir a imagem concentrada no inconsciente.
Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de
importância suprema. Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa
deve ser claramente visualizada na tela mental e fixada numa visão clara
durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a imagem para as
profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática.
Terceiro, em qualquer ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido
após completado. Isto parece incomum mas é importante pois permite à
imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação. Apenas
permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual
funcionar, qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá
claramente impedir o processo.
O último estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico
onde, no estágio final de um processo alquímico maior, o mago disse a seu
aprendiz “Não pense em Verde” e é claro, tudo que ele pensou foi verde e o
experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo
incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente.
Preliminares do Trabalho Alfa
Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa
sugerimos que o mago passe por exercícios preliminares para alcançar o
sucesso nos trabalhos básicos da Magia Sexual Alfa.
Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a
potência do orgasmo, isto deve ser praticado até que um forte estado de
frenesi orgásmico possa ser induzido. Em muitos casos o celibato, por um
curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial
orgásmico.
Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma
imagem na mente durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para
muitos porque a mente pode tender a relacionar imagens de cunho sexual. A
resposta aqui é praticar a manipulação associada com um símbolo não
sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é
possível combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na
imagem apenas no momento do orgasmo. Esta técnica tende a baixar o
poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das práticas Alfa.
Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las
em conjunto usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após
certa medida de sucesso tenha sido conseguida, você então pode proceder
com técnicas posteriores.
Procedimentos Alfa para Viagem Espiritual
Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo
representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites
normais de consciência. O primeiro passo é tornar-se totalmente
familiarizado com o símbolo : examine sua forma, tamanho, cor, todos os
detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você
possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for
atingido, você pode se preparar para o trabalho : queime um incenso
apropriado, faça algum tipo de banimento e entre num estado de profundo
relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece a
masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo.
Assegure-se que a imagem ainda esteja mantida claramente em foco
enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No orgasmo você se
vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da
realidade alternativa.
Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo
incluindo : Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e
por aí vai, até mesmo formas Geomânticas podem ser exploradas desta
maneira.
Consagração Usando Técnicas Alfa
A consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais
poderosas. Pode ser usada com grande sucesso para carregar Talismãs,
Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a imagem
concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente
mais importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da
consagração Alfa é preparar seu espaço ritualístico de acordo com os
procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc. entrando num
estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser
usado na consagração, já purificado ritualísticamente.
Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação deve estar em seu
papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a
meditação deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do
resultado desejado. Conforme começa a masturbação, o mago deve sentir a
energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara, sendo que a cada
chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo
correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra
básico, uma sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que
um clímax seja conseguido e a imagem é sentida emanando para o item a ser
consagrado através das secreções (deve-se ejacular ou verter a ejaculação
sobre o objeto sendo consagrado).
Um rito completo para este propósito é conhecido como “Criação de
Vórtice pelo Alfaísmo” e está esquematizado no final deste capítulo.
Controle Onírico através do Alfaísmo
O estado de sonho é um continuum complexo da consciência que, na
realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou livre
pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido
como Jugrat. Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as
possibilidades astrais e mentais. Este estado varia durante todo o período do
sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do passadoe portanto
reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência
vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações
mentais. Nas técnicas de Controle Onírico o mago aprende a dominar esta
vibração no padrão do sono através das técnicas Alfa e usa a flutuação
astral-mental para “Sonhar de Verdade” e influenciar sua experiência da
realidade.
O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes
sistemas de magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente
suas novelas, encontramos um sistema de sonho diurno controlado que
influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.
Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de
controle onírico, baseado no uso de sigilos e letras.
No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de
transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado
onde o mago pode moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua
experiência de realidade via reprogramação da consciência. Esta técnica
tende a ser mais efetiva do que “Sonho Criativo” de Dion Fortune, por
permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos
reinos do inconsciente.
A técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono,
relaxe profundamente e permita-se cair num estado ‘fronteiriço’ de
consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste estágio, masturbese
até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não
atinja o orgasmo ou ejacule.
Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de
sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio
duas coisas podem acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado
de sono profundo e neste estado experimentará sonhos vívidos, a segunda é
que você pode imediatamente começar a experimentar um estado de sonho
vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo
estágio da técnica de Controle Onírico.
O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para se dominar
e envolve um certo ‘truque’. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o
modo como ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a
experiência, mais tarde ele deve começar de verdade a modificar o que está
ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho, você pode entrar neste
estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado,
durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo
ou cântico silencioso de um mantra baseado no que ele deseja experienciar
ou aprender. Permitindo estes programas afundarem no inconsciente ou
entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente resultante do
sonho.
Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se
achará apto a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e
mantras você pode criar o sonho desejado e tomar uma variedade de
atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até mesmo não se
lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que
algum resultado foi ganho.
Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos
meses de prática antes de dominá-la.
Sigilização
“No geral parece que a maioria dos mantras são compostos de uma
série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca
tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi
que esta absoluta falta de significado é a real significância dos mantras. Um
Sadhaka medita nestes mantras como algo absolutamente sem significado
esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado mental onde
lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como
absolutamente sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia
dos Dharmas e portanto a meditação dos mantras gradualmente levará um
Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas.”
Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico)
S.B. Dasgupta
No exerto acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva
esotérica. Em sua essência, todas as coisas são vazias, então um mantra é
uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto afunda no
inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a
frase ou palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção
de que não há significado algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio.
Quando trabalhando com técnicas práticas de sigilização isto deve ser
mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se
uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de
letras sem significado, isto enganará o “Censor” da mente consciente mais
baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu desejo sem ser molestada. O
Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação para
aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza,
remove o significado programado de uma informação e arquiva apenas
facetas inatas. Portanto, apenas (aparentemente) um mantra ou sigilo sem
significado pode transmitir às regiões mais profundas do inconsciente um
programa com sucesso.
“A mente subconsciente é o depósito de todas imagens, todas idéias,
todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos,
e para fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária.
Os únicos símbolos efetivamente mágikos são aqueles carregados
com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o desejo deve ser
formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve
desviar-se do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado
alcança sua satisfação gradualmente e é normalmente realizado quando o
desejo cessou. Este tipo deve ser evitado como uma dissipação de tempo e
energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da Vontade
Verdadeira ou ‘sonho inerente’.”
Aleister Crowley e o Deus Oculto
Kenneth Grant, Muller, 1978
É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado,
inato ou óbvio, para induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É
igualmente importante perceber que se um mantra tem um significado inato
por trás da aparente falta de sentido, então uma programação do
subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a
Vontade Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da
mente consciente).
O procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é
simples e mesmo assim, trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase
específica do que você deseja atingir. Por exemplo, ‘Eu quero a força de um
tigre’. Então você junta tudo numa só seqüência para formar, neste caso,
EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem
devem ser removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas
letras podem ser usadas para formar um sigilo.
O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras,
enquanto que com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico
que contenha a essência do sigilo sem a forma externa. Em seguida deve-se
esquecer o significado do sigilo imediatamente após o procedimento ritual.
O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas
formas, ativo ou passivo.
A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal.
A Forma Passiva é a da Magia de Controle Onírico.
Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo no incosciente
e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e
deixando o programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes
de colocar o sigilo em ação se fizer uma exploração de suas reações mentais
ao sigilo e suas possibilidades através tanto do controle de sonhos ou
viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e
revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo
ou pedido inadequado.
Variações
Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas
Alfa, podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas
particulares seja formado de acordo com as necessidades e habilidades
pessoais. Algumas possibilidades interessantes são encontradas dentro do
trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente
pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é “Urn
Magick” (Magia da Urna).
A urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre
esta e Urnas primitivas encontradas na África e no Egito que eram
enterradas com os mortos não deve se perder. Estas urnas não eram simples
presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos
que haviam morrido.
A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na
mente enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna
simbolizando o útero do inconsciente. Então é enterrada para representar a
sua descida para as profundezas da psique e todos os pensamentos do
processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua finalidade da
mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional
do ritual que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos
magos ainda hoje acharão de grande valia.
Outras variações incluem o uso do “sonhar de verdade” para curar e
moldar a estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia
Sexual é imperativo para o mago explorar as possibilidades disponíveis e se
necessário, criar novas para si mesmo.
Como a Magia Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo
varia infinitamente, tanto as técnicas quanto as possibilidades variam
infinitamente na mesma proporção.
Conclusões
Os procedimentos Alfa são baseados no fato de que o orgasmo pode
ser usado como uma força impulsionadora para atingir uma variedade
enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um
estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas
do inconsciente. Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e
imagens sem sentido, sigilos e símbolos são semeados e crescem em direção
aos resultados que desejamos.
Os dois elementos aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas
imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua interação cria a interação
da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos sagrados
o processo da Magia Sexual é alcançado.
Para terminar este capítulo oferecemos uma tradução da evocação
usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the
Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É
dedicado a Rehctaw, a palavra ‘Watcher’ ao contrário, para sugerir a
descida às regiões profundas do incosnciente ... a jornada retroativa além da
mente consciente.
Em português, traduzimos ‘Watcher’ como Sentinela, e sua inversão
como Alenitnes.
“Ó poderosos Alenitnes !
Tu que existe em tudo que é erógeno,
Nós te evocamos !
Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu faço
Nós te evocamos !
Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo
Nós te evocamos !
Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos
Nós te evocamos !
Pelos conceitos do sagrado intervalo
Dê-nos a carne !
Pela Quadriga Sexualis,
Dê-nos desejo invariável !
Pela conquista da fadiga,
Pela mais sagrada palavra do Céu,
Dê-nos ressurgência eterna !
Nós te invocamos !”
RITUAL DE VÓRTICE ALFA
Exigências : Sigilo do desejo, incenso solar, pequena chama.
Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual, realizar um
banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito.
O Rito
O Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou
alguma forma de banimento ritual (de preferência que não seja o Banimento
Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria equivalente) e sente-se
dentro de um círculo de velas acesas.
O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Do what thou wilt shall be
the whole of the Law”.
Os magos respondem “Love is the Law. Love under Will.”
O sacerdote/isa encara o altar e afirma “Quando todos os fantasmas
tenham desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e
relampeja através das profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do
Fogo.”
Seguem-se então Invocações dos Quatro Elementos, acompanhadas
pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante...
ORO IBAH AOZPI
Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos
invoco, espíritos da Torre de Vigília do Leste.
MOR DIAL HECTEGA
Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Norte, eu vos
invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte.
EMPEH ARSEL GAIOL
Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos
invoco, espíritos da Torre de Vigília do Oeste.
OIP TEAA PIDOC
Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu vos invoco,
espíritos da Torre de Vigília do Sul.
O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e encarando o altar,
invoca os quatro nomes da Tábua da União :
EXARP, BITOM, NANTA, HCOMA
Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do
fluxo e refluxo da vida e da morte.
Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como
a essência de cada indivíduo ...
“Sagrado És Tu, Senhor do Universo.
Sagrado És Tu, Não formado pela Natureza.
Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso.
Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas.”
Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os
cinco pontos dos Pés, Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada
mago, dando um explicação de cada ponto como relacionado à Grande
Obra.
Pés - O Caminho Espiritual
Joelhos - Devoção à Vontade Verdadeira
Genitais -Uso correto dos instintos
Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual
Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual
Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo quíntuplo no
sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido
(Liber Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII)
“À minha solidão vem
O som duma flauta em bosquedos sombrios que assobram os maiores
[ morros.
Mesmo do rio bravio eles ensinam o limite da selvageria
[ e eu contemplo Pan.
As neves são eternas acima, acima -
E seus perfumes sobem até as narinas das estrelas.
Mas o que tenho eu a ver com isso ?
Para mim na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan.
Em todos os lados Pan para o olho, para o ouvido...
O perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo
[ absolutamente minha boca, fazendo a língua deslanchar
numa [ fala bizarra e monstruosa.
O abraço dele intneso em cada centro de dor e prazer.
O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno dele.
Eu mesmo jogado no precipício do ser.
Mesmo ao abismo, aniquilação,
Um fim à solidão, bem como a tudo.
PAN ! PAN !
IO PAN ! IO PAN !
Conforme começar a última frase da invocação, os magos e o
sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um começando
uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com
o canto aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na
imagem talismânica sendo usada, os olhos fechados até que cheguem a um
frenesi rodopiante e caiam ao chão.
Todos se recuperam, o trabalho Alfa começa.
Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira invocação, sendo
seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha.
“Luxúria da minha alma, luxúria do meu anjo.
Ó meu anjo
Verta-te em minha alma.
O olho, Daiomonos Folianates, meu Senhor,
A luxúria do Bode,
Meu Anjo, meu iniciador.”
Conforme o trabalho se desenvolve, a segunda invocação é realizada
pelo mesmo processo :
“Tu Bode exaltado sobre a Terra em luxúria
Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida
Erga tu em mim, fluindo livremente
Salte, tu me devoras.
(Repita um número de vezes.)
Tu me devora
Salta
Tu me devoras....”
No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada
nos fluidos da ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação,
cada mago repetindo ao atingir o próprio clímax.
Tu me exaltastes
Salta ! Isto ! Salta !
Vê, o estouro das sementes da imortalidade.
Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o
Talismã deve então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos
astrais. É então queimado na chama, sendo sua tarefa visualizada como
completada.
Após ser fachado o círculo, o rito deve ser esquecido e o Talismã é
deixado a realizar seu propósito.
Notas
Enquanto o Talismã estiver queimando, é uma boa idéia visualizá-lo
como uma força viva e conforme ele queima todos movem suas mãos e em
conjunto com sua respiração, cantam “ele cresce, ele respira”.
Também é possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à
pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo do ritual. Contudo, isto tende a
reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se melhor
sem a necessidade de um ponto de foco físico.
O uso de percussão, música e o cântico IO PAN podem aumentar em
muito o efeito do ritual.
O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os sexos.
BETAÍSMO
Introdução
Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do
Santuário, sendo continuação do grau Alfa por ser de natureza
masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa antes
de proceder mais profundamente no Santuário.
O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a
habilidade de moldar o corpo astral através do orgasmo intensificado. O
corpo astral, como um campo semifísico, eletromagnético, é influenciado
tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto está
ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as
variações na saúde e na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem
treinada e pensamento claro podem realizar mudanças no corpo astral e o
uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo astral
para atingir uma ampla variedade de resultados.
Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano
Beta.
Manipulação Interna
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para
refletir uma forma Divina escolhida e para despertar energia de dentro do
organismo. As técnicas usadas nesta fórmula incluem Assunção de Formas
de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em seus
estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).
Manipulação Externa
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal
maneira que uma forma semi-separada é criada através do excesso de
energia. esta forma então é usada tanto para “vagar por aí”, como na Baixa
Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de
Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era
estendida, podendo assim incluir várias formas astrais de sexo, onde o
congresso era alcançado com um grande número de deuses, demônios, anjos
e até mesmo personagens históricos.
Manipulação Externa-Interna
Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na
Lei de Correspondência e trabalha pela formação de uma forma semiexterna
em relação direta com a “forma externa” que o mago deseja
trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e
direciona a energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza
deste trabalho, ele deve ser realizado com grande cuidado, podendo ser
descrito como o sistema tântrico de invocação e evocação.
Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada
com uma máscara e forma de animal e até mesmo, sob circunstâncias
especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos chegar a uma
compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos
examinar os vários aspectos práticos destes teoremas.
Assunção Sexual de Formas Divinas
A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso
do orgasmo para moldar o corpo astral na forma do ser sendo invocado.
Utiliza a técnica não sexual básica com algumas modificações, o importante
nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral tornando-se
fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus
invocado e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não
precisa ser banida, produzindo na mente as associações que a forma divina
pode trazer consigo.
Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou
equivalente irá atingir o fim desejado.
A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso,
algum tipo de banimento e invocações preliminares do Deus(a) envolvido.
A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas
1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.
Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se
necessário.
2. Vibre o nome do Deus(a).
Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e
sinta-o movendo-se através do corpo pelos pulmões ao coração, então no
plexo solar e assentando-se nos órgãos sexuais.
3. Visualize a forma divina.
Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o
estímulo aumenta, sinta o corpo astral tornando-se mais e mais líquido.
4. No orgasmo.
Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida,
sinta o corpo inundar-se de luz e uma transformação da consciência afim
com a forma envolvida.
5. Este processo pode ser feito de dois modos.
A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma
dada mudança na consciência será notada em relação direta à forma
escolhida ou
B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela
forma seja atingido e oráculos surgem daí. Isto só deve ser realizado na
companhia de outros magos e dentro dos confins de uma ambiente
magikamente controlado.
Formas Animais
As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por
representarem os vários estágios primitivosde consciência pré-humana. No
Xamanismo tradicional elas são de grande uso e corretamente, pois elas são
a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como “homem
civilizado”. O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da
Magia Ocidental e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens
de animais e formas de insetospara evocar energias Qlipphóticas e acessar
as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e coletivo.
Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de
consciência seu despertar na “consciência racional” é normalmente
dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num ‘espaço seguro’ e é
melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.
Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à
assunção de forma divina até uma aproximação mais Xamânica ou
Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de invocação quanto de
possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até que
o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é
“travado” na forma animal, sinta a consciência daquele animal tomando o
organismo. O estado resultante será uma manifestação do animal na
consciência.
Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma
animal, baseada em tradições xamânicas. O mago deve ver-se dividido em
dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o intelecto e os instintos ou
melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao redordo
círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador.
Conforme a corrida chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele
deve jogar-se em frenesi e o caçador e o animal fundem-se tornam-se um.
Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma animal sendo
invocada.
A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma
fórmula ritual é que eles são representativos dos estágios primários da
evolução cósmica e podem ser percebidos e experienciados como um
retorno do poder pessoal destes estágios.
Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais
baixo será o rincão do qual devemos chamar nosso poder.
O Uso de Máscaras
O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas
formas de magia. Seu uso é portanto imperativo quando se trabalha com os
níveis mais baixos de consciência pré-humana como exemplificado nas
formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as máscaras
também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal
com uma dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de
pessoas onde p número de formas assumidas demanda alguma maneira de
aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em relação a formas animais
as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam algumas
associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão
especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais
totalmente dirigidas pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além
destes, associações pessoais são o único método válido.
Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas
tradicionais podemos colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão.
Mas ainda assim poderia ser atribuído ao signo de Leão por causa do calor
sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto formando uma
ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.
Totens
Todas formas animais devem ser formadas através da experiência
pessoal. A psicologia podem também nos dar algumas pistas interessantes
sobre a razão por trás da constante reaparição de um animal dentro das
visualizações. Estes animais são conhecidos como ‘Totem’ e tendem a ser
externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser
explorados e aceitos como glifos pessoais, muito parecido com assumir um
mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser fortalecidos e usados nas
técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos e
Súcubos.
Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)
De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que
se alimenta de energias sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai.
A variação do sexo foi levada em conta na variação do nome.
De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos
para se referir a ambos os sexos e ambos termos) é uma forma específica de
ser astral formado através da energia sexual. Tem muitos usos e apenas
torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O íncubo
é criado através da externalização de uma forma astral por um período
extenso usando as técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano
nebuloso sem sexo ou características distintas. Conforme é externalizado
toma energia do organismo e assume forma distinta. O organismo pode
também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham
em união simbólica.
Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa
grande variedade de práticas mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser
numa forma que você deseja trabalhar, por exemplo, você pode querer
atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma com
cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual.
Obviamente as variações do encontro são muitas e você poderia
provavelmente dividir este arcano em subgraus se você quiser, isto é, Beta-
Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de congresso
utilizada.
Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa
forma de trabalho pessoal usando uma variedade de cruzamentos entre
Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos para ilustrar a
natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta
técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária,
enquanto que muito do seu desenvolvimento técnico é encontrado nos
trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.
Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo
das Almas, uma descrição de suas técnicas delineia os procedimentos
básicos como ensinados dentro de sua ordem interna, que era conhecida
como a “Igreja de Carmel”.
“Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores
engajaram-se numa cópula com anjos, querubins, serafins e espíritos de
figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o Grande. As técnicas
usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele
ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual
e real no qual cada participante identificava o outro com o ser apropriado
desencorporado.”
Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion)
de Francis King.
O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma
forma astral externalizada. O segundo estrato desta técnica margeia as do
Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro sexual físico, mas que
é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de
projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e
um conhecimento do Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.
A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago
a estados de êxtase e poder pessoal além dos confins dos caminhos de
trabalho definidos.
Baixa Magia
Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da
baixa magia nos reinos físico, mental e espiritual através das técnicas
delineadas acima. O mago pode criar um elemental artificial ou criatura que
pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são
encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver
ao completar a tarefa e não se manter como um familiar contínuo. A única
exceção aqui é onde o mago está completamente confiante em sua
habilidade mágika para manter a criação sob total controle. Houve muitos
casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e
sustentado por meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu
criador devido à negligência ou excesso de confiança e então drenava a
energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho oculto e vida
diária.
Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a
criação e programação repetida numa base regular, coordenada com a
técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido alinhado com os
requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares
são programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao
alcançarem o êxito em sua missão quanto após determinado período de
tempo. Este é de longe o melhor método a menos que o mago tenha uma
razão específica para desejar um familiar de maior duração.
Magia com Bonecos
Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no
uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias
de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um
símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão
tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende
ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago
deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a
cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o
molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto
importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de
influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os
reinos astrais.
Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas
pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a
ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para
influenciar o próprio mago !
O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma
conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo
astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser
facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um
elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas
para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos
planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma
forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem
pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma
pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e
dimensões.
Conclusões
Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está
na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do
organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser
alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja,
fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo
durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem
em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de
possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar
as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma
maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do
íncubo.
GAMAÍSMO
Introdução
Gamaísmo é o grau de Magia Sexual baseado no arcano da
polarização. Por assim dizer, todos os trabalhos dentro deste grau devem
estar focalizados na força de Binah e Chokmah (ativo e passivo) como
representantes dos dois pólos do Universo. Este grau não é,
necessariamente, heterossexual, embora formas divinas masculina e
feminina devem ser assumidas em todas suas formas ritualísticas. A única
exceção para isto é encontrada na criação da criança Planetária, onde os
ritos heterossexuais são a única alternativa viável, pelo menos no presente.
A polarização dentro deste grau é baseada nos arquétipos de Therion e
Babalon, estas duas forças simbolizando o balanço dinâmico de Força e
Forma dentro do Cosmos vivente para que o balanço destas forças possa ser
manifesto dentro dos magos do ritual.
As Naturezas de Therion e Babalon
“Ele é sempre um sol e ela uma lua.”
Livro da Lei I:16
“Eu, a Besta 666 sou chamado para mostrar esta adoração e enviá-la pelo
mundo. Pela minha mulher que recebe e transmite minha palavra e meu ser
solares, neste trabalho é alcançado.”
Trabalho Djeridensis (Djeridensis Working)
A Natureza de Therion
A natureza de Therion é encontrada na sua atribuição a Chokmah e
Netuno. Ele é o senhor do inconsciente e no macrocosmo, o submundo. Ele
guarda o Abismo como Netuno olha sobre o mar e governa com o Tridente
de Noventa e Três (as Supernais). Ele é uma força selvagem e descontrolada
e é conhecido como a “Esfinge”. Ele portanto tem as chaves para o mistério
da palavra quádrupla : Saber, Ousar, Fazer e Calar. Sua força é
primeriamente solar e é irradiada para os mundos mais baixos através de
Tiphereth. Seu número é 666, abarcando o processo do homem (6)
tornando-se, em todos aspectos (3 números 6), Deus (3).
A Natureza de Babalon
Babalon é o complemento de Therion, ela é atribuída a Binah e
Saturno e é a Deusa do corpo da matéria e forma. Ela é forma, corpo e lei e é
conhecida como a Rainha Vitoriosa. Seu número é 56, o Portão do Sol.
A combinação destas formas são vistas nas imagens do Antigo Egito
do culto Draconiano. Os desertos de Set formam o ambiente, os ventos da
morte varrem as areias formando um cenário mutante para iniciação. Nas
paragens distantes está a Esfinge de Therion, simbolizando o poder eterno
de força e energia, atrás da Esfinge, a luz espectral do submundo ergue-se
brilhando dos túneis que se esgueiram por entre as areias. Mais ao longe,
bem à direita, estão as pirâmides de Babalon, um epitáfio aos poderes da
matéria e forma. Juntos eles energizam o deserto no qual estão as onze
torres solitárias das Sephiroth e sob as quais os Túneis de Set viram-se e
torcem-se.
Num cenário ritual estas formas podem ser assumidas para que o
congresso resultante crie um vórtice similar em natureza a Daath. Este
vórtice pode ser então programado de acordo com o desejo do mago. O
vórtice mais forte será formado por ritos heterossexuais, sendo que estes
têm a vantagem de já serem polarizados, contudo, mais uma vez, a assunção
de formas divinas pode sobrepor-se a qualquer obstáculo. Trabalhos
práticos usando estas formas podem ser divididos em duas classes :
religioso e mágiko.
1. Religioso
Os trabalhos religiosos são ilustrados por tais rituais como a Missa
Gnóstica e celebram os vários aspectos da mensagem de Thelema. Usa as
formas divinas de Babalon e Therion duma maneira semi-devocional além
da energização de fluidos sexuaiscomo usados na Eucaristia Tântrica.
2. Mágiko
Os usos mágikos deste arcano incluem assunção de formas divinas,
indução de estados alterados de consciência, consagração, criança
planetária, alquimia interna e a destilação do Sacramento. Esta última
técnica engloba tanto a aplicação religiosa quanto mágika do arcano
Gamma.
Dianismo
Dianismo é a classe específica de Magia Sexual que pode ser aplicada
tanto para os graus Gamma quanto Epsilon dos Mistérios. Seu uso primário
na magia é encontrado na indução de estados alterados de níveis superiores
bem como nos benefícios adicionais a respeito da alquimia interna. A este
respeito, esbarra em algo dos trabalhos Delta.
A técnica geral usada dentro deste arcano do Dianismo é conhecida
como “Karezza”, que é o congresso sexual sem ejaculação. Esta técnica,
quando corretamente usada, dispara um estado estendido de êxtase. Este
estado criado pelo orgasmo sexual ocorrendo dentro do corpo durante o
estímulo sexual prolongado sem ejaculação. A técnica também pode ser
usada em certos cenários iniciáticos como exemplificado no que se chama
de “hiper-eroticismo” ou “Lucidez por Eroto-comatose” (um esquema
completo é encontrado em nossos comentários sobre ‘De Art Magica’). Um
sumário básico da técnica é a total exaustão do organismo de toda
perspectiva sexual até que um estado profundo de transe extático
intervenha. Em técnicas normais de Dianismo o Karezza não é levado a este
extremo. Há muitos usos benéficos do dianismo, o primeiro sendo uma
habilidade para manifestar uma amplitude de estados alterados, que
permitem a exploração das dimensões espirituais. Outros usos incluem
sigilização e baixa magia.
Outro uso importante da técnica do dianismo é a conjunção com a
técnica de controle onírico Alfa. Esta técnica permite o uso de Karezza para
condicionar o estado de sono resultante e criar uma onda inundante de
Vontade e imaginação em direção à mudança da realidade rotineira.
A Técnica de Controle dos Sonhos Alfa-Dianismo
1. Pratique o Karezza até que um estado de sono intervenha. Isto pode
se estender a uma forma de hiper-eroticismo, se requerido.
2. Num estado de sonho tenha o congresso sexual com uma figura de
sombras que de alguma maneira tenha relação com o desejo com o qual
concerne o processo, no orgasmo em sonho o sigilo ou selo do desejo deve
ser visto como “um sonho dentro de um sonho”.
3. Ou despertando, o sigilo ou selo é destruído e o desejo é aceito
como preenchido. Uma técnica de Magia de Urna pode também ser usada
como uma alternativa para destruir o selo.
Qodosh
Na ordem tântrica da GBG este grau (também chamado de Qedash)
era simplesmente relacionado ao Gamma ou nono grau tântrico da OTO.
Contudo, quando examinamos os trabalhos reais do grau no sistema da
GBG (como descrito no trabalho de Culling), descobrimos que o grau
concerne primariamente com o que podemos chamar de “Controle da
Realidade” ao invés de simples prática sexual Gamma.
O grau de Qodosh representa o topo das técnicas de controle onírico e
baixa magia, seus procedimento afins com aqueles das técnicas Dianismo-
Alfa já descritas acima. Estas, na prática, devem na verdade ser classificadas
como uma técnica Qodosh, embora elas usem a fórmula do Dianismo. As
técnicas práticas deste grau são as várias técnicas de baixa magia dos
arcanos Alfa e Beta, reforçadas pelo Dianismo e pela ejaculação no sigilo
melhorada após um longo período de Karezza, sendo o sigilo jogado no
submundo. Quando corretamente usada, esta técnica trará a habilidade de
moldar a realidade ao nosso redor, alinhando-se com o poder da Vontade
Verdadeira.
Assunção de Formas Divinas
A assunção de formas divinas dentro do arcano Gamma é uma
extensão natural do que foi delineado no arcano Beta, salvo que nesta
técnica ambos os parceiros polarizam as formas divinas, para que uma
complemente a outra e o poder da forma flua entre os dois operadores. A
natureza das formas assumidas devem ser plenamente investigadas antes de
serem atribuídas para trabalhos Gamma ou Epsilon, pois há infinitas
variações na atribuição e associação. A chave para a interpretação é que
formas polarizadas trabalham para complementar uma a outra e portanto
tendem a ter papéis opostos dentro de um procedimento (Nuit e Hadit).
Enquanto que formas apolares tendem a ter papéis idênticos como no caso
de Hórus e Set ou Harpócrates. Acima de tudo, a adaptação e atribuição
pessoais são o mais importante e exceções e variações são sempre possíveis.
Crianças Planetárias
O conceito da criação de uma forma artificial de acordo com os meios
ocultos tem estado entre nós por muitos séculos. É encontrado nos textos
hebraicos antigos sobre magia e em muitos grimórios medievais. Sua forma
mais desenvolvida e prática é “De Homuncula Epistola” publicado como um
documento do nono grau da OTO em 1914.
Antes de descrevermos e discutirmos o documento, deve ficar claro a
atitude em relação aos documentos da OTO e de Aleister Crowley. Não
clamamos qualquer propriedade ou direitos autorais sobre estes
documentos, eles foram deixados por Crowley para o mundo inteiro e
embora pareçam haver argumentos constantes dentro da OTO sobre a quem
realmente pertencem os documentos, o consenso geral é de que seja com a
“OTO de Aleister Crowley” também conhecida como Califado da OTO.
Oferecemos estes documentos com nossos comentários para referência e
pesquisa, imprimimos eles com o mesmo espírito daqueles que oferecem
comentários de “textos religiosos” de outras tradições espirituais tais como
a Bíblia, o Corão ou o que seja, mas com uma análise mais científica e
analítica.
A definição de um Homúnculo dada neste documento é :
“Um ser vivo em forma lembrando um homem e possuindo aquelas
qualidades de um homem que o distinguem das bestas, nomeadas intelecto e
poder de comunicação. Mas não criado nem nascido da maneira da geração
humana nem habitado por uma alma humana.”
No arcano tântrico moderno a técnica para riar um Homúnculo tem
sido ensinada sob a guisa de crianças lunares, este título baseado no livro
‘Moonchild’ (criança da lua), de Crowley. Delineia uma técnica para
encarnar uma força lunar num veículo físico sob a guisa de ficção. Esta
técnica, é claro, pode ser estendida para toda a variedade de forças
planetárias, elementais e interdimensionais. O conceito de encarnação de
uma forma não humana é baseado na crença do ocultismo de que o feto é
vazio de qualquer alma durante os primeiros três meses de gestação e só
após este período é que atrai uma “alma” ou em termos budistas, o feto
desenvolve-se e interage com os fatores kármicos que reformulam um
semblante do eu. Portanto, é possível, antes deste período, pelo processo da
invocação ritual, estimulação sensória e tal, atrair determinada força para a
esfera do feto e alcançar a encarnação da força com sucesso. O verdadeiro
processo para atingir este resultado é dividido em nove seções distintas e é
delineado na “De Homuncula Epistola”, a qual passamos na íntegra.
De Homuncula Epistola
I. Tome uma mulher adequada, desejosa de ajudá-lo no trabalho.
Explique a ela todas as precauções a serem tomadas e o modo de vida
necessário. Deixe seu horóscopo, se possível, adequado à natureza do
Homúnculo proposto, para ter um espírito de benevolência encarnado, deixe
Júpiter estar ascendendo em Peixes com bons aspectos com o Sol, Vênus e
Lua e nenhuma disposição contrária notável, tanto quanto possível.
II. Tome agora um homem adequado, se conveniente, você mesmo ou
algum outro irmão da Gnosis, tanto quanto possível, deixe seu horóscopo
também harmonioso com a natureza do trabalho.
III. Deixe o homem e a mulher copularem continuamente (mas
especialmente em momentos astrológicos favoráveis ao seu trabalho) e
duma maneira cerimonial num templo preparado, cuja decoração e arranjo
específicos também são adequados ao trabalho.
E deixe-os ardentemente e constantemente prepararem o sucesso de
seu trabalho, negando todos os outros desejos.
Então prossiga até que resulte gravidez.
IV. Agora deixe a mulher ser retirada e levada para um local preparado. E
este local deve ser um grande deserto, onde raras almas humanas vagueiem
procurando encarnar. Depois desenhe um grande círculo e consagrado à
esfera do trabalho e a fórmula de banimento das Sephiroth e especialmente
de Kether deve ser feita frequentemente, de cinco a sete vezes ao dia. Nunca
deixe a mulher sair do grande círculo.
Faça com que a mente da mulher seja reforçada para resistir a todas
impressões, exceto as do espírito desejado. Qeuime o incenso deste espírito
continuamente. Deixe apenas suas cores serem vistas e apenas suas formas
aparecem, sendo isto tão forte que deve estar em tudo. Depois deixe-o ser
invocado constantemente e sinceramente num templo dedicado, a mulher
sendo colocada num grande triângulo enquanto tu formas o círculo,
realizando a evocação adequada para aparição material. E faça isto duas
vezes todos os dias, uma enquanto está desperta e outra quando estiver
adormecida.
V. E deixe o encontro ser um banquete de recepção ao espírito. Portanto,
deve-se omitir os banimentos.
VI. E durante o resto da gravidez deixe haver Carga ao Espírito (assim o
período total do trabalho é como se fosse uma expansão em termos, como se
fosse da Fórmula e Arte da Evocação) desta maneira. Deixe a mulher ser
constantemente educada pelas palavras e pelos livros e pelas figuras de uma
natureza consoante, para que todas as causas trabalhem em conjunto para a
defesa e sustentação do espírito e para seu verdadeiro desenvolvimento.
VII. E deixe o parto ser retardado ou avançado, tanto quanto possível, para
assegurar um signo adequado para a criança tal como requerido.
VIII. Tendo a criança nascido deve ser dedicada, purificada e consagrada,
de acordo com as fórmulas do planeta, elemento ou signo encarnado.
IX. Agora então tu tens um ser de perfeita forma humana, com todos
poderes e privilégios de um humano mas com a essência de uma força
particular escolhida e com todo o conhecimento e poder de sua esfera e este
ser é tua criação e dependente, para ele, tu és Deus e Senhor, e ele deve
serví-lo.
Logo, o todo daquela parte da natureza de onde não pertence é seu
domínio e tu és Magister Octinomous.
A seguinte afirmação está na finalização do procedimento nônuplo
para criar um Homúnculo, deve ser bem considerado.
“Esteja atento irmão adepto e escolha bem teu objeto e não poupe dor
e labor no início de tua operação; pois para ter milho de tão sutil semente é
uma grande coisa uma primeira vez, alcançá-lo duas vezes, foi a máscara de
uma energia primal tão maravilhosa, que duvidamos se houve um homem
nascido em dez vezes dez mil anos que tenha tal poder fantástico.”
SACRAMENTOS SEXUAIS
Introdução
Um sacramento sexual é a combinação de secreções produzidas
durante um ato de contato sexual, normalmente combinando dois sistemas
sexuais, Mas não necessariamente. É coletado no pico da paixão sexual e
usado em atos de consagração e magia, mas mais frequentemente, numa
Eucaristia sexual. A natureza única do sacramento é encontrada na sua
posse dos trinta e dois Kalas originados nos participantes iniciados. Uma
descrição da antiguidade de seu uso é encontrada no ‘Panarion’ de
Epiphanus, que afirma :
“... após eles terem intercurso na paixão da fornicação eles ergue sua
própria blasfêmia ao céu. A mulher e o homem pegam o fluido da emissão
do homem em suas mãos, eles ficam de pé, levantam as mãos ao céu
trazendo ao pai da natureza de tudo, aquilo que eles têm em suas mãos e
dizem ‘nós oferecemos este presente, o corpo de Cristo’ e eles o comem.”
A descrição acima certamente captura o uso gnóstico do sacramento
sexual por volta do tempo da escola de Mistérios Essênia. Nas escolas
tântricas do oriente e do ocidente o uso iniciático do sacramento sexual é
uma importante faceta dos ensinamentos secretos. A tradição tântrica do
Santuário abarca estes mistérios e ensina-os sob a guisa de “A Eucaristia”.
O uso da Eucaristia pode ser dividido em duas fases, religiosa e
ritualística.
1. Uso Ritual da Eucaristia
Incluem-se cura, consagração e outras práticas ocultas.
2. Uso Religioso da Eucaristia
Está baseado na manifestação das forças universais através dos
participantes para seus Kalas ativados que são emitidos nos magos sexuais.
Este uso é visto na Missa Gnóstica e outras missas usadas e muitas ordens
tântricas modernas. Estes ritos são extremamente poderosos e manifestam
forças de outras dimensões diretamente na experiência dos magos
envolvidos na Missa.
Consumindo o Sacramento Sexual
É interessante notar a reação dos magos ocidentais em relação ao
consumo de secreções sexuais dentro de uma situação ritual. No livro
‘Sexual Occultism’ de John Mumford, ele explica a razão para esta reação
nos seguintes termos :
“... qualquer repugnância em relação ao sexo oral entre os ocidentais
é devida à confusão disseminada sobre as diferenças entre excreções
corporais (produtos eliminados não mais necessários) e secreções sexuais
(fluidos ricos em nutrientes).”
É imperativo para o mago vir a entender a natureza das secreções
sexuais, elas não são apenas ricas em nutrientes (portanto o seu uso em
certos ritos de cura) mas são um veículo para a manifestação dos Kalas,
através dos quais formas de natureza parafísica materializam-se e podem ser
usadas. Sendo que o consumo da Eucaristia é o aspecto central de várias
missas tântricas, a repugnância sentida em relação ao consumo de fluidos
sexuais deve ser resolvida e substituída com uma atitude saudável diante do
corpo e seeus produtos.
A Fórmula da Eucaristia
A Eucaristia como exemplificada na Missa Gnóstica é baseada na
fórmula de 0=2, algumas outras eucaristias, tais como a da Missa de Maat,
são baseadas em fórmulas variantes. Contudo, todos ritos Eucarísticos do
presente Aeon são baseados no princípio da dualidade, as forças de Ain
estando manifestas dentro das fontes sexuais duais dentro de um rito (de
qualquer combinação sexual). Pode qualquer número de pessoas dentro do
ritual, geralmente os dois formam a combinação central Sacerdote /
Sacerdotisa dentro de qualquer missa.
A função chave do ritual é a invocação de Formas Divinas no
Sacerdote e Sacerdotisa, a estimulação ritual dos centros sexuais, o orgasmo
extático, a coleta de secreções e seu uso duma maneira Eucarística. Os
fluidos são coletados pelo Sacerdote/isa e então passados aos outros magos
representando “a Manifestação” das forças invocadas. No Tantrismo
Gnóstico este sacramento era conhecido como o “Corpo de Cristo”, o pão e
vinho sendo símbolos das duas fontes de Kalas, sêmen e fluidos vaginais.
Formas de Amrita
Amrita poderia ser melhor definido como “A Ambrósia Psico-Sexual”
e é a secreção com Kalas ativados. Pode ser dividido numa variedade de
formas diferentes. O meio tradicional de verificar a natureza dos Kalas e do
Amrita é baseado na divisão tripla dos Kalas como delineado antes : Tamas,
Rajas e Sattva. Estes correspondem às definições de Lava Negra (Sal);
Veneno (Sacramento Qlipphótico), Pó Vermelho (Enxofre); Combinado e
Mercúrio; Frio e Calmo. Esta três classes de Amrita podem também
relacionar-se com nossas tabelas de várias formas de magia sexual, como
ilustrado abaixo.
Gamma de Gamma Frio Puro e Néctar Calmo
Epsilon de Gamma Pó Vermelho
Gamma de Epsilon Pó Vermelho
Epsilon de Epsilon Lava Negra
Sendo o Pó Vermelho uma classificação transicional, é possível
subdividí-lo em duas subclassificações posteriores, como segue :
Epsilon de Gamma Pó Vermelho - Ênfase no Veneno
Gamma de Epsilon Pó Vermelho - Ênfase no Néctar
A partir dos dados acima as diferentes formas de sacramento podem
ser averiguadas, como se notará, os sacramentos puramente heterossexuais e
homossexuais são os extremos com variações baseadas no poder das Formas
Divinas assumidas.
Coletando Amrita
Há uma grande variedade de maneiras de coletar Amrita. Uma das
variações óbvias está na natureza do sacramento. Obviamente, num rito
heterossexual os fluidos podem ser coletados através do orifício vaginal
após a penetração, enquanto que, num rito homossexual, os fluidos devem
ser ejaculados diretamente num cálice ou vasilha de coleta. Em alguns casos
um método oral direto pode ser usado, em outros casos os fluidos são
coletados e então consumidos. O último método é encontrado em muitas
escolas tântricas onde os fluidos eram coletados com um cálice (de formato
um pouco como uma molheira) ou uma folha e então, após a benção, usado
na Eucaristia.
Uma ilustração importante de uma variação da Eucaristia Tântrica é
encontrada no que é conhecido como “O Sacramento de Nu”, em termos
comuns, é posição ‘meia-nove’ (69).
O Sacramento de Nu
“Quando Satã deita-se com uma bruxa na forma de um homem, ele
toma para si o corpo de alguém que foi enforcado.”
Discours Sorciers (Discurso de Feitiçaria), 1590.
“Malditos seja o homem que se faz terra e a mulher, céu.”
Maomé
“Invoque-me sob as estrelas.”
Livro da Lei I:57
“Acima, o precioso azul celeste é o esplendor nu de Nuit, ela se curva
em êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit.”
Livro da Lei I:14
O primeiro exerto ilustra a natureza esotérica do Sacramento ou
posição de Nu. Em textos esotéricos tradicionais a posição era ilustrada sob
o glifo do Enforcado invertido no sono de Siloam. Nesta posição ele estava
de ponta cabeça, o que sugeria o segredo interno da posição ‘meia-nove’.
No Livro da Lei o Sacramento torna-se óbvio pelas várias referências
descritivas às interações de Nuit e Hadit. Tanto faz que o sacramento seja
heterossexual ou homossexual, os parceiros estão em posição para que os
fluidos sexuais sejam consumidos direto do genitais um do outro. Nesta
forma de magia não é necessária a penetração.
Na magia polarizada este procedimento normalmente gera um estado
andrógino dentro de cada mago e dispara um balanceamento dos campos de
energia para que cada mago reflita a androginia de Pan. Enquanto um
sacramento apolar tende a disparar um campo de energia de poder enorme
que pode ser usado com sucesso para ingressar em outras dimensões. Uma
variação desta última fórmula é encontrada na imagem da Torre do Tarot.
Esta fórmula de sexo oral vê um homem no papel fálicoe o outro
participante (macho ou fêmea) é o papel passivo, no orgasmo o espasmo do
falo pode ser usado para entrar no inconsciente, muito similar a do
Sacramento de Nu. Pode também ser usado em combinação com técnicas
Delta para a estimulação da Kundalini.
Apêndice : Exposição da Posição de Nu
Ao discutir-se a fórmula de Nu, é interessante notar as várias
exposições da prática thelêmica. Uma das mais completas delineações é
encontrada no Livro das Mentiras, de Crowley, este texto foi escrito como
uma coleção de criptogramas contendo vários mistérios Cabalísticos,
Herméticos e Thelêmicos.
Contudo, o capítulo sessenta e nove tem um nível obviamente
profundo de interpretação baseada no Tantrismo. A interpretação
acompanhando este capítulo é claramente baseada no uso hermético do
hexagrama mas uma dica de possível interpretação sexual também está
presente e óbvia à observação. Colocamos o capítulo abaixo como uma
brilhante exposição do Sacramento de Nu.
O LIVRO DAS MENTIRAS
Capítulo 69
O caminho do sucesso - e a maneira de chupar ovos !
Este é o hexagrama sagrado,
Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com homem !
Mergulhe das alturas, Ó homem e engate-se com a besta !
O Triângulo Vermelho é a língua descendente da graça.
O Triângulo Azul é a língua ascendente do prazer.
Esta troca, o dom du´plo das línguas, a palavra de duplo poder -
ABRAHADABRA - é o signo da GRANDE OBRA para que a GRANDE
OBRA seja completada no Silêncio.
E atrás está a palavra igual Cheth, que é Câncer, cujo sigilo é
Este trabalho também se come, atinge seu próprio fim, nutre o trabalhador,
Não deixa semente e é perfeito em si mesmo.
Pequenas crianças, amem-se.
Comentário Sessenta e Dois
A chave para entender este capítulo é dada no número e no título, o
primeiro sendo inteligível para todas as nações que empregam figuras
arábicas, o segundo apenas para experts em decifrar o inglês.
O capítulo alude ao desenho de Levi do Hexagrama e é uma crítica
dele, ou seu melhoramento. É o hexagrama comum, o hexagrama da
natureza, o triângulo azul está de pé como fogo e o azul está de ponta
cabeça como água.
No Hexagrama mágiko isto é invertido, o triângulo descendente é o
de Hórus, um signo especificamente revelado por ele pessoalmente, no
Equinócio dos Deuses (é a chama descendo sobre o altar e envolvendo a
oferenda queimada). O triângulo azul representa a aspiração, sendo que o
azul é a cor da devoção, e o triângulo, cineticamente considerado, é o
símbolo da força dirigida. Nos três primeiros versos a formação do
hexagrama é explicada, sendo um símbolo da separação mútua do Sagrado
Anjo Guardião e seu cliente. Na conjunção é indicada a consumação do
trabalho.
O verso quatro explica em linguagem suavemente diferente o que
dissemos acima e a imagem escrita das línguas é introduzida.
No verso cinco, o simbolismo das línguas é desenvolvido.
ABRAHADABRA é um exemplo primal de uma palavra
criptográfica. Assumimos que o leitor tenha estudado suficientemente esta
palavra no Liber D, etc.O sigilo de Câncer liga este simbolismo com o
número do capítulo. Os versos restantes continuam o simbolismo Gálico.
DELTAÍSMO
Introdução
“Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há
alegria,
Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um.
Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra
e eu e a terra somos um.”
Livro da Lei II:26
O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de
Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental.
No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como
esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a
Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo
Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos
magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e
discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de
Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto
acima.
As Dez Facetas do Despertar da Kundalini
Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini
(incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode
ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados
individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano
Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue :
1. Concentração Total
2. Drogas e enteógenos
3. Paradigmas Alternativos
4. Músika (música & mágika)
5. Dança
6. Técnica Sexual
7. Estados Extáticos
8. Estados Impessoais de Êxtase
9. Frenesi Religioso
10. Entusiasmo Dissolúvel
Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a
qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem
como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau
Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa
variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação
da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo
impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto,
esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas
possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago.
Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da
Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem
um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente
individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta.
As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática
1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as
outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas
energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de
acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo
para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na
jornada do arcano Delta.
2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que
provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do
arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da
mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência
alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a
muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias
de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso
só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um
pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação
cuidadosa (certamente não o vício).
3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental
baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle
da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo
de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge
onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação
contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é
levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da
Kundalini é disparada no processo.
Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga.
Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em
estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria
torna-se uma Yôga dentro se si mesma.
4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada
nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som
repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de
estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do
sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica
de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo
físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente.
6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de
possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da
Kundalinibem com um número de variações sexuais.
7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo
ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles
sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato
de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a
manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini.
8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios
usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da
meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc.
10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não
apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova
apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma
ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais
possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo,
hedonismo extremo, ‘body piercing’ e modificações físicas, etc.
Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto
quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre
controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar
desastre para o mago.
Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes
técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo
com o conhecimento, experiências e preferências pessoais.
Alquimia Interna
A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da
Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática
incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é
parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais
fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da
faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante
reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de
purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini.
Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do
Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na
forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma
estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica
autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar
as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas
dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção
oa Sahasrara Chakra.
Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O
método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza
masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora
estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos
Chakras. Esta é a Via Seca.
Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o
fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais
físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua
falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas.
A Torre
A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre
pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um
procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao
falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser
relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os
testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da
coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem.
Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas
imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para
estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a
discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que
deve ser objetivado.
Outras Técnicas
Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo
mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini
que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix.
Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da
Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS
(baseada na letra mãe Shin).
LIBER HHH
SEÇÃO SSS
SUB FIGURA CCCXI
“Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta
vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo
acima. Mas é a morte e a chama da pira.
Ascenda na chama da pira, Ó minh’alma !
Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua
pequena luz.
Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá
expirar em tua grande Nox..”
Liber Lapidid Lazuli, I:36-40
0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua
espinha esteja vertical.
1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam.
2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro.
3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira.
Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima
um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha,
sentindo cada vértebra como uma entidade separada.
Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer
prática posterior.
4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo
como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit.
5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine,
para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de
Hadit.
6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de
Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi
ser seu mestre.
7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e
incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo
outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço
e a falta de objetivo da matéria.
E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar
tua imaginação ali.
8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela
Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor,
ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja
forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder.
9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba
e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada
uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil
e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor,
resista.
10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o
controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda
uma hora, não prossiga.
E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um
suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus
silente e virginal.
11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz,
debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo
e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome
todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade.
12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito...
“Benditos são os mortos que morrem no Senhor.”
Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor !
Conclusão
Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de
maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da
Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da
perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O
procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição
disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser
suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas
sexuais da Kundalini.
É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho
mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no
sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira
Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a
manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo
organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição
Tântrica do Santuário.
EPSILONISMO
Introdução
“Sacerdote junto com sacerdote.
Renomado rei do Cajado.
Venha tu, Hermes, rumo às palavras não criadas.”
O Trabalho de Paris.
Aleister Crowley
A Magia apolar é a natureza do grau Epsilon, seu poder primário é
encontrado no fato de que suas atividades não produzem resultado físico
(isto é, crianças) ou resultado astral. Toda atividade sexual polarizada e,
num grau menor, toda atividade heterossexual produz produzem um
resultado físico (mesmo com contraceptivos) ou astral, este resultado não é
encontrado nos trabalhos Epsilon. Estes são geralmente de uma natureza
homossexual específica e portanto o campo de energia criado não é de uma
forma polarizada e é por natureza extremamente volátil e dinâmica. Os
Sacramentos formados são de uso particular em trabalhos Qlipphóticos e
interdimensionais. A Lava Negra dos ritos homossexuais é de valor
particular para crear intrusões do submundo e formar interações com os
Deuses Antigos em tais tradições como aquelas incorporadas no
Necronomicon. Enquanto que no Sacramento heterossexual apolar na fase
de Lava Negra do Pó Vermelho é conhecido como a Poeira Escurecida e é
de uso menor nestes trabalho, mas tem valor específico nos trabalhos com
atividades do tipo Maatianas e com trabalhos do tipo Vodu como
exemplificado nos ritos mais obscuros de Maat e Hecate.
A importância do grau Epsilon é o maior poder inerente no
Sacramento formado e no trabalho em si mesmo, tão bem particularmente
ilustrado no que veio a ser conhecido como o Trabalho de Paris, que tomou
lugar em 1914 entre Aleister Crowley e Victor Neuberg. Neste trabalho o
sacramento puro de Lava Negra era usado para assentar uma variedade de
forças planetárias que eram usadas como Oráculos para atingir altos níveis
proféticos.
Fórmulas Epsilon
Ao discutir-se a fórmula do grau Epsilon, é importante entender sua
natureza dual. Embora também haja um aspecto dual no arcano Gamma, é
muito mais pronunciado dentro dos trabalhos Epsilon. Em base, na prática
oculta o Sacramento usado dentro do grau Epsilon é alcançado através de
atividade tanto homossexual quanto heterossexual, com um foco nas formas
divinas apolares.
O verdadeiro sacramento criado pela atividade homossexual é a
mistura das secreções de dois machos ou duas fêmeas, em ambos os casos o
título dado para esta fórmula é de ‘Lava Negra’. Isto não tem significado
físico mas refere-se à fórmula dinâmica e Qlipphótica do Sacramento. A
respeito de sua forma física real, em muitas tradições é conhecida como a
‘Neve Branca’ em relação à sua fluidez. Estas duas definições devem ser
mantidas na mente.
A respeito do Sacramento Epsilon heterossexual, conhecido como ‘Pó
ou Poeira Negra’, refere-se à sua natureza como o pólo Lava Negra da fase
de Pó Vermelho no ciclo do Amrita. Este título pode ter alguma
manifestação física por causa de muitos magos usarem o ciclo menstrual da
mulher para aumentar a natureza apolar do processo sexual.
Eles podem também ser aplicados ao sacramento lésbico da Lava
Negra, obviamente, contudo, isto não equivale à versão masculina do
Sacramento a respeito de sua forma física, salvo no título de ‘Neve Branca’.
Intrusões Qlipphóthicas
A natureza volátil do Sacramento Epsilon permite a manifestação de
forças de além dos reinos da Árvore da Vida. Estas forças do Universo B
manifestam-se numa ampla variedade de campos de energia e portanto
podem ser usados para muitos propósitos diferentes. A intrusão
Qlipphóthica mais comum é encontrada dentro dos trabalhos do
Necronomicon, que opera como um grimório para a manifestação dos
Antigos. Esta intrusão é imperativa à vida do mago por operar numa união
simbiótica com o processo da invocação da Vontade Mais Alta e criar uma
transmutação de consciência no mais alto grau. Um bom exemplo de
aspectos deste processo é encontrado no Liber Samekh, é importante
entender como estas intrusões são efetuadas através do sacramento Epsilon
em qualquer uma de suas formas.
A natureza do trabalho Epsilon forma um campo de energia dinâmico
que não está limitado tanto quanto a necessidade de manifestação fisica está
removida e portanto sua energia pode ser moldada para qualquer resultado
requerido. Geralmente, contudo, a natureza volátil do campo criado tem a
tendência para criar uma rachadura na consciência que trabalha para formar
uma porta entre as regiões frontal e dorsal dos Universos A e B. Esta
rachadura pode ser usada para realizar intrusões das várias dimensões na
consciência mundana.
A Missa do Espelho
Um método de realizar essas intrusões é encontrado na ‘Missa do
Espelho’. Esta Missa é uma técnica simples usando uma variante do arcano
Epsilon para disparar uma intrusão/experiência de um segmento específico
da realidade do Universo B. A missa é baseada na colocação de um espelho
a uns 10 metros de distância do mago que é o foco central do rito, o mago é
estimulado de acordo com a ‘eroto-comatose’ até que intervenha um estado
de transe. Não devem ser usadas formas divinas polarizadas.
Ao entrar no transe o mago projeta através do espelho, numa
realidade alternativa, símbolos já escolhidos. Em muitos casos a forma
divina sendo usada manifestar-se-á no espelho durante a experiência. Após
o mago tenha completado o trabalho, ele enmtrará num estado de sono
profundo, do qual ele não deve ser despertado, sendo que é durante este
momento que as energias são regeneradas, preparando-se para a reentrada
na experiência do Universo B. Esta Missa pode ser usada por qualquer sexo
em qualquer modalidade do arcano Epsilon, embora trabalhos do mesmo
sexo tendem a ser mais eficientes com as intrusões Qlipphóthicas
avançadas. Os sigilos usados podem vir de uma fonte tradicional, contudo,
aqueles descobertos por trabalhos de transe pessoal ou visionarização
(scrying) antes do rito são normalmente mais promissores.
A Fórmula Anal
A fórmula anal a respeito do grau Delta já foi discutida em relação ao
seu modo Kundalini no capítulo do mistério da Fênix. Em sus utilização
Epsilon deve ser considerada em conjunção ao arcano Delta, mas com uma
ênfase diferente. O papel do processo anal nos trabalhos Epsilon é como um
órgão não reprodutivo afim à Magia de Urnas. Sua conexão com a
Kundalini permite uma estimulação máxima do organismo psíquico
enquanto não permite uma manifestação exceto duma maneira préprogramada.
A fórmula anal do grau Epsilon portanto é a técnica de intrusão
por excelência, pois permite a acumulação de uma grande quantidade de
energia volátil, que é posteriormente aumentada através de seu eco pelos
chakras e sem qualquer manifestação, permite a total manipulação desta
força de acordo as necessidades do mago. Isto também permite uma
aplicação de Baixa Magia. Contudo, sendo que essa energia tende a criar
uma ‘rachadura entre os mundos’ seu uso é melhor aproveitado nos
trabalhos com forças das Qlipphoth e dimensões alternativas.
Deve-se notar que estes trabalhos são melhores apenas depois de uma
experiência da Vontade Verdadeira e portanto alguma forma de processo
ritual afim ao Liber Samekh ou Abramelin deve ser trabalhada antes destas
operações.
Oráculos
Um uso interessante da fórmula Epsilon encontra-se na arte dos
Oráculos Proféticos. Em muitos sacerdócios tradicionais o papel do
homossexual era aquele de visionário ou profeta (exemplo, Xamãs
Siberianos) e portantodentro deste arcano encontra-se a possibilidade de
uma profecia extremamente precisa. A técnica verdadeira é muito diferente
da Divinação, sendo derivada dos métodos usados no Trabalho de Paris.
Este trabalho, realizado por Aleister Crowley e Victor Neuburg em 1914,
usou uma técnica homossexual (anal e oral) para criar um portal entre as
dimensões e usar os planetas como um sistema de classificação, manifestou
revelações proféticas a respeito de eventos futuros bem como comentários
filosóficos e outros materiais. A chave para esta fórmula é a total
concentração dos magos envolvidos no sigilo ou símbolo sendo usado, a
mente estando elevada com invocações e o ato sexual ocorrendo por puro
intstinto sem foco consciente. Esta técnica embora difícil, cria a
possibilidade de receber vários oráculos e revelações proféticas de uma
variedade de dimensões e realidades. Estes oráculos e revelações devem
sempre ser checadas contra a revelação preliminar sobre o Aeon (neste
Aeon, o Livro da Lei) e contra as regras do bom-senso. Sempre é possível,
devido a um pequeno escorregão em algum aspecto da fórmula, manifestase
uma fórmula corrompida ou fragmentada de pouco valor ou até mesmo
perigosa. Embora o procedimento de receber oráculos seja simples quando
os estágios de concentração e bilocação instintiva sejam atingidos, a pureza
do oráculo é sempre uma questão difícil, apenas por ser totalmente
inflamado em invocação pode a interferência consciente ser limitada e
apenas checando os oráculos e não permitindo interferência egóica pode o
valor real do oráculo ser atribuído.
Androginia Oculta
“Venha tu, Vênus, Nascida do mar, filha do pai.
Escuta tu as canções sedutoras do Pênis, eu oro.
Possa a nossa sina não ser ter as bundas fodidas,
Mas deixe a buceta sempre em chamas com meu amor.”
Trabalho de Paris,
Aleister Crowley
Uma das chaves emite uma compreensão de que a relação entre os
trabalhos Gamma e Epsilon é aquela da Androginia. Em muitas tradições
ocultas a ênfase do balanço entre os arquétipos masculino e feminino tem
sido clara mas a questão da manifestação física destes arquétipos dentro de
tanto um estilo de vida andrógino como na atividade bissexual nunca foi
tornado claro.
No Novo Aeon a ênfase na androginia é clara, Hórus como o senhor
reinante é uma figura andrógina como eram muitas das imagens sagradas
nos cultos de magia através dos tempos (exemplo, Baphomet). De acordo, a
necessidade de balanço destes dois fatores dentro da psique é uma faceta
importante dentro do sistema do Novo Aeon e desde este período o meio
desta época é as secreções sexuais. então a sugestão inerente é a deque o
mago deve desenvolver uma forma de bissexualidade.
Afirmamos uma forma de bissexualidade por causa do cerne da
bissexualidade que tende a refletir uma confusão a respeito da imagem
sexual mais do que uma habilidade real de usar corretamente as energias
sexuais de qualquer sexo. O arcano do tantrismo é baseado no mago sendo
capaz de funcionar com qualquer sexo bem como de usar o sexo como uma
função sacramental. Por assim dizer, a tradição tântrica do Santuário
concebe que todos os atos de cunho sexual para o mago devem ser atos de
“Amor sob Vontade” e devem ser realizados desta perspectiva. Um dos
processos no desenvolvimento da androginia oculta é a experiência da
Vontade Veradadeira e o despertar da força plena do inconsciente. Cada ser
humano está apto a funcionar plenamente com ambos os sexos. Esta visão
tem sido abundantemente clara de vários princípios da psicologia moderna.
Contudo, apenas o mago realmente entende o poder inerente dentro destas
potências duais e está apto a usá-las para seu próprio desenvolvimento
iniciático.
Para muitos a exploração duma sexualidade estranha para a sua
própria é matéria de grande dificuldade, entretanto, será descoberto que
como o mago desenvolve que, através da tradição tântrica do Santuário, seu
impulso sexual aumentará e que um desejo natural surgirá para explorar
ambos os pólos de sua natureza. Isto pode ser posteriormente estimulado por
fantasias masturbatórias como discutido em capítulos anteriores. Para magos
mais velhos este aspecto da Grande Obra pode ainda provar-se um
problema, contudo, estudos sobre Reversão dos Sentidos, etc. podem
oferecer chaves avançadas para superar esta barreira bem como uma
expansão geral dos horizontes.
Uma das facetas mais importantes deste arcano está na tentativa
inerente de transformar a sexualidade mundana no “Frenesi Orgásmico de
Pan”; esta tentativa inerente pode transmutar até mesmo as estruturas
mentais mais rebeldes.
MAGIA SEXUAL NAS TRADIÇÕES GNÓSTICAS
Introdução
“Como crianças são aqueles que entram no reino. Quando vocês,
como estas pequenas crianças, tirarem suas roupas sem vergonha, quando
vocês fizerem dois tornarem-se um, quando vocês fizerem macho e fêmea
numa unidade, então vocês entrarão no reino.”
Evangelho de Thomás
Os mistérios da Magia Sexual não são apenas descobertos no oriente.
Se aceitarmos a hipótese de difusão central e localizarmos o ponto de
partida dos Mistérios na Tartária, cujos restos são encontrados hoje no
deserto de Gobi, então podemos facilmente ver como os mistérios se
espalharam nos templos do ocidente como do oriente.
O Gnosticismo foi de longe o maior culto tântrico dentro da história
ocidental, não podendo ser definido como um movimento pois cobre uma
grande variedade de diferentes teorias e práticas muito afins aos vários
sectos encontrados dentro do Hinduísmo ou Budismo). Contudo, teorias
gerais abraçadas em comum pelas seitas gnósticas e estas formam uma
ligação ocidental importante para as nossas modernas tradições tântricas.
Remanescentes Tântricos Dentro do Cristianismo
Nos trabalhos de John Allegro as origens do cristianismo são, afinal,
deixadas nuas. O cristianismo é mostrado como sendo derivado dos cultos
antigos de fertilidade do Oriente Médio com uma doutrina primária sendo o
uso de ritos sexuais na forma de Eucaristia. Encontramos, num exame, que
os deuses centrais, tanto na tradição grega quanto hebraica, Zeus e IHVH
derivam de um único e comum termo composto de duas sílabas, IA e U.
IA significa sumo e U significa cópula. Portanto, os nomes divinos
destas tribos cifram a imagem do “Sumo da Cópula”. Aqui descobrimos
uma ligação direta entre a presença de uma força externa ao homem e sua
manifestação na Eucaristia do pão e do vinho, símbolos do sêmen e fluidos
vaginais.
É também interessante considerar os ideais sagrados do cristianismo
como restos do ensinamentos gnósticos originais. A Torah, por exemplo, no
Judaísmo é a ‘consumação’ da semente do conhecimento, portanto, em
termos gnósticos, o Alto Sacerdote é o receptor e intérprete da Semente
Sagrada. Isto é ainda mais explícito quando consideramos o mistério sexual
do Tabernáculo Sagrado.
O Tabernáculo Tântrico
O Tabernáculo era o templo sagrado construído pelos povos hebreus
durante sua diáspora pelas terras inexploradas. De acordo com vários
eruditos sua estrutura tem sido assinalada por uma variedade de
interpretações religiosas. Contudo, quando examinamos o tabernáculo
alinhado com o sistema gnóstico do Tantrismo surgem interessantes
paralelos.
O Tabernáculo por todo o Oriente Médio tinha regras específicas e
era uniforme, quando examinado mais de perto descobrimos que representa
o microcosmo terreno do útero. A construção em si mesma é composta de
três segmentos distintos :
- A Côrte Externa ou Portal : representa o Véu ou orifício vaginal até
o hímem.
- O Saguão : representa a própria vagina.
- O Santuário dos Santuários (Sanctum Sanctorum) : Que representa o
Útero.
O Alto Sacerdote do templo vestia robes elaborados cobertos de
seivas e resinas, que claramente simbolizavam a potência do falo, além de
vestir duas placas que representavam os testículos suspendendo a lança
sagrada. Em muitas ocasiões ritualísticas o Alto Sacerdote, sozinho, poderia
entrar no Saguão, enquanto que uma vez por ano o Alto Sacerdote entrava
no Sanctum Sanctorum por um grande ato de penetração, sendo este cercado
por muitos dias de cerimônias religiosas.
Ritos de Batismo
Batismo por imersão ou asperção marcava a entrada de um iniciado
no Culto Tântrico Gnóstico. Nos primeiros sectos tais como os essênios,
este ritual era realizado em dois estágios : os batismo de água e o de fogo.
Um fino exemplo do ritual de batismo é encontrado no culto a Mithra, onde
precedendo o Batismo o iniciado era deitado como fosse um morto
enrijecido e o Hierofante o puxava pela mão direita simbolizando sua
ressurreição numa nova vida. Seguia-se então o verdadeiro ato de batismo,
onde o iniciado era posto num poço, nu, debaixo de uma grade e um touro
ou animal similar era sacrificado sobre o poço para que o sangue jorra-se e
banha-se o iniciado. A isto associava-se a troca do velho nome para a de um
novo nome e um juramento dedicacional.
Esta forma de batismo é bem similar ao das tradições gnósticas salvo
que seu uso de sangue reflete seu tom militar ao invés das práticas usuais do
Gnosticismo.
É encontrado nos primevos cultos gnósticos não influenciados pela
mensagem militar de Mithra que o batismo era alcançado através do uso de
secreções sexuais. Este uso de fluidos sexuais é certamente provado pelos
registros de tais grupos como os essênios. Mesmo na versão bíblica do
batismo de Jesus encontramos o uso da imagem da pomba, que era
especificamente o símbolo de secreções sexuais no culto Essênio.
O segundo batismo, o de fogo, era também conhecido como o ‘Rito
de Shin’. Dava aos iniciados plena admissão no culto de mistérios e era
celebrado po uma ocasião ritual bem como as primeiras experiências do
‘Rito da Câmara Nupcial.’ Seu propósito era marcar a confirmação de um
iniciado
nos mistérios e sua aceitação na e pela comunidade gnóstica.
O Rito da Câmara Nupcial
Nas imagens religiosas do novo e velho testamentos a deidade era
vista como o patriarca de seu povo. No Apocalipse (Apoc. 21:2, 22:17) a
Igreja é vividamente retratada como a noiva de Cristo e na Canção de
Salomão do velho testamento, o abraço erótico de Deus e da Igreja é
explicitamente descrito. Há muito tempo que já é aceita que a alegoria
destes textos é a de que Deus e sua Igreja uniram-se em abraço conjugal.
Nos cultos gnósticos acreditava-se que através da união das várias
facetas dos Aeons (afins às Sephiroth) Aeons posteriores eram produzidos,
estes seguindo até que posteriores Aeons fossem produzidos e por aí vai, ao
infinito. De tempos em tempos os gnósticos celebravam o Rito da Câmara
Nupcial para reconciliar estas forças Aeônicas, tanto externamente quanto
internamente em relação a eles mesmos. O ideal sendo um estado de
androginia divina.
“O Senhor disse num Mistério ‘se você não fizer os dois tornarem-se
um, o macho como a fêmea, o esquerdo como o direito, o que está diante de
você como o que está atrás de você e as coisas acima como as que estão
abaixo, você não verá o reino’.”
O Evangelho de Thomás
Na Câmara Nupcial o sacerdote e a sacerdotisa participantes assumem
a forma divina do Redentor (Soter) e da Sabedoria (Sophia) de acordo com
os ritos antigos, após o qual eles consumam sua união. Seguindo esta
congregação faz-se exatamente com igual força a visualização das formas de
Soter e Sophia. Acreditava-se que estes ritos manifestavam a Shekinah ou
presença do Espírito Santo e transformava os iniciados através de sua união
mística com Cristo. Neste contexto o termo ‘Cristo’ refere-se à sua
semântica na palavra grega ‘Christós’ que significa a força ungidora, o
filho-sol (sun-son) formado pela união do Soter e Sophia. Este rito é, numa
forma primitiva, uma celebração religiosa da Missa Gnóstica (Gamaísmo)
como ensinada dentro da tradição tântrica do Santuário. Ilustra a
continuidade dos Mistérios dentro do ocidente e revela o significado
esotérico destes símbolos que tem sido tão distorcidos pelas Igrejas Cristãs
Modernas.
“Se qualquer pessoa torna-se um filho da Câmara Nupcial, ele
receberá luz.
Se qualquer pesso não a recebe enquanto neste lugar, ele não a
receberá em nenhum outro lugar.”
O Evangelho de Filipe
Os Eleutérios
Os Eleuterianos são um exemplo primal de uma comunidade Gnóstica
e Tântrica primeva, conhecida como “Alento do Livre Espírito”, basearam
sua filosofia no ideal de que se nós somos realmente santificados e estamos
mesmo num estado de ‘Graça’ então estamos além das restrições morais. De
acordo, as coisas que podem condenar um ‘homem da carne’ são as mesmas
coisas que podem ser usadas sem culpabilidade moral para o ‘Homem do
Espírito Livre’. Esta idéia era baseada numa compreensão radical de vários
textos do novo testamento, onde o Novo Eu foi tomado como estando além
dos confins das restrições morais e legais das leis do velho testamento.
“Consequentemente de agora em diante não conhecemos homens de
acordo com a carne, mesmo se tivéssemos conhecido Cristo de acordo com
a carne, certamente não mais o conhecemos. Consequentemente, se qualquer
um está em união com Cristo, ele é uma nova criação, a velha passa ao
longe. Olhe ! Novas coisas tomaram existência.”
2 Conríntios 5:16,17
“De tal liberdade Cristo nos vê livres. Ainda assim fique alerta e não
se deixe confinar novamente numa escravatura opressiva.”
Galations, 5:1
Ampliando esta filsofia, o Alento do Espírito Livre, mais tarde
conhecido como a Intelligentiae Homines (Pessoas com gnosis),
desenvolveu sistemas de misticismo sexual usando técnicas afins ao
Karezza. Estas eram usadas induzir estados de êxtase bem como revelações
e visões. O serviço da Igreja era feito nu e os sacramentos das secreções
sexuais eram usados bem como uma imensa variedade de técnicas sexuais
usando códigos bíblicos como cifras. Por exemplo, o Karezza era conhecido
como o ‘Rito do Fluxo Ascendente do Jordão’. Este culto gnóstico em
especial sobreviveu muitos séculos, em 1516 Hieronymus Bosch, o famoso
pintor, era um membro de um grupo derivado do Alento e historiadores
modernos até descobriram ligações entre eles e os primeiros Anabatistas.
O Mistério de Shin
Ao examinarmos a história do Tantrismo Gnóstico, a questão de sua
relação à Magia Sexual moderna pode surgir. Para entender esta relação
devemos examinar o Mistério de Shin em relação às práticas Gnósticas e
Tântricas. O movimento moderno em direção à realização da Gnosis na
Magia Sexual pode ser dividida em três movimentos distintos, cada um
relacionado a um aspecto do Fogo do Triplo Shin ou Shekinah.
O Fogo do Corpo
Este fogo é encontrado nas técnicas físicas da Magia Sexual que
oferecem ao mago a habilidade de aprender e usar o organismo físico com
seus fluxos e refluxos para atingir crescimento espiritual.
O Fogo do Espírito
Este Fogo é a essência dos Mistérios, compreendendo a matriz astral
da Astrum Argum que engloba a corrente de Thelema (93) e a de Maat
(896) para guiar aqueles que buscam o estado de Humano Superior.
O Fogo da Alma
O fogo é o personagem ou forma. É forma pela influência conjunta
dos fogos opostos do corpo e do espírito e tem uma grande variedade de
aplicações. É pessoalmente adaptado pelo indivíduo de acordo com a
personalidade, cultura e período de tempo. Como foi escrito sobre uma porta
de um templo budista no Ceilão : “Para cada cem monges, há cem
religiões.” Assim também é o fogo da alma, que se amolda numa variedade
de fórmulas e personagens.
Estas possibilidades ilustram como a mensagem do Novo Aeon é com
certeza uma mensagem para todos, podendo ser adaptada a uma amplitude
enorme de almas e culturas, enquanto é sustentada a pureza da mensagem. O
fogo de Shin é um símbolo da corrente que está varrendo a civilização e irá,
em seus vários aspectos, transformar e transmutar aqueles que estão prontos,
no próximo estágio de desenvolvimento pós-humano, o Humano Superior.
O TAROT SEXUAL
Introdução
A magia sexual é inerente às vinte e duas imagens dos arcanos
maiores do Tarot Egípcio (O Livro de Thoth). Sendo que o Tarot teve suas
origens muito além da base ideológica do Antigo Egito e muito
provavelmente nas areias da Suméria, a verossimilhança de um Tantra
secreto dentro de suas imagens é muito forte.
Quando consideramos que um dos nomes do Tarot é Rota ou roda,
entramos em contato diretamente com o conceito do circuito psico-sexual
descrito anteriormente. Já discutimos o uso prático dos Caminhos na Magia
Sexual. Aqui objetivamos primariamente examinar o simbolismo sexual
inato de cada arcano e deixamos a aplicação prática para o mago. Um
conhecimento prévio do Tarot de Thoth deve ser sugerido para que se possa
apreciar plenamente os detalhes dados a respeito de cada carta. Mantendo
cada carta em vista ao estudar este capítulo também seria de grande ajuda.
O Simbolismo Tântrico
Ao examinarmos os glifos dos vinte e dois arcanos maiores,
descobrimos que cada um contém um tipo específico, por assim dizer, cada
um focaliza um imagem específica (normalmente humana) que pode ser
relacionada a fenômenos estritamente biológicos. Não queremos dizer que a
interpretação deva ser baseada no físico, mas sugerimos que dentro de cada
arcano está um glifo secreto delineando o processo físico pelo qual um
estado alterado de consciência, em relação direta com a imagem contida no
arcano, pode ser disparado. Numa certa extensão eles são precedidos pelas
letras hebraicas que, por meio do simbolismo, sugerem uma inferência
sexual para cada arcano. Por exemplo, a chave da Torre é atribuída a Peh,
cuja imagem é a boca, a relação simbólica da Torre fálica e da boca
precedem a imagem sexual da carta, que é, em parte, uma fórmula de sexo
oral.
Os Arcanos da Magia Sexual
O Espermatozoon
O louco, criança do Espermatozoon representa o que é entendido
como o Duende ou pequeno Eu. Este diminuto eu é projetado para fora da
consciência usando técnicas Alfa ou Beta e realiza as tarefas ordenadas pelo
mago. Pode ser usado para explorar dimensões alternativas e realizar atos de
feitiçaria. É um estágio mais evoluído do que o Espermatozoon sugerido no
arcano do Ermitão pois não é uma simples projeção da psique treinada mas
um aspecto parcial da Vontade Verdadeira colocado em ação.
A letra Aleph retorna a essa atribuição pois simboliza uma criança ou
arado, a criança sendo uma imagem do Duende ou pequeno eu e o arado
representando o pequeno eu sendo uma ferramenta da Vontade Verdadeira,
cultivando os campos da eternidade. Sua cor é de um branco iluminado (em
Atziluth, Briah e Yetzirah) refletindo a alegoria do sêmen.
O Andrógino
O Andrógino é o Senhor da Casa de Deus, seu reflexo mais baixo
encontra-se na bissexualidade do diabo, enquanto que o Andrógino
representa a integração perfeita das várias modalidades da sexualidade
humana. O número atribuído é dois, refletindo a dualidade do Andrógino
que manifesta sua androginia na expressão sexual com ambos os sexos. Isto
também pode ser visto na imagem da Casa de Deus com suas portas frontal
e dorsal. Os quatro elementos que o Andrógino usa são as facetas de seu
próprio organismo : a vareta Fálica, o cálice Anal/Vaginal, a espada do
Intelecto e o corpo inteiro como um Pantáculo. As associações mercuriais
relacionam o Andrógino ao Néctar Frio da Deusa e a paixão do Capricórnio,
bem como as outras atribuições relativas às secreções Sattva.
A Sacerdotisa
A Sacerdotisa é o Camelo que cruza o Abismo, na simbologia
cabalística. Na magia sexual o camelo é entendido como o armazenador dos
fluidos sacros, que os coleta e os mantém por um período e então os expele.
A conexão lunar enfatiza a associação deste arcano com os Kalas. Portanto
este arcano é o símbolo da Yoni por excelência.
Amor Sob Vontade
Amor sob Vontade juntará a força fálica de Chokmah/Therion e a
força vaginal de Binah/Babalon. Independentemente do incômodo da
orientação física e sexual a atribuição da porta ou portal (Daleth) ilustra a
chave física da fórmula, congresso sexual usando formas divinas
polarizadas. O número quatro sugere, mais uma vez, o balanço da fórmula
dentro deste arcano e seu poder de manifestar-se nos quatro mundos (quatro,
tettragrammaton, esfinge, etc.)
Identidade : Estrela
A identidade Estrela sugere o fluxo de Amrita em sua pureza. Seu
reflexo sendo encontrado nas correntes do arcano da Arte. A Identidade
Estrela exibe os mais altos fluxos de Kalas cósmicos comibnados como na
Arte, mas totalmente transformados pela força inata da vontade humana.
Sua chave astrológica é o signo Aquário, o fluxo de Kalas numa base
macrocósmica que é manifesta nas secreções corporais, que no alfabeto
hebraico (letra He) é simbolizado como a Janela do organismo físico
(masculino ou feminino). Isto também sugere as possibilidades
interdimensionais de fórmula sexual, abrindo uma janela para outras
dimensões através de secreções Kalas programadas.
Papéis Sexuais
Papéis Sexuais é o título do arcano tântrico do Hierofante, onde
temos a imagem de balanço sexual como sugerido no andrógino manifesto
da personalidade dual como ilustrado neste arcano. O símbolo hebreu do
Prego (Vau) sugere o poder fálico do masculino destes papéis mas é
contrabalanceado pelo fato de que Vau é seis e sugere o balanço masculino
e feminino do Hexagrama. A ênfase astrológica sugere não o balanço de alto
e baixo do Andrógino mas a presença deste balanço na vasilha da terra.
União
União é a chave do balanço dos aspectos da sexualidade, interna e
externamente. É atribuída a Gemini, os gêmeos, e portanto enfatiza a
dualidade em seus trabalhos. Por assim dizer, o uso externo de técnicas
sexuais trazendo mudanças internas de consciência. Gêmeos é governado
por Mercúrio e portanto vemos que a natureza desta carta é transicional,
trazendo a união permanente da dualidade no Magus ou Andrógino de
Mercúrio. A imagem associada com a letra hebraica é a Espada, que
combina o poder fálico da lâmina com a força feminina da bainha. Mesmo
dentro da letra em si, Z-aiyn, vemos a polaridade de Z ou S como a serpente
e Ain o vazio do útero cósmico.
Paixão
Paixão é a chave para a Grande Obra, representando a prática das
artes tântricas e ocultas que usam o corpo instintivo como um veículo ou
carruagem (mercabah) pela qual a Verdadeira Vontade experiencia o
Universo. A letra hebraica desta chave é Chet, que, quando totalmente
numerada chega a 418, o número da Grande Obra. Seus símbolos são o
cercado e a cercania que representa a necessidade de estrutura e controle
sobre os veículos mais grossos, enquanto Câncer sugere o balanço
intrincado que demanda seu processo de controle. Como se notará da
imagem da chave da Paixão, os quatro animais da esfinge, os poderes da
paixão não são controlados por cordas externas mas pelo poder da
Verdadeira Vontade.
Ajuste
O arcano do Ajuste representa o processo de ajuste das facetas de
nossa experiência sexual para que estejam sintonizadas com os fluxos das
correntes aeonicas prevalecentes. A chave é assinalada a Libra, governado
por Vênus e com Saturno exaltado. Isto nos dá a chave para interpretar este
arcano, Vênus, as energias da paixão são transformadas através do ajuste de
acordo às técnicas de magia sexual em uma forma de Libra balanceado, que
é levado a Nuit, sendo um de seus guias Saturno ou Babalon. Como será
notado esconde-se sob a imagem de Saturno ou Babalon, também, o glifo de
Set.
Semente Solitária
A Semente Solitária ou Ermitão é a fase do Louco divino do
Espermatozoon, sendo atribuída a Yod, a Mão e portanto sugere a fórmula
Alfa, ativando toda Árvore da Vida (Yod=10) através da técnica de controle
de imagens. Na mão o Mestre da Semente Solitária é a lanterna, contendo
em si o fogo primal do instinto sexual através do qual o Mestre adquire seu
poder. Sua atribuição a Virgo sugere perfeccionismo requerido para o
Ermitão ganhar seu prezado status, enquanto seu governante e signo de
exaltação sendo Mercúrio, a pureza do elixir ganho desta atividade sendo
também sugerida (isto é, Mercúrio, Sattva, Néctar Frio) bem como o
conhecimento ganho através do recolhimento e estudo.
A Palma
A palma (Kaph) expande o uso da mão do ermitão. Através da palma
da mão o Mago está apto para realizar mudanças no mundo (Roda da
Fortuna) através do uso de controle onírico e moldar a realidade (arcano
Beta), ilustrados na carta estão as três formas de Gunas que simbolizam a
classificação tripla de Kalas e do Sacramento. O arcano é atribuído a Júpiter
e portnato sugere a via destas técnicas para que o mago possa dominar as
sete sephiroth abaixo das supernais e até mesmo tornar-se o Demiurgo, mas
apenas se dissolver as facetas desbalanceadas da personalidade ele poderá
cruzar o Abismo. Dentro desta mensagem está o aviso de que um mago
usando técnicas Alfa/Beta solitariamente pode tender a auto-obsessão e
egoísmo a menos que trabalhos mais altos como Gamaísmo e Epsilonismo
sejam usados. Esta é nossa experiência também.
Luxúria
A carta da Luxúria explica o fogo instintivo que o mago usa.
Relacionado diretamente à chave da Corrente (Shin) mas é diferenciada pelo
fato de que naquela ela é formulada internamente, enquanto a corrente é
tanto uma micro e uma macro manifestações. É atribuído à letra Teth, cuja
imagem é a cobra, que relaciona sua força básica até à da Kundalini. A
atribuição astrológica de Leo é importante pois simboliza Sekhmet, a Deusa
do Calor Instintivo. Portanto, chegamos a entender que a Luxúria é uma
combinação de força instintiva e energias da Kundalini controladas pela
Vontade sob a guia da corrente aeonica. De alguma forma, a Luxúria
poderia ser vista como o mais baixo dos Yod triplos ou Shindentro da chave
da corrente do Novo Aeon.
Ressurgência Atávica
Esta chave representa o uso de técnicas sexuais para mergulhar no
inconsciente. A letra Mem associada a esta carta está relacionada ao
conceito de sangue e sugere que a exploração do incosciente é difícil e
dolorosa e envolve trazer à tona velhas programações mentais para
investigação. Portanto, o Enforcado está pendurado sobre a água ainda que
muito de seu corpo não esteja afundado nela. A letra hebraica Mem é
também uma letra mãe, sugerindo a gravidez pela qual o inconsciente existe,
os grandes montes de poder que estão contidos dentro de suas formas e ao
qual pode ser dada a luz através da Magia Sexual. As crianças desta união
são dissolvidas, exterminadas ou deixadas crescer dependendo de sua
utilidade, a imagem das crianças aqui, é claro, relacionando-se aos
programas inconscientes e quão difícil pode ser destruí-los e ainda, em
muitos casos, as programações são como parasitas drenando nossa força
vital a partir da superfície.
Orgasmo
Sexo e morte têm sido sempre inter-relacionadas, em Aeons passados
experienciamos o sexo através da via de ideal sacrificável para, estando o
sexo sob uma capa de pecado. A morte no Novo Aeon é experienciada
através do sexo para que a paixão absorva todo medo e nos trasnforme em
veículos sexuais vivos. A atribuição de Escorpião sugere a fórmula do
Orgasmo, é a serpente Kundalini, mas pronta para dar o bote, sendo esta
mordida letal para o não iniciado e iluminadora para as crianças das
Estrelas. Escorpião é governado por Marte, que é o aspecto marcial de
Hórus, o Senhor do Aeon. Marte destrói o não iniciado através da guerra e
sanguinolência e salva o mago através da paixão e secreções sexuais. As
imagens associadas com a letra hebraica Nun são o peixe e a água, portanto
sugerindo a relação entre Ojas e os fluidos sexuais, sendo a chave para sua
correta utilização a programação do Orgasmo com o poder da Verdadeira
Vontade.
Transmutação
A Chave da Transmutação relata a preparação do Sacramento, onde
sua pureza final é alcançada na Estrela. Neste arcano encontramos a Flecha
de Sagitário penetrando o Arco-Íris que é formado pelos últimos três
caminhos da Árvore da Vida (conhecidos como Qesteth). Este simbolismo
sugere o congresso usado e o Amrita coletado “no começo e no fim do arcoíris”.
Na carta vemos a mistura das secreções, sua união no caldeirão (que
pode simbolizar uma Yoni ou uma ferramenta separada como o Cálice) e
seu poder resultante que é simbolizado pela figura andrógina unindo-as. O
andrógino atingiu este estado através do uso da Estrela, cujos primeiros
estágios são encontrados na chave da Transmutação (Magus formado pela
Estrela, cujas origens são a Arte.)
Bissexualidade
Aqui temos o reflexo mais baixo do andrógino, o Mago Bissexual, as
forças da sexualidade dual têm sido estimuladas mas ainda estão sendo
refinadas. Portanto sua dualidade é ilusória. Por trás destas imagens estão a
perfeição do Eu, o Olho ou Ayinque existe em Ain. O verdadeiro mago é
andrógino e usa ambas experiências sexuais com naturalidade como
expressões da Vontade Verdadeira. O diabo é uma expressão da crença de
que a androginia é composta de funções duais, separadas uma pela outra
como na bissexualidade. Esta ilusão só é rasgada quando o mago passa pelo
diabo e vai para Ain.
Kundalini
A Torre/Falo é a Kundalini como descrita nos textos hindus, ligada ao
Sahasrara através do canal Sushumna na espinha. Este sendo estimulado
através do uso de técnicas masturbatórias como visto na Semente Solitária e
na Palma e pela fórmula oral como visto em Pe, cuja imagem é a boca.
Inerente ao arcano da Kundalini é o pleno despertar da Kundalini que
explode a consciência para uma fase mais alta. Neste entendimento a boca
pode também referir-se à coleta de Amrita através da sexo oral a partir do
centro da Kundalini manifestando-se nas genitálias durante o despertar da
Kundalini. Isto pode ser aplicado para qualquer sexo pois a Torre é inerente
ao Sushumna ao invés de ser apenas um apêndice masculino.
Sublimação
O assunto da Sublimação está atracado ao arcano do Imperador. O
Imperador liga Netzach a Yesod e representa o uso controlado da paixão e
da luxúria alinhadas com a Vontade Verdadeira. Portanto, a imagem
relacionada é o Anzol, isto é, o gancho da paixão que fisga o adormecido.
Deve-se lidar com as energias sexuais de uma maneira ou de outra, elas
podem ser sublimadas e usadas internamente como detalhado no arcano
Delta ou usadas em ritos de magia sexual. Em qualquer caso sua força deve
ser reconquistada e usada com cuidado. Na feitiçaria sexual moderna é
entendido que a sublimação pura ou uso constante não são as respostas, um
sistema cuidadosamente balanceado de magia sexual pessoal baseado no
uso de todo o espectro de práticas é o melhor e mais bem sucedido caminho
para a iluminação.
Yoni
A Yoni já foi glifada na Alta Sacerdotisa, esta manifestação,
entretanto, é mais de Babalon, a imagem sexual de Yoni ao invés da
espiritual. Aqui temos a imagem de Qoph, a nuca, onde os impulsos sexuais
se originam e a Yoni, onde eles se manifestam. Deve ser compreendido que
neste contexto a Yoni refere-se ao ssexo feminino, contudo, suas forças
também se manifestam no macho, na região Kanda. Este é um espaço
triangular acima da púbis.
Falo
O Falo foi glifado no Andrógino, onde é visto seu papel na
consciência unificada. Aqui temos o poder fálico em seu papel sexual
ilustrado originando-se nos veios frontais e manifestando-se no falo. na
fêmea é o clítoris.
Corrente
A Corrente é encontrada no poder triplo de Shin, seu símbolo é o fogo
divino, a intoxicação do instinto como englobado no impulso evolutivo. É o
fogo triplo que reúne o corpo, alma e Vontade e encapsula a corrente no
organismo transformado, personagem e Vontade do Humano Superior.
O Corpo
O arcano final é onde tudo está embasado, o organismo físico cuja
imagem é o Tau, a cruz de Set. A cruz ou Falo de Set ilustra a extensão de
Ain na mais material das realidades e ainda, ao mesmo tempo,
permanecendo inerentemente puro e capaz de ascender aos limites da
matéria para readquirir seu status espiritual.
Ath
O ciclo está completo.
De Aleph a Tau como entendido nos Mistérios da tradição tântrica do
Santuário, o circuito psico-sexual como manifesto nos vinte e dois sigilos.
Se reunirmos as letras Aleph e Tau, o resultado é Aeth ou Essência, a
Verdadeira Vontade e essência sexual, os Kalas. Seria até mesmo correto
dizer que a manifestação corpórea ou emissário da Vontade Verdadeira é a
força dos Kalas ou Ojas, pois através de seu uso podemos viajar de volta
àquele rio de instinto e paixão e experienciar novamente a essência primal
em sua fonte.
Para completar este capítulo, oferecemos a seguinte Tabela de
Interpretação Tântrica do Santuário dos Vinte e Dois Arcanos do Tarot.
TANTRISMO DO TAROT
Tantra Interpretação Tarot
1. Espermatozoon Eu Anão, Pequeno Eu Louco
2. Andrógino Mestre Andrógino Magus
3. Sacerdotisa A Yoni Sacerdotisa
4. Amor sob Vontade Polaridade e Cópula Emperatriz
5. Identidade : Estrela Amrita Puro, Vontade Verdadeira Estrela
6. Papéis Sexuais Equilíbrio dos Papéis Sexuais Hierofante
7. União Equilíbrio da Sexualidade Amantes
8. Paixão Controle dos Institntos Carro
9. Ajuste Alinhamento com a Vontade Verdadeira Ajuste
10. Semente Solitária Arcano Alfa Ermitão
11. Palma Arcano Beta Roda
12. Luxúria Instinto e Kundalini Luxúria
13. Atavismo Exploração do Inconsciente Enforcado
14. Orgasmo Eros como Iniciador Morte
15. Trasnmutação Sacramento Sexual Arte
16. Bissexualidade Ilusão da Dualidade Diabo
17. Kundalini Kundalini Torre
18. Sublimação Uso Correto do Sexo Emperador
19. Yoni Corrente Lunar Lua
20. Falo Corrente Solar Sol
21. Corrente Fogo do Aeon, Humano Superior Aeon
22. Corpo Organismo Físico Universo
Ath Aleph + Tau Essência
INICIAÇÃO A THANATOS
Introdução
Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos
Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das
secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação
superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali.
De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de
atividade.
Tara Poder de Creação
Sodasi Materialização do Desejo
Bhairavi Infinidade de Formas
Bhuvanesvari Forças Materiais
Chinnamasta Distribuição da Força de Vida
Dhumabati Forças da Paixão
Bagala Destruidor do Desequilíbrio
Matangi Dominação
Kamala Unidade
Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz
Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa
Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e
destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas.
Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos
Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo
invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele
da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são
queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no
vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são
transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita.
Uma Descrição de Kali
O termo Kali vem do radical ‘Kal’ que significa ‘impelir’. Kali é a
Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os
aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara
da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim
àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que
‘Osíris é um Deus Negro’ e o neófito fica face a face com Set, o Senhor
Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à
experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano
Superior.
Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro ‘Caminho
Tântrico’ (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e
Hudson, 1977.
“Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste
aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a
semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento
da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da
natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento.
“Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela
inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência
desintegradora, Kali é representada em preto ‘pois todas cores desaparecem
no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem’ (Thanirvana
Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência
massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela
é descrita como ‘digambar’, trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre
de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade,
uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado,
‘Clokeshi’, forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério.
Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das
cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e
conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o
poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os
principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma
ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos
subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é
condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam
as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos,
símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua
vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de
existência conduzindo para Tamas, inércia.
Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada,
indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com
a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o
medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado,
primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto
Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não
dualidade.”
Iniciação a Thanatos
Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou
morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era
através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era
ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no
velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do
ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida
começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar
experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação
de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das
facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos
Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali.
Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu
Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é
aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente
a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a
diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu
e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma
maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma
de trabalho.
Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte,
como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção
AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem
ser superadas.
A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor
e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as
imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e
negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é
afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese.
Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais
imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne
sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as
coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais
terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de “cruzar
o Abismo”.
Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para
mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação
possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e
tantrismo.
O Solo de Cremação
O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de
todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais
de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual tornase
um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente
a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é
acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas.
As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas
demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e
destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é
normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor
não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para
experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram
este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato
em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da
feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o
iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento
e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio,
terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas
dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro
manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste
processo de ‘cruzar o Abismo’ é que é possível a total manifestação da
consciência do Humano Superior.
A Sombra
“ O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma
experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do
significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no
encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria
realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela
parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não
enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da
qual se alimenta e a base na qual se sustenta.
“Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até
que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente
conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos
vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou
esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro
passo em direção à individualidade.”
A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),
de Edward C. Whitmont
O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada
através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a
faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para
que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta
Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de
nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo
após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes
conhecida como o “Habitante da Entrada”. Esta força de crise leva-nos a nos
ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve
desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é
refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de
Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base
macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena
experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a
verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado.
Kali como Matriz Iniciática
Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo
as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros
moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As
verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos
sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é
intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva.
Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas
as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano
Superior através da total visão da realidade.
Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali
encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 :
Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que existe em todos os seres como fome,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que existe em todos os seres como energia,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.
DOCUMENTOS
DE FONTES
TÂNTRICAS
DOS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES
COM OS HOMENS
Publicado originalmente como um documento do 8º grau dentro da
OTO sob o selo de Baphomet 10º grau (Mestre Therion).
Introdução
“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo
de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o
juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre
Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe
da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.
O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e
portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o
assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo
disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos
Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste
documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e
maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles
são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a
revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios
ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta
segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam
um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições
devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles
que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade
Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na
mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o
mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática
da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários
em fonte normal.
SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS
DEUSES COM OS HOMENS
DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS
Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido,
que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente
Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos
Iluminatti, Saudações e Paz.
Sob o selo de obrigação do VIII.
Sobre a Castidade
Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda
contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela
tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades
foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais
nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade.
A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção
adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo
grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,,
que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e
como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos
membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos
aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o
que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na
falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos...
‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo
mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos
membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a
Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus
como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza
da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos
da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos
membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis
escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos
tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos
envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres
do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação e, por fim, vida eterna.’
Romanos VI : 12 e 13, 19-22
Considere também estas passagens do Velho Testamento :
‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de
maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo
testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah,
o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um
filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-
Baz.’
Isaías VIII : 1-4
‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então
o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de
prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do
Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu
e deu à luz um filho.’
Oséias I : 2 e 3
‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu
amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles
olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por
quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me
suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro
homem, assim eu também te suportarei.’
Oséias III : 1-3
O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME
são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos
como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a
remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os
magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição
dos Mistérios da Magia Sexual.
O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da
Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e
traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o
conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e
‘castidade’ como abstinência.
A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica
focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a
invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que
todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu
Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o
organismo através do sistema Chakras-Kundalini.
Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a
respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das
forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o
Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter
entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa
pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua
posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu
Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo
de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo).
Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.
Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade
Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o
significado real da Castidade e Brahmacharya.
Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de
Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no
papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No
último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos
Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos
vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na
Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do
Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.
UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA
Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a
comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente,
sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista
que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios
humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela
comunidade ocultista moderna.
O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido
do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus
sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e
quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e
circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de
Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.
As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum
Hominibus” foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que
a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era
um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus,
Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e
estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por
exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por
dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se
masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções
seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas
sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.
No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código
para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que
um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções
com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os
thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para
qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para
seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um
humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.
Sobre os Ritos de Sangue
Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o
sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um
adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que
nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não
escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido
como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o
espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é
multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito
que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu
sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua
eficácia.
Considere isto.
Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças
sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de
judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um
conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos
sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa
análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada
gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e
que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade
cristã.
O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade
nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto
(se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaicocristã.
Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia
Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina
esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são
extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa
escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por
atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em
zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa
deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é
batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a
consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso
como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as
doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada
do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem,
era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago
untava uma figura inefável de Baphomet.
Considere isto.
Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de
Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava
fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado
como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento
era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos
Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de
‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no
texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados,
expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico
relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que
acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem
pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas
básicos !
Sobre a Missa Negra
Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até
hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto
materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão frequentemente
ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida,
Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus
próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles
mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios
dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula
fundamenteal era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote
portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente
poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava,
definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria.
Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sansões que
perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato
eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu
trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio
do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos,
adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua
revolta devem ser reis.Pois não são na verdade as excentricidades
simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que
deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.
Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções
anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de
qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa
estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é
simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente
rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da
Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos
próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa
ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara
e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.
A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua
sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas
palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar
judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou
produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam
a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um
produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.
Do Sabbath dos Adeptos
Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro
caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa
ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada,
havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz
para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em
certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou
montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços,
chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era
na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os
Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos
Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de
companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela
ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente
induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela
consumação do rito de casamento. Considere isto.
O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é
o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a
Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos
Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento
estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à
força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos
Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao
ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.
Sobre Fábulas Clássicas
Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo
nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e
Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte,
Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis
trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses
verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também
eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus
por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de
penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de
Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há
limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos,
brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas
pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e
novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes
fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras
jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da
ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma
mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que
não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora
desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de
Actaeon por Artemís. Considere isto.
A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso
de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas.
O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma
manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é
ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados,
Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada
ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.
Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a
fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve
ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de
Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é
dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida
com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do
sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda
da vontade mágika.
Sobre Certos Ritos Gregos
Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos,
por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de
Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn
do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano
não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está
unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava.
Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos
em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência
interna incita e daí a intuição. Considere isto.
Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em
conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto,
sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga
devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a
‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem
escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria
comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos
através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.
Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais
tradicionais de trabalho dos caminhos.
Sobre Súcubos e Íncubos
De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no
sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos
sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em
qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna
dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os
doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com
suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em
mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções
femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes
monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que
tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado
Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados
muitos heróis da antiguidade. Considere isto.
As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da
emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico
quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não
controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada,
criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é
associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo,
que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos
associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono
ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de
grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas
astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas.
Sobre o Trabalho dos Adeptos
Não é apenasuma provação e como uma preparação para, a maior
chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por
sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um
trabalho menor para ser realizado por Epópetas - e muito mais por
Pontífices - dos Iluminatti. E este trabalho é triplo ...
1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se
acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que
a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a
alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o
corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti !
“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”
2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma
ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e
feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço
pela união com o homem.
3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.
Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos
básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações
práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o
procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas
astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é creada,
um novo eu; o Eu Verdadeiro é creado e moldado e nasce através da
consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e
súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas,
reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste
processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação,
na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.
A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os
estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a
creação de novas ordens de seres.
Casamentos Maiores
1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da
fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum - Liber XI e Liber DLV.
2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o
adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na
imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que
ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil
e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e
plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão,
concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa
e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num
talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo
por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a
Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua
fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo
menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito
sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no
palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber
CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar
de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a
conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico
chamado Bagh I Muattar.
Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu
e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro
da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia
devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo
baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a
imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o
último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma
que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual).
Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem
focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas
quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora
uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino
é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir
a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua
interação.
No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às
supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono
Aethyres.
Casamentos Menores
Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente
desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.
1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e
de todas as formas merecedora de amor.
2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a
esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que
isso também é serviço a sua alta Dama acima.
3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele
regule seu serviço, apontando horas para cada um.
4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra
seus truques.
Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los
de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir
Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e
fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são
menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são
tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e
afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no
livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha
e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras
que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na
arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da
grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até
mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o
governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu
podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E
aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar
apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.
Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer
entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência
externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca
por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através
de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro
requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que
estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição
que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.
Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o
sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em
muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden
Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia
Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais
teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas
planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic)
também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como
mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente
perturbadas e aflitas estrelas no preparo.
Sobre o Novo Santo Reino
Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e
disse : ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei
na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut.
Shu e Tefnut revelaram a meu olho...eu chorei sobre eles, a humanidade
veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut
revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e
Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas
multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu
coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole
como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três
deuses...’
Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o
céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as
coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro
masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores
que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles
desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e
uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres
para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de
vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor
abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor
de seus Deuses em sua creação.
O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples
formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e
feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto
quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é
experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias
faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram
separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo
pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a
androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.
Sobre a Danação
Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do
Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado
sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de
desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e
comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária.
Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo
do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem
precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia
de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem
agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu
coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e
escudo de sua própria autoridade.
“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é
fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre
polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é
ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos
que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel
até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e
jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua
herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês,
não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto,
por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato
sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o
serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade
do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”
Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia
Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria
destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por
desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem
emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.
Uma reprovação
Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o
máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos
hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.
Shiva Sanhita
Hatha Yoga Pradipika
Kama Sutra
Anaga Ranga
O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi
e muitos outros.
Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e
regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti
e do Mistério do Reino Novo e Santo.
Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia
de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem
todos os dias. Tais imagens são :
1. O Sol
2. O Falo Sagrado
3. O Grande Selo de Babalon
4. A Estéla da Revelação
5. O Grande Selo da OTO
6. O Grande Selo de Baphomet
7. A Imagem de Babalon
8. O Olho com o Triângulo
9. A Rosa Cruz
10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre
crocodilos
11. A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme
Hum’
12. A Figura de Ísis com Hórus
13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja
firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.
14. Talismãs apropriados para a questão.
15. Uma chama viva
16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar.
Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.
Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição.
Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser
queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes
devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a
posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado
por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até
algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não
são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior
importância é indispensável observá-las.
Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da
Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo
sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia
Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos
melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John
Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de
seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus
Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e
Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes
últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles
tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim
dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago
deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual
devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais
(Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).
A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com
estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua
consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima
estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato
de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este
documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo,
quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na
lista acima.
Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como
sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior
importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.
Sobre a Dissimulação desta Instrução
Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos
aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os
considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais
ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o
Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada
irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa
luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco
com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de
outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro
sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome
de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre
vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a
ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos !
Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados
do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti,
Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto
e de IAO.
Apêndice
Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias
de Deus e do homem.
Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46,
50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56,
61-65 e (5) : 8-12, 21-24.
Conclusão
O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’
foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve
ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma
ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de
Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos
ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister
Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornouse
uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não
temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto
dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico
de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um
sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é
deixado para aplicação pessoal. Este novo sistema permite a plena aplicação
da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa
exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos
religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são
usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente
religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu
e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino
como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação
talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado
diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria
tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os
procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar
profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo
dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do
Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam
sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos
perfeitamente iluminados.
DE ART MAGICA
DE ARS MAGICA
SOBRE A ARTE MÁGICA
Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.
Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta
Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e
vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto
AUMN.
Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres
e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau
OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu
prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já :
A. Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou
B. Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.
Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para
este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram
novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem
perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.
“É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a
escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi
jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a
estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com
sangue e água, desepero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava
perdido.”
Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é
geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo
sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida
possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a
destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos
depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra
perdida.
Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando
os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo
se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra
perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a
perseguirem.
No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que
atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição
Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus
mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é
dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de
treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo
vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O
documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção
Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um
documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria
Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo
como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De
Art Magica.
O texto original está em itálico enquanto o comentário que segue cada
seção está claramente em letra normal.
Sobre Ararat
O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro
chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII,
capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos
nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias
palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado
em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação
oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo
em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras
matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar
possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem
sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais
pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.
Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber
Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos
maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber
CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu
trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se “Que o adepto esteja armado com
sua vara mágika e munido de sua rosa mística.”, o capítulo sessenta e nove
do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um
documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com
a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo
sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.
Sobre a Importância do Segredo
Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto
deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza,
como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo
conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do
segredo restaurá-lo.
A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade,
consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual.
Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que
mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda
seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés
de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a
natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da
onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A
Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através
dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade
deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza
que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.
Sobre a Mente do Adepto
Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado
Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega
ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma
piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque
procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro
mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do
Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser
consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o
determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural
para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos
auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e
incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é
tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a
mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das
destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja
preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe
corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto
apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por
constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.
Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia
Sexual. Leia e aplique.
Sobre Momentos e Estações
Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria,
ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas,
mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade
de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional,
nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa
opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora
seja propícia ou não. Ainda foi observado frequentemente que através de
violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais
àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por
entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados.
Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque
tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”
Nem é necessário ser menosprezado como superstição para
determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais
favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de
acordo com os métodos da ciência verdadeira.
Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa
que é necessário notar é que “por extrema violência à natureza resultados
são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge
veementemente “, isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das
estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso
correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual,
mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder
da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser
contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente
permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao
considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base
astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua
nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente
Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos
sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras
dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual
masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem
ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas
planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e
refluxos corretos dentro e fora do organismo.
Sobre Estados Corporais
Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio
de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine
cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se),
enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo
nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr
nobremente para toda parte, revificando a unidade. Será melhor, em nossa
opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas
antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora
estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois
assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a
exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens
podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da
chama da experiência.
Sem comentários necessários.
Sobre Operações desta Arte, sejam elas indivduais ou múltiplas
Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é
sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a
repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda
possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma
série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de
antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezessseis operações
de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus
de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência,
repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram
fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que
algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também
notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as
operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a
corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para
torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação
dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi
fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto
pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O
adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que
a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal
absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados,
existe.
A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é
inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de
trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira
o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em
operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de
antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e
portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito
pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável
sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta
vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a
descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito.
Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o
rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está
na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações
únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta
em ação.
Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito
Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de
diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados
seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores
relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves
sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina
reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se
X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX,
algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente,
suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a
fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um
evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente
ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um
quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior
hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento
que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa
razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o
elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro,
doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que
estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra
operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido
da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através
da experiência com operações menores, onde a falha não implica em
desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que
lhes dará uma confiança razoável.
A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação
nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado,
como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X.
Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode
não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as
manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente
transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os
trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema
pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta
seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para
desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego.
Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da
Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois
é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora
não sendo o que esperava seu ego consciente !
Sobre a Teoria desta Mágika Arte
A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as
quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas,
mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais
mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez
inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não
há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o
assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma
extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato
comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo
que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre
Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto
pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da
eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses,
investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então
podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um
prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo
finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil
interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem
lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo
Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria
de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares
é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para
qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do
Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E
em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor,
assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e
então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para
o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito
“com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não
interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de
suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.
Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto,
que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso
conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como
deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se
na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria
um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em
si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna
ou a “Órbita Mágika Pessoal da Estrela”.
Sobre o Curso da Lua e sua Influência
Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a
influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando
grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos
que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após
talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros
momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su
preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também
acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.
A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação
pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua
na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é
considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura
vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca,
que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do
que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira
Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação
pessoal.
Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou
Não
Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e
iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos
seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem
a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo
considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o
outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente
se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física,
robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue
estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.
Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm
feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de
ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos
qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos
devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em
certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14).
Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor “voltagem” e
de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características
físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num
parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura
podem facilmente superar limitações físicas.
Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau
É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e
ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da
terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do
ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do
mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o
assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para
gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode
ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para
os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote
precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko
de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da
Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem
irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder
essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião.
Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por
mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo
àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é
impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia
sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a
dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do
leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo.
A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que
considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que
nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do
calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas
vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e
instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas
uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.
Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que
deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten
feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no
arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus
Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas.
Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de
fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea
e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções “em núpcias do povo da
terra”, isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau
da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que
para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir
uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos
indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era
obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é
deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos
magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL referese
ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da
terra - A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da
secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini
é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande
aplicação nos trabalhos Epsilon.
Sobre a Escolha de Um Assistente
A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem
é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que
parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois
este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente,
que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.
“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”
Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade
e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à
Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo
apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires
Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos
sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado
na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a
cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se
perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de
verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do
sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no
Livro dos Juízes.
“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”
E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo
esquartejador de Sansão :
“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não
encontrastes minha charada.”
A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que
sendo a consciência o “olho” do inconsciente, a intuição espontânea é o
melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os
iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não
como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a
respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante,
em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a)
Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo
com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de
técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais
Maatianos.
Sobre Certas Teorias Judaicas
Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah,
que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen
jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles
dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram
Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de
demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal
com muitas restrições como estas .....
1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.
2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.
3. O propósito deve ser somente o de procriação.
4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a
criança esteja sob sua proteção especial.
Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma
perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um
espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo
emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos
e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes
de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários
e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika)
tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica,
para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma
mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também
narramos pela graça da completude seu método - de atingir o êxtase
espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na erotocomatose.”
Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que
se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e
sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é “sob
vontade concentrada” pois sem vontade estas criações podem drenar o
criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor
conjugal (‘emprestada’ dos antigos egípcios) são instruções excelentes a
respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser
mudado para real “todos os atos devem estar somente sob a vontade do
mago e entendido como tendo existência separada.” A existência separada
refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral
gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo
para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2
acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de
qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico
em si mesmo.
Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão
Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio
É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de
orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda
nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada
(tanto quanto possível) deve ser consumida.
Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que
todos não se perca ou seja profanado - de fato os Romanos tenham
apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos
da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale
Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae’ e ‘De Defectibus In
Celebrationa Missirum Ocurrentibus’ - e encontrem a partir daí os
adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu
próprio trabalho neste alto sacramento.
E também achamos que a consumação deva ser completa nesta
consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a
quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com
eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto
acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a
tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta
proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que
a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma
quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil
da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do
Remédio.
A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a
respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de “verter toda a
vida no Cálice de Babalon”, ambos parceiros devem dedicar-se
integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação
divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido,
portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação
divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relacionase
à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente
ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos
mundanos encontrados em todas as espécies humanas.
Sobre a Lucidez na Eroto-comatose
O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético
geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais
assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :
A. Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.
B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício
e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido
do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar
impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá
mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que
a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado
deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se
conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão
com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses
ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato
caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a
primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar
indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem
sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do
corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o
Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da
terra. A ordália termina através de falha - a ocorrência do sono invencível -
ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato
sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e
persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que
ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito
“Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”
Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da
Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem
com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar
o que poderia ser chamado de “Sonho Controlado”. Esta ocorrência,
portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como
descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado
resultante de consciência é afim ao da “Postura da Morte” de Austin O.
Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado
temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da
psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem
como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu
uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de
muitas tradições.
Sobre Certas Teorias Hindus
como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo
Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua
teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com
Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o
desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à
idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros;
achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou
evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles
praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam
aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana
Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o
Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua
produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao
mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de
exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem
perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas
absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um
sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do
reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O
iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo
XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um
postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida
para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão
também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à
verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da
reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita).
Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado
sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do
Santuário da Gnosis.
Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno,
complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a
possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado
com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas
como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não
simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções
sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma
tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no
ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é
completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são
sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de
acordo.
Sobre um Curso de Experimento Sugerido
Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida
para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.
1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular
destas operações).
2. Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para
assegurar a performance correta destas operações).
3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros
adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o
iniciado é X).
4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar
lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um
segundo parceiro.)
5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de
guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser
interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a
preservação da saúde.)
6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.
7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-
Baphomet.
8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.
9. A fundação de uma abadia da OTO.
10. O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.
Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de
alguém, se desejado, o poder de cura e tal.
Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do
universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser
trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num
toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma
consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na
lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente
elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno
sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá
desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu
favo.
Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar
os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas
considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais
da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria
melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que
alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito
do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já
ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior,
logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.
A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem
variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma
forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG,
enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base
regular.
Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da
OTO
Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de
vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta
e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda
aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo,
mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo
no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A
exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns
poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e
que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática
até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física
mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um
espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar
Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma
modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão
dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.
A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última
afirmação do segundo parágrafo “Alguns pensam que isto é de natureza de
magia negra.” Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é
Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser
de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula
deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da
secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada
apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas
uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a
para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a
única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.
Sobre o Adepto desta Arte
Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo
universo, majestoso e irresistível como o Sol.
Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os
pescoços dos profanos.
Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a
fertilidade.
Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua
chegada.
Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas
como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.
Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os
pescoços dos profanos.
Sobre o Léxico da O.T.O.
Lembre-se destes tesouros a serem preservados :
1. O Segredo do IX.
2. O Segredo do VIII.
A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de
toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável,
inegável, uma base para a fé de todos homens.
3. O Segredo do VII.
Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.
4. O Segredo do VI.
A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra
aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a
tirania e a superstição.
5. O Segredo do V.
O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Do what thou wilt.”
6. Os Segredos dos Graus Menores.
Ex Nihil, Nihil Fiat.
7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o
Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.
Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no
século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados
como :
1. Os trabalhos do Gamaísmo.
2. A Filosofia do Betaísmo.
3. Os métodos de treino do Alfaísmo.
4. A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.
5. O Mistério da Vontade Verdadeira.
6. Os Segredos da Feitiçaria Geral.
7. Os Símbolos Sagrados.
Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem
mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem
ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do
Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais
como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a
Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos
sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta
e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no
texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos
dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os
outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada
a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua
pureza.
Despedida
Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre
e mais querido irmão.
Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.
Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.
Neste Dia de Júpiter. An X.
Sol in 0º Libra 35 21
Lua em Sagitário 28 6
Vale de Londres
Conclusões
Ao se estudar um documento como ‘De Art Magica’, o contexto é
excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a
primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o
sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO
ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era
misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e
religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o
simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.
Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da
morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO
totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz
de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua
morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da
Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por
qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física.
Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O
sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas
desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.
Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem
consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer
corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático
para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia
Sexual.
Ganesha, 1991
LIBER HHH
O LIVRO DAS TRÊS MÃES.
SUB FIGURA CCCXLI , CONTINENT
CAPITULA TRIA HHH : AAA et SSS.
SEÇÃO AAA.
“............................................, esses desatando os pés de Osíris, para que o
Deus flamejante possa rugir pelo firmamento com sua lança.”
Liber Lapidid Lazuli VII : III
0. Senta-te em teu Asana, ou deitado em Shavasana ou na posição do
Buddha moribundo.
1. Pensa em tua morte, imagine as várias doenças que podem atacar-te ou
acidentes que possam surpreender-te. Visualize os processos de morte,
aplicando-os a ti.
(Uma preliminar útil é ler livros de patologia e visitar museus e salas
de dissecação.)
2. Continue esta prática a menos que a morte seja completa.
Siga o cadáver através dos processos de embalsamamento, embrulho
e funeral.
3. Agora visualize um sopro divino entrando pelas narinas.
4. Depois, visualize uma luz divina entrando pelos olhos.
5. Agora, visualize uma voz divina despertando os ouvidos.
6. Agora, visualize um beijo divino fixado nos lábios.
7. Depois, visualize a energia divina informando os nervos e músculos do
corpo, e concentre no fenômeno que já terá sido observado no 3, a
restauração da circulação.
8. Por último, visualize o retorno do poder reprodutivo e empregue-o para
a impregnação do Ovo de luz no qual o homem é banhado.
9. Agora representa para ti mesmo que esse ovo é o disco do Sol, assentado
no oeste.
10. Deixe-o mergulhar na escuridão, transportado na barca do céu, sobre
as costas da vaca sagrada, Hathor. E pode ser que tu suportes os gemidos
disso.
11. Deixe-o tornar-se mais negro que toda negritude e nesta meditação tu
deves estar se medo, pois a Negritude que aparecerá diante de ti é uma
coisa pavorosa além de toda a compreensão.
E deverá vir a passar se tu realizares bem e adequadamente essa
meditação, tu ouvirás o zumbido e o estrondo de um besouro.
12. Agora então deve a escuridão passar e com rosa e ouro deves tu
ascender no leste, com o grito de um falcão ressoando em teu ouvido. Alto
será e estridente.
13. Ao final tu deves ascender e parar no meio do céu, um globo de glória e
daí deve surgir o poderoso som que os homens sagrados têm ligado ao
rugido de um leão.
14. Então tu deves retirar-te da visão, juntando-te à divina forma de Osíris
sobre seu trono.
15. Então tu deves repetir audivelmente o grito de triunfo do Deus
renascido, como foi dado a ti por teu superior.
16. E sendo isto feito tu poderás adentrar novamente a visão e daí ser
aperfeiçoado em ti.
17. Após isto tu deves retornar ao corpo e dar graças ao mais alto Deus,
IAIDA, e ao ainda mais alto Deus, IAIDA.
Comentário
O trabalho deve ser construído por trabalhos menores baseados em
partes dele, isto é, a seção um e dois devem ser dominadas primeiro, então,
adicionando a três e a quatro e por aí vai.
É um excelente trabalho Delta e portanto um trabalho Alfa na seção
oito é um bom adjunto, os sons experimentados são signos da força da
Kundalini ascendendo. Enquanto o signo da seção 15 é qualquer signo que
simbolize sua experiência pessoal do Eu Verdadeiro.
O Deus IAIDA é tomado das chamadas enochianas, podendo ser
substituído por qualquer deidade adequada, uma como Kali é uma boa idéia.
O ELIXIR DA VIDA - Aleister Crowley
Embora eu tenha sido admitido no trigésimo terceiro e último grau da
Maçonaria tanto tempo atrás em 1900, até o verão de 1912 não havia sido
confirmada minha suspeita. Falo de minha crença de que por trás das
frivolidades e socialidades de nossa maior instituição jaz na verdade, um
segredo inefável e miraculoso, potente para controlar as forças da natureza e
não apenas para fazer os homens irmãos, mas para fazê-los divinos. Mas no
momento em que falo um homem veio até a mim, um homem daqueles que
são mestres misteriosos da Maçonaria esotérica, semelhantemente seus
olhos e seu cérebro, e que existe na névoa - desconhecido, frequentemente,
até mesmo para seus chefes reconhecidos. Este homem esteve observando
por alguns anos minha carreira no ocultismo e declarou-me agora merecedor
de partilhar dos Mistérios Maiores.
Com estes ele prosseguiu a me informar, e minha vida desde então
tornou-se devota principalmente em seu estudo e prática.
Eu digo prática, não como mera obtenção intelectual, pelo contrário,
seria simples para mim comunicar o conhecimento do segredo principal em
três palavras, se eu não estivesse atado por meu juramento e por meu natural
bom-senso. É a aplicação prática do segredo que demanda labor,
inteligência e algo mais. No meu caso os dois anos e meio de pesquisa por
estas linhas não foram suficientes para me fazer perfeito, apenas para fazerme
pronto para apostar por volta de três contra um em qualquer operação a
que eu suceda.
No manifesto da mais secreta Ordem da qual o meu mestre é o líder
está escrito :
“Em seu (da Ordem) seio repousam os Mistérios Maiores, seu cérebro
resolveu todos os problemas da filosofia e da vida. Possui o segredo da
Pedra dos Sábios, o Elixir da Imortalidade e da Panacéia Universal.
Mais ainda, possui um segredo capaz de realizar os velhos sonhos do
mundo da Irmandade do homem.”
Justo nesta conjuntura seus adeptos estão ocupados no último
trabalho mencionado acima; eles querem dar uma mão na reconstrução do
velho mundo e fazer outra catástrofe tal como a presente guerra, impossível.
Ao mesmo tempo eles dão boas-vindas à guerra por lhes ter dado uma
oportunidade.
Mas agora meu propósito é falar do Elixir da Vida.
Na natureza não há nada ‘a priori’ impossível a menos que seja, em
termos, uma contradição. Não há nada impossível, então, na idéia de
prolongar a vida e a juventude. A mera higiene já fez um grandissíssimo
avanço no curso de uma geração, e as companhias de seguro tem feito
fortuna em consequência. Vamos, entretanto, examinar de perto a natureza
do problema. Considere o corpo humano, o porquê ele decai. Cada célula no
corpo é teoricamente imortal no sentido biológico. Pode reproduzir-se sem
perda. As próprias leis da conservação da matéria e da energia mostram que
assim deve ser. Toda mudança no universo é compensada por outra
mudança.
Huxley mostra que organismos mais simples são de fato, imortais.
Eles crescem, reproduzem-se por divisão, crescem novamente, dividem-se,
dividem-se de novo e por aí vai pelos tempos a menos que algum acidente
interfira.
Agora o organismo muito mais complexo, o ser humano, pode por
tudo que sabemos, ser imune ao tempo. Pelo menos, sabemos isto, a carreira
deste ser humano é marcada por chances infelizes e que a soma destas é a
causa da morte. Muito poucos morrem de velhice, pura e simples. Titian
pintava com a idade de 99 e pegou uma epidemia de cólera que o matou.
Pode ser facilmente que um homem, apartado de todo acidente possa
viver até uma idade além do atual. Mas mesmo como as coisas são temos
diversos casos de pessoas que chegaram aos 150.
Contudo, perguntemos o que produz a senilidade. Nenhum acidente
maior como a febre tifóide é requerido. É a vagarosa degeneração pelo
envenenamento, diminuto, imperceptível, que trabalha o dano.
É a doença, longamente preparada no sistema, tal como Diabetes,
Gota, Reumatismo, Artério Esclerose, que conta. E logo, devo pedir ao
leitor para considerar cada depósito de veneno no sistema como um
acidente, um dos menores acidentes cuja soma é a morte.
Isto é agora novo, embora Metchnikoff e outros tenham proposto a
obtenção da imortalidade aperfeiçoando o sistema excretor. Eles acreditam,
e eu parcialmente mantenho contraditório, que se apenas nutrição pura
entrasse no organismo, este renovaria-se em perfeição ao invés de naquela
suave imperfeição, o que faz sua história uma lenta mas certa tragédia.
Há portanto dois problemas a serem resolvidos.
1. Remover do corpo cada substância que tende a injuriá-lo; e
2. Nutrir o corpo com uma substância tão pura, tão quintessencialmente
vital, que possa inundar o homem com vida, ao mesmo tempo não
colocando empecilho aos órgãos.
Esta substância é conhecida.
Sobre ela os sábios de outrora escreveram em muitos símbolos.
Hermes Trismegistus na sua Tábua de Esmeralda gravou que “O Sol é seu
Pai, a Lua sua Mãe : é nascido do vento e a Terra é sua nutridora.” Todo
mundo tem parte dela, ninguém tem toda ela, morre a seu nascimento, e vive
em sua morte. Eliphas Levi a chamou de “Eletricidade Magnetizada.” Na
Bíblia é perguntada concernindo “O que é mais doce que mel e mais forte
que um leão ?”. É feita dissolvendo Enxofre no Sal. É feita do orvalho sobre
uma rosa ou a pérola de qualquer ostra.
Todas essas charadas têm apenas uma resposta, e o que puder lhe dar
a melhor solução é o mais sábio homem da terra.
Esta substância é não apenas a coisa mais forte da terra, mas a mais
sensível, é mestre da humanidade, e ainda assim perfeitamente obediente à
vontade do homem. Diga a ela ‘Traga dinheiro’ e ela obedece, peça para
curar os enfermos e estritamente eles são curados. Acredito que não evento
dentro da gama de possiblidades que não possam ser realizados por seu uso.
Tão grandes são as potencialidades desta substância que o
conhecimento dela só é confiado a altos iniciados e então apenas após anos
de serviço à Ordem. Tão rara e preciosa é essa substância, que se seu valor
fosse conhecido desta raça de lunáticos dos quais somos ornamentos
instantaneamente eles começariam a se matar para obtê-la. Não é apenas o
Elixir da Vida, mas também da Morte.
O trabalho específico de rejuvenescimento é um processo longo e
dificultoso e eu nunca tive tempo disponível para realizá-lo. Ainda, como
efeito colateral dos experimentos eu vi minha vitalidade aumentar, minha
saúde se aprimorar, minha aparência mudou...estou propondo curtamente
realizar um retiro em companhia de outro iniciado, para levar a cabo o
processo completo, e delimitar os limites de seu poder. Não imagino que o
relógio possa ser girado para trás além do ponto crítico do Equilíbrio com
Vantagem, que a adolescência possa substituir a maturidade, mas estou
certo de que tanto quanto o corpo esteja sem danos, pode tornar-se um meio
perfeito para a plena corrente da vida e vigor e não só a decadência possa
ser interrompida, mas sua própria semente esterilizada.
É proibido agora como sempre foi revelar a operação ou mesmo
chamar a atenção pública para seus resultados. Apenas para interessar e
encorajar aqueles que sejam merecedores de uma medida completa de
conhecimento é permitido exibir um assunto menor. Possuímos uma certa
substância que tem a propriedade de despertar um homem, ainda que
exausto, para sua mais alta atividade por uma noite inteira, pela manhã ele
estará tão repousado quanto se ele tivesse tido um longo sono. Apenas na
noite seguinte ele deve retirar-se cedo e dormir bastante, pois a ação desta
substância é apenas temporária e não é sábio renovar sua aplicação a menos
em casos de urgência.
Isto eu estou preparado para demonstrar. Não garanto sucesso
instantâneo em todos os casos, pois esta substância é sutil em sua ação e a
dose adequada para qualquer homem deve ser determinada pela experiência.
E minha experiência ela variava de 50 a 450 gotas e sou inapto a julgar o
que qualquer dada pessoa necessita. A maior tolerância de suas ações que eu
já vi foi no caso de uma garota de 20.
Contudo, dois ou três experimentos são normalmente suficientes e daí
se tem a melhor “razão de emergência” já descoberta.