“O Sabá não foi sempre um sonho e existiu realmente. Ainda existem assembléias secretas e noturnas onde eram praticados ou são praticados os ritos do mundo antigo; entre essas assembléias, umas tem caráter religioso e um fim social, outras não passam de conjurações e orgias. Assim, os mistérios de Ísis, de Ceres Eleusina, de Baco reuniram-se aos da Grande Deusa e aos do druidismo primitivo.”
Eliphas Levi – Dogma e Ritual da Alta Magia (publicado a primeira vez na França em 1855)
Acima apresento o Pentagrama Invertido hoje
adotado pela Nigromancia Kabalística – a senda oculta dos feiticeiros
luciferianos. A primeira imagem é de Eliphas Levi e a segunda de
Stanislau de Guaita.
Lévi menciona a deusa Lilith no primeiro símbolo mas é
Estanislau de Guaita que incorpora o seu nome para o gráfico junto com o
de Samael. A imagem mais conhecida que temos de Lilith é a imagem que
nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi
aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era
cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo
negativo.
Algumas vezes Lilith é associada com a Deusa grega Hécate, “A
mulher escarlate”, uma Deusa que guarda as portas do inferno montada em
um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith,
representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o
homem. Uma antiga lenda afirma que ela (Lilith) juntou-se aos anjos
caídos quando se casou com Samael que tentou Eva no Paraíso (disfarçado
na forma de Serpente). Por sua vez Samael significa Veneno (Sama) de
Deus (El). Também é chamado de acusador, sedutor, deus-cego e
destruidor.
Na tradição rabínica Samael é o “Anjo da Morte” e um dos sete
regentes do mundo material servido por milhões de anjos. Segundo as
tradições cristãs canonicas, Samael era Lúcifer (Portador de Luz), o
anjo que estava mais próximo de Deus.
Em diferentes lugares Lévi chama Samael tanto como gênio de
luz (LUX) branca de Marte, bem como o nome hebraico para uma força
demoníaca. Lévi não faz nenhuma menção do nome Leviatã, mas a imagem de
Guaita no Pentagrama Invertido é circulada por este nome em hebraico.
Ao descrever o segundo gráfico, Stanislau de Guaita expande Lévi – que não diz nada sobre Samael, Lilith, ou Leviatã.
Nos ritos de Nigromancia Kabalística a união de Samael e
Lilith abre os Portais de Daat no Oeste, o lugar de onde vem a escuridão
para este mundo: sendo Daat o Portal de entrada para o Reino dos
Klipoth e a morada da Grande Serpente, Leviatã.
Klipoth é o que em muitas religiões chamam Inferno, o outro mundo abaixo de Assiah (o mundo físico),
O Elemento próprio de Leviatã é a água que representa, de maneira absoluta, o inconsciente, pessoal ou coletivo.
Uma outra lenda afirma que Samael, o anjo da morte e do
veneno, também identificado com Satanás, e a jovem Lilith reinaram sobre
Edom, o Reino Qliphótico de seres espectrais (deuses esquecidos) que
foi criado antes da Terra. Na prática são os aspectos não-equilibrados
da Árvore da Vida, as Águas do Caos ( e portanto de Leviatã).
A tradição secreta rabínica ensina que Lilith existiu antes
de Eva e foi a primeira mulher de Adão, a quem dava cem filhos por dia.
Esta tradição também diz que Lilith, e não Eva, foi a verdadeira Mãe de
Caim – o patriarca de todos os bruxos de sangue.
Por sua vez Samuel, Seth, Saturno, Satã, Shaitan e Shiva tem
suas analogias com a morte, transformação e renascimento. Samuel ou
Satã, a Serpente Sedutora do Gênesis foi um dos primeiros anjos que se
revoltaram, é o nome do “Dragão Vermelho”. É o Anjo da Morte, pois como
diz o Talmut que “o Anjo da Morte e Satã são um só”. Samuel foi morto
por Miguel, assim como mais tarde São Jorge matou o Dragão e antes deles
Hórus venceu Seth ou o Dragão Apófis em uma batalha pela supremacia do
Egito.
Aqui o Dragão não é um símbolo da idolatria pagã como querem
fazer acreditar os cristãos mas sim das forças primais da origem da
criação. Cosmogonicamente falando todos os Dragões e Serpentes vencidos
por seus “Matadores” são em sua origem, os princípios turbulentos e
confusos do CAOS, postos em ordem pelos Deuses Solares ou Poderes
criadores. No egípcio “Livro dos Mortos”, esses princípios são chamados
de “Filhos da Rebelião!”